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Archive for novembro \29\-03:00 2010

Por: Sidney Silveirablog Contra Impugnantes

Na acepção filosófica do termo, “argumento” não é um amontoado de idéias desconexas entre si, fruto de impressões fugidias, mas o procedimento (de caráter dialético) de estabelecer premissas claras a partir das quais se buscam extrair os corolários necessários. Não se trata, pois, de impressões esparsas nascidas de paixões, e muito menos de slogans publicitários.

Pois bem, de tudo o que li e ouvi até hoje em favor da fala do Papa Bento XVI sobre o uso da camisinha por prostitutos(as), quase nada se aproveitava, pois em geral não eram propriamente “argumentos”, e sim tentativas de defender a qualquer custo uma posição heterodoxa. Posição que, ademais, representa na prática uma moral humanista, naturalista e, ao fim e ao cabo, aporética, como o são todas as morais que excluem Deus do seu horizonte formal — as quais acabam por descambar ora no pragmatismo, ora no formalismo, ora no idealismo, ora no apriorismo moral categórico de cunho kantiano, quando não em puro e simples imoralismo.

Depois de Santo Tomás, nenhum teólogo digno deste nome ousaria, sob o risco de passar por ridículo, contrariar a seguinte tese: a norma suprema da moralidade é Deus, fonte de onde provêm todos os bens e todas as verdades. Em razão do público que nos lê, em geral composto de católicos, dou por pressuposta a tese, para não perder o fio da meada. Então, duas observações podem servir-nos de preâmbulo:

a) a norma formal suprema da moralidade é a lei eterna, sobre a qual já se falou em vários textos;

b) a norma formal próxima da moralidade é a reta razão humana, ou seja, a razão quando harmoniza-se com a lei eterna e, com isso, atualiza em si a lei natural — que está para a lei eterna como o efeito está para sua causa formal. Santo Tomás mesmo definira a lei natural como “participação da criatura racional na lei eterna”.

Assim, diga-se que qualquer ato contra a lei eterna é, de per si, imoral, além representar também um ato contra naturam intellectus, ou seja: a razão humana desvincula-se de qualquer regra extrínseca de ordem superior e se desnatura, pois o natural da inteligência é adequar-se formalmente aos entes (que são entes, lembremos, por participação no Ser divino), sendo a verdade justamente essa adequatio, que pode conduzir-nos de verdade em verdade até a fonte de todas as verdades: o Próprio Ser. Em resumo, a essência divina — o Ipsum Esse Subsistens — é o fundamento metafísico da essência de todas as demais coisas; por esta razão, qualquer moral que não se refira a Deus como ao seu fim último e ao seu princípio fundamental acaba por envolver-se em contradições insanáveis. A história da filosofia nos dá provas inequívocas disto.

Repita-se, pois, antes de prosseguir: qualquer ato contrário à lei eterna é intrinsecamente imoral, pois é ela a norma suprema da moralidade.

Pois muito bem. Enviaram-me agora o texto de um teólogo do Opus Dei, o padre suíço Martin Rhonheimer — texto esse veiculado pelo Oblatvs —, no qual se defende, com argumentos, o uso do preservativo em casos excepcionais. Estes são de fato argumentos, mas vejamos se se sustentam, e o façamos arrolando algumas premissas em que se apóia o texto do padre, que é professor de Ética e Filosofia Política da Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma.

Ei-las:

Ø Não existe ensinamento magisterial oficial sobre preservativos, pílulas anovulatórias ou diafragmas.

Ø Preservativos não podem ser intrinsecamente maus, pois somente os atos humanos podem sê-lo.

Ø Se pessoas promíscuas, prostitutas ou homossexuais (todas em grupos de risco de contrair o vírus HIV) ignoram o ensinamento da Igreja, deveriam elas usar preservativos para evitar a infecção? Diz Martin Rhonheimer: a norma moral que condena a ação intrinsecamente má não se aplica a estes casos. E acrescenta: “Não pode a Igreja estabelecer normas morais para comportamentos intrinsecamente imorais”. Faz ainda uma indagação especiosa o nosso teólogo: “Deveria a Igreja ensinar que um estuprador nunca deve usar preservativo, porque, ao fazer isso, além do pecado de violência sexual, ele estaria desrespeitando o Sexto Mandamento”?

Ø Um homem casado soropositivo que usa o preservativo para proteger a esposa da infecção não está agindo a fim de tornar a procriação impossível, mas para prevenir a infecção. Se a concepção é evitada, isto será um efeito colateral não-intencional, e, portanto, não determinará o significado moral da ação como um ‘ato contraceptivo’.

Agora, vejamos as proposições e as comentemos:

Ø Não existe ensinamento magisterial oficial sobre preservativos, pílulas anovulatórias ou diafragmas.

Aqui, como sempre, é de bom alvitre antes de tudo começar pela definição: Magistério é o carisma participado por Cristo à Igreja, nas pessoas do Papa e dos Bispos, para ensinar as verdades da fé — sejam verdades explicitamente reveladas, sejam verdades que, embora não tenham sido reveladas de forma explícita, estão de tal forma vinculadas àquelas que devem também ser ensinadas e defendidas, com exclusão das suas proposições contrárias e/ou contraditórias. O Magistério é, como se dizia antigamente, carisma veritatis certum, na medida em que por seus atos se ensinam e se preservam, com grau de certeza absoluta, as verdades relativas à fé e aos costumes à luz da fé.

Neste contexto, cumpre dizer que o Magistério da Igreja não é uma espécie de compêndio de casuística, ou seja, não á a aplicação ad infinitum de princípios a casos específicos, pois se assim fosse seria um Magistério materialmente interminável e antieconômico, dado que o mal é potencialmente infinito. Assim, 2+2=4; qualquer outra resposta é potencialmente errônea ao infinito.

Postas estas coisas, será mesmo verdadeiro dizer que o Magistério não se pronunciou de nenhuma forma sobre preservativos, pílulas anovulatórias, diafragmas, etc.? Pois bem, concedamos, a título de procedimento dialético, que o Magistério não se tenha referido materialmente a estes instrumentos contraceptivos. Ora, mesmo neste caso, isto não implica absolutamente que as condenações magisteriais de todos os atos contrários ao uso do sexo conforme a lei divina e a regra da reta razão não tenham abarcado, a fortiori, o uso destes instrumentos citados. Assim, se o sexo tem como fim primário a prole, dentro do matrimônio, quaisquer outros de seus usos que contrariem esse fim serão, para a doutrina católica, pecaminosos e imorais. Leia-se o que diz Pio XI em Casti Conubii: “(…) qualquer uso do matrimônio em cujo exercício o ato [conjugal] seja destituído (…) de sua natural virtude procriadora vai contra a lei de Deus e contra a lei natural”. Alguém teria coragem de dizer que esta claríssima proposição magisterial não abarca todo e qualquer meio contraceptivo, seja preservativo, diafragma, pílulas anovulatórias ou o que quer que seja? Não é necessário, pois, citá-los expressamente para que estejam formalmente proibidos ipso facto em razão da norma geral, da mesma forma como é desnecessário ao 5º mandamento (“Não matarás”) especificar se se trata de mortes cometidas a faca, a bala, por envenenamento, etc.

Repitamos: o Magistério não é um compêndio de casuística. E a proposição do nosso teólogo destacada acima parece pecar por excessivo apego à letra, em detrimento do espírito. Porém concedamos que materialmente estas coisas não tenham sido mencionadas pelo Magistério, mas ainda assim estão formalmente proibidas pela norma geral que se orienta pelos fins primários do ato sexual dentro do matrimônio (deixemos para adiante a objeção de que, nos casos de sexo fora do matrimônio, a norma geral não se aplicaria).

Ø Preservativos não podem ser intrinsecamente maus, pois somente os atos humanos podem sê-lo.

O mal é, no plano metafísico, uma privação, razão pela qual afirma Santo Tomás no magnífico De Malo, em resposta a uma objeção — obra que tivemos a honra de editar pela Sétimo Selo, em seu primeiro volume — o seguinte: “As trevas não são o contrário da luz, mas a sua privação” (De Malo, I, art. 1, ad. 5). Portanto, o mal em si não é algo, mas aquilo a que sucede uma coisa má é algo, pois o mal não é senão a privação de bem num ente particular. Em resumo, o mal é sempre um parasita do bem, pois depende ontologicamente do bem para manifestar-se. Assim, um dente cariado pode ser dito mau sem jamais deixar de ser dente, donde se vê com clareza que o mal é a corrupção de um bem particular na substância, mas ele mesmo não possui substância, nem essência, nem natureza, como a propósito mostrou Santo Agostinho no opúsculo De Natura Boni, também editado pela Sétimo Selo.

Pois bem, estabelecido este princípio, diga-se primeiramente o seguinte: no tocante ao mal que é o pecado (a corrupção do ato humano por um defeito na vontade), certas circunstâncias podem não apenas agravar a espécie do pecado, como podem até mudar o seu gênero. Mas o que é uma circunstância? Ouçamos novamente Santo Tomás: “Chama-se circunstância ao que cerca um ato, como se fosse um ato exterior considerado como extrínseco ao ato principal. Isto se dá por parte da causa final, quando consideramos por que se produziu algo; por parte do agente principal, quando consideramos quem o produziu; e por parte do instrumento, quando consideramos com que instrumento ou mediante que meios o ato se produziu” (De Malo, I, art.6, resp.). Neste luminoso artigo, o Aquinate mostra que a circunstância pode, sim, agravar o pecado dentro de uma mesma espécie, e até fazê-lo mudar de gênero.

Aqui, portanto, nos referimos à camisinha justamente como circunstância instrumental que serve materialmente ao pecado de onanismo. Tanto é assim que o uso do preservativo já foi chamado com muita razão por alguns teólogos do século XX de “onamismo artificial”, enquanto o “onanismo natural” seria o coitus interruptus com vistas a não permitir a ejaculação do sêmen no vaso natural apto a recebê-lo. Ademais, diga-se ainda no caso da camisinha que o fim para o qual ela foi inventada é intrinsecamente mau (impedir a contracepção, tendo como efeito colateral estimular uma vida hedonística em que o sexo vira um fim em si, portanto totalmente contrária aos costumes cristãos). Aqui, trata-se de um instrumento feito para contribuir materialmente com um ato humano contrário à lei eterna e à lei natural, pois perverte não apenas o sexo, no que diz respeito aos seus fins, mas alcança também a parte física, na medida em que o sêmen é impedido de alcançar a função natural para a qual Deus o fez.

Ademais, um instrumento feito para servir à ação má pode ser dito — sim! — mau. Para deixar as coisas ainda mais claras, tomemos como exemplo um produto erótico de um sex shop que, embora possa causar acidentalmente um bem (o gozo físico, o qual não pode ser dito mau em si), o faz de forma desordenada e totalmente contrária à lei divina e à lei natural, captada pela razão humana quando esta não está desvirtuada ou obnubilada por vícios. Ou algum teólogo católico ousaria dizer que um produto de sex shop não pode ser dito intrinsecamente mau do ponto de vista moral? E o mesmo se pode indagar acerca de um símbolo satanista, etc.

Outra coisa: embora o mal que é o pecado só se possa dar nos atos humanos, o mal que é a privação de bem na substância pode dar-se também nas coisas, na medida em que estas se corrompem em seus princípios entitativos. Ao nosso teólogo escapou esta distinção, pois certamente se a manejasse não concluiria que o mal se dá apenas nos atos humanos, porque sob outro prisma pode dar-se também o mal nas coisas. No caso da camisinha, podemos ainda acrescentar que ela, embora não seja o mal em si (que não existe), é má em seus fins. Considerá-la boa com relação aos meios (mesmo acidentalmente, como no caso de servir para evitar um contágio por vírus HIV) é justificar os meios pelos fins… E o problema que suscitou toda essa polêmica mundo afora, lembremos, é que o Papa Bento XVI dissera o seguinte: em alguns casos, o uso do preservativo pode ser considerado o primeiro passo rumo à moralização. Mas perguntemos: no contexto de que moral? Uma moral descatolicizada que não se subordina in primis à lei eterna, ou, quando o faz, é acidentalmente — e uma subordinação acidental é na verdade uma não-subordinação essencial.

Cada vez mais me convenço de que ser católico hoje, dentro da Igreja, requer boa dose de heroísmo, quando não de teimosia…

Ø Se pessoas promíscuas, prostitutas ou homossexuais (portanto, inseridas em grupos de maior risco de contrair o vírus HIV) ignoram o ensinamento da Igreja, deveriam elas usar preservativos para evitar a infecção?

Ao fazer-se esta indagação o nosso teólogo conclui apressadamente que “sim”, pois, em sua opinião, a norma moral que condena a ação intrinsecamente má não se aplica a estes casos. Além do mais, acrescenta o professor suíço uma proposição que, para mim, é um verdadeiro enigma esfíngico: “Não pode a Igreja estabelecer normas morais para comportamentos intrinsecamente imorais”. Deus do céu! Se as normas morais têm, entre outras coisas, justamente o fim de desaconselhar os comportamentos intrinsecamente imorais, como não se podem estabelecer normas morais em relação a eles? Aqui o teólogo do Opus Dei realmente mete os pés pelas mãos, como sói acontecer quando se cai no humanismo naturalista, ao abandonar-se o princípio fundamental acima citado: todo ato contrário à lei divina — que é a norma suprema da moralidade — é de per si ilícito e, portanto, pecaminoso. Veja-se que todo o arrazoado do professor suíço parece ter como fim claro estabelecer uma moral que se baseie em razões meramente humanas (no caso, salvar a vida: fim natural), mas sem vincular tais razões à salvação da alma (fim sobrenatural) e aos meios de que dispõe a Igreja para realizar este fim último querido por Deus para os homens. Aqui, os planos natural e sobrenatural estão separados por uma vala intransponível.

Com relação à pergunta “Deveria a Igreja ensinar que um estuprador nunca deve usar preservativo, porque, ao fazer isso, além do pecado de violência sexual, ele estaria desrespeitando o Sexto Mandamento?”, simplesmente abstenho-me de comentá-la…

Ø Um homem casado soropositivo que usa o preservativo para proteger a esposa da infecção não está agindo a fim de tornar a procriação impossível, mas para prevenir a infecção. Se a concepção é evitada, isto será um efeito colateral não-intencional, e, portanto, não determinará o significado moral da ação como um ‘ato contraceptivo’.

Aqui estamos diante de uma sutil petição de princípios, que é quando se afirma exatamente o que se quer provar. Isto pelo seguinte: para dar-se o que diz o nosso teólogo (alguém usar a camisinha sem intenção de impedir a concepção, mas apenas para proteger a cônjuge do contágio, o que “não determinaria o significado moral da ação como ‘ato contraceptivo’”), seria necessário que a pessoa que o realizasse desconhecesse totalmente que o uso do preservativo impede a concepção. Conhecendo este fim, não é possível que a contracepção seja, como quer o professor suíço, apenas um ‘efeito colateral não-intencional’. O que acontece nesta hipótese é que o agente, conhecendo o fim primário o exclui no ato, subordinando-o ao fim secundário culpavelmente. É como uma mulher grávida que, para curar um dor de estômago, tomasse um remédio sabendo que, além de ser um forte analgésico, é um abortivo. Neste caso, também não se pode dizer com propriedade que o abortar foi efeito colateral não-intencional apenas porque a intenção primária foi curar a dor de estômago, a menos que a mulher desconhecesse totalmente que o tal remédio é abortivo. Aqui, o significado moral da ação é igualmente especificado pela exclusão consciente do fim último em favor dos fins intermediários. Ora, o pecado consiste exatamente nisto: numa desordem na ação humana que se desvia do fim último e, em geral, também dos fins intermediários em cada ordem de coisas.

Supor o contrário é, ademais, privar o ato humano da dinâmica das relações que nele se dão entre a inteligência a vontade, que se move sub ratione boni (pois a forma intelectiva do bem é o que a faz apetecer isto ou aquilo, como se explica no primeiro DVD da série A Síntese Tomista). Neste contexto, o pecado acontece justamente quando a vontade, movendo-se por um bem particular, não o subordina ao bem superior de acordo com a ordem da reta razão.

Portanto, para dar-se o que quer o nosso teólogo na hipótese aventada, a vontade precisaria ser absolutamente cega no ato da escolha (electione), o que não é verdadeiro, ou desconhecer que a camisinha impede a gravidez — salvo no caso excepcional em que ela arrebente in actu exercito fornicacionis… Mas, venhamos e convenhamos, nenhum lunático faz uso da camisinha desconhecendo que ela tem o efeito direto de impedir a concepção.

Em tempo: No plano conceitual teológico e filosófico, todos os desvios e adaptações eclesiásticas ao mundo moderno se dão em razão daquilo que o Pe. Calderón chama de giro antropocêntrico da doutrina magisterial. A perda do vínculo entre o natural e o sobrenatural, na doutrina, continua a acarretar verdadeiras tragédias litúrgicas e pastorais, e também teológicas, dado o avanço de uma moral que de católica pode até ter o nome, mas se a esmiuçarmos veremos que se trata de um humanismo, de um naturalismo com roupagem de fé…

P.S. O livro “Sobre o Mal” (De Malo), acima citado, pode ser solicitado à editora pelo email rosangela@edsetimoselo.com.br. Ele não está na loja virtual do site porque estamos resolvendo uns problema técnicos. Mas está no catálogo.

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Por: Sidney Silveira – blog Contra Impugnantes

Como deveria ser óbvio, a responsabilidade de cada um é proporcional à função que lhe cabe. Se uma fortaleza é invadida, a responsabilidade recairá sobre aqueles que têm o dever de defendê-la, e não sobre as pessoas indefesas assassinadas pelos invasores; se uma empresa faz investimentos equivocados, a responsabilidade recairá sobre os seus dirigentes, e não sobre a moça que serve o café; se um governo aprova leis iníquas, a responsabilidade recairá sobre os legisladores, e não sobre aqueles que passam a viver sob o tacão da iniqüidade; se um edifício não fica de pé, a responsabilidade recairá sobre o engenheiro que fez os cálculos para a construção, e não sobre o mestre de obras; se um bebê morre de inanição, a responsabilidade recairá sobre a pessoa sob cuja guarda estava a criança, e não sobre os vizinhos. E se o mundo não se converte? De quem é a responsabilidade?

Há dois trechos de sermões do padre Antônio Vieira — o maior prosador da língua portuguesa — que ilustram bem o que se quer dizer. São de arrepiar (os itálicos são meus):

“Eis aqui o que devemos pretender em nossos sermões: não que os homens saiam contentes de nós, senão que saiam muito descontentes de si; não que lhes pareçam bem os nossos conceitos, mas que lhes pareçam mal os seus costumes, as suas vidas, o seu passatempo, as suas ambições, enfim, todos os seus pecados. Contanto que se descontentem de si, descontentem-se embora de nós” (Sermão da Sexagésima, Pregado na Capela Real de Lisboa, no ano de 1655).

“Vós — diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores — sois o sal da terra”; e chama-lhes ‘sal da terra’, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta, como está a nossa, havendo tantos que têm nela o ofício de sal, qual será, ou qual pode ser, a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber; ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma coisa e fazem outra, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem; ou é porque o sal não salga, e os pregadores pregam a si e não a Cristo, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem aos seus apetites” (A pregação dos peixes, em São Luís do Maranhão, em 1654).

Pois bem. A quantidade de coisas esdrúxulas que se têm escrito para defender a fala do Papa Bento XVI sobre o uso da camisinha, assim como sobre vários outros temas que não convém citar neste texto, é de dar inveja a sofistas pagãos como Górgias, que dizia o seguinte: o ser (leia-se o mundo) não existe; e, se existisse, seria incognoscível; e ainda que, existindo, fosse cognoscível sob algum aspecto, seria inexpressável, inexprimível. Uma lindeza! Assim também são alguns argumentos dos defensores da fala do Papa que causou incrível confusão nos meios católicos. Provavelmente, se alguém megulha no mar, logo esses neo-sofistas concluem o seguinte: quem nada é o mar, não o nadador.

Ø De uns ouvi dizer que o Papa falou como verdadeiro ‘tomista’, e todos os que estudamos a obra do Aquinate há anos, decerto por cegueira mental, não percebemos;

Ø de outros li que usar camisinha é pecado venial, e não mortal;

Ø de outros, ainda, que o Papa defendera o uso da camisinha como ‘mal menor’, sem saber que, no tocante à salvação, entre dois pecados mortais distintos não há propriamente mal menor, pois um só pecado mortal, de qualquer natureza, retira as graças atuais eficazes sem as quais ninguém pode salvar-se. Mas, para um modernista, estas são sutilezas teológicas que não cabe escavar;

Ø houve quem, por sua vez, afirmasse que não sendo aquela uma opinião revestida de carisma magisterial — como aliás frisamos noutro texto —, não haveria problemas, dando a entender com isto que o Papa pode muito bem ter opiniões privadas, em matéria de costumes, contrárias ou alheias aos princípios reitores da doutrina de sempre, desde que não sejam magisteriais. Só mesmo um modernista para pensar que um Papa pode dizer uma coisa como Doutor privado, e afirmar outras distintas ex cathedra, sobre a mesma matéria;

Ø Para alguns a culpa é toda da imprensa mundial anticatólica, que subverteu as palavras do Papa. Aqui, vale dizer que, apesar das ilações maldosas da imprensa, que em sua quase totalidade simplesmente ignora o que seja a fé, o problema está na idéia expressada de forma explícita pelo Papa: a de que em alguns casos se pode dar um primeiro passo para a moralização usando a camisinha;

Ø Houve ainda quem, apoiando-se no fato de que o Papa não defendera o uso da camisinha em si mesmo como um ato moralmente bom, pusesse a culpa nos ditos e malditos tradicionalistas, que estariam cometendo um pecado gravíssimo contra a pessoa do Papa, ao imputar-lhe intenções que não teve. Aqui não conseguem entender que se trata de princípios inamovíveis, e não simplesmente de uma casuística aplicada a um dado específico;

Ø Outros argúem ainda que o Papa disse na sua entrevista ‘prostituta’, e não ‘prostituto’, como se isto mudasse um só jota do problema teológico de fundo.

Os malabarismos sofísticos são extensos, e enumerá-los a todos seria absolutamente ocioso, além de contraproducente. Mas vale dizer que, por trás de todas essas justificativas, muitas vezes, como diz o meu querido amigo Carlos Nougué, está um grau de ignorância culpável**, a vontade de não enxergar uma verdade evidente: não se pode dar um passo rumo à moralização pecando. A menos que se conceba uma moral totalmente independente da lei divina custodiada pela Igreja, o que é absurdo para um católico.

O Magistério e os grandes Doutores demonstraram, durante séculos, a existência de um liame inextricável entre a lei natural e a lei eterna. Se se rompe artificiosamente esse liame, a lei natural vai-se corrompendo até o ponto de tornar-se contraditória, absurda. Cai-se, então, no naturalismo condenado de forma solene pela Igreja, a quem sempre coube a responsabilidade — delegada por Cristo — de defender o precioso depósito da fé que salva (com esta última frase, parece respondida a pergunta do final do primeiro parágrafo).

Ora, defender a vida e a moral por razões meramente humanas (como está pressuposto na idéia de que o uso da camisinha traz, em alguns casos, a noção de que nem tudo é permitido, e que portanto se estaria dando um primeiro passo para a moralização) é ignorar o supremo drama espiritual em que consiste a mesma vida — eliminando do horizonte conceitual as realidades escatológicas: céu, inferno e purgatório. É esquecer-se de que, muito mais do que simplesmente perder a vida, nos importa sobretudo o risco de perder a alma. Não à-toa, Santa Rita de Cássia rogou a Deus pedindo ardorosamente o seguinte: se por desgraça os seus filhos gêmeos fossem tornar-se assassinos vingadores da morte do pai (era a época da vendetta), que morressem. E Deus a atendeu: os dois morreram logo depois, sem levar para o outro mundo a mancha de um pecado tão grave na alma. Uma mãe rezando para os filhos morrerem antes de cometer um pecado mortal! Para a mentalidade dos modernistas, seria tal ato da Santa dos Impossíveis bom, do ponto de vista moral, tendo ela rezado pela morte dos próprios filhos?

Ademais, se, para um cristão, salvar a vida — sua ou alheia — fosse o fim especificador do ato moral bom, como também está pressuposto na tão propalada fala da entrevista-livro do Papa Bento XVI, o sacrifício da Cruz seria intrinsecamente imoral, o que é um corolário necessário da premissa, e Cristo teria antes salvado-se a Si mesmo. Lembremos aqui da angustiosa oração de Nosso Senhor no Horto das Oliveiras: “Pai, afasta de mim este cálice”, à qual logo aduziu um “Não se faça a minha vontade, mas a Tua” (Lc. XXII, 42). Certamente trazendo em seu coração este divino e voluntário sacrifício, Santa Joana D’Arc disse aos seus algozes: “A viver negando a verdade, prefiro morrer”. E foi queimada.

Amamos em Cristo o Papa e reconhecemos nele o Primado Apostólico. Mas o amor ao próprio Cristo, à Igreja por Ele instituída e à verdade nos obriga a algo tão incômodo quanto doloroso: defender a Autoridade contra as autoridades, como diz o Pe. Calderón no dramático e profundo livro A Candeia Debaixo do Alqueire. Esse amor, mesmo sendo nós pecadores tão contumazes, traz-nos a triste obrigação de afirmar, de público, que essa opinião papal sobre o uso da camisinha, levada às últimas conseqüências, representa exatamente o naturalismo que deságua numa coisa terrível e anticristã: uma moral sem a Cruz.

** Como se afirmou no texto Meandros da ignorância, a teologia moral tipificou os principais casos em que se dá ignorância nos atos propriamente humanos, e, no tocante à ignorância culpável, trata-se daquele tipo de ignorância vencível que sempre implica um grau de voluntariedade e de negligência em averiguar a verdade. Muitas vezes porque a razão está obliterada por paixões do apetite irascível.

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[Fonte: Fraternidade Sacerdotal São Pio X – Brasil]

Meus caros amigos,

Nós lançamos uma cruzada de Rosários em defesa da lei de Deus sobre a vida e a família, especialmente pelas Filipinas.

Nosso país está hoje ameaçado por um projeto de lei de “Saúde Reprodutiva”, conhecido como projeto de lei HR (Health & Reproduction Bill – Lei de Saúde e Reprodução).

Esse projeto de lei é um ataque frontal contra a Igreja Católica, a sua hierarquia, seus missionários, seus sacerdotes e seus fiéis.

Esse projeto de lei 96, que se opõe à Igreja Católica, tem a intenção de incriminar e prender qualquer “responsável por uma entidade jurídica” que se recuse a participar dos serviços de “saúde reprodutiva” garantidos por essa lei.

Essa projeto de lei expõe os missionários estrangeiros e trabalhadores de organizações não-governamentais a penas de prisão, multas e expulsões imediatas, sem outro motivo além da recusa a cooperar com o serviço obrigatório de saúde genética.

Esse projeto de lei HR pune até mesmo todos aqueles que se atreverem a falar sobre os males da contracepção. Esse projeto visa tornar anti-católico o setor de saúde pública e à moral e à fé.

Esse projeto de lei HR inclui disposições que mandarão para a prisão ou imporão pesadas multas a todos os médicos e a toda ajuda médica que se recuse a cooperar com os “métodos modernos de planejamento familiar” – como o DIU, a ligadura, a vasectomia -, e com a promoção e distribuição de preservativos e pílulas, e assim por diante …

Esse projeto de lei HR parte da premissa de que ter muitos filhos é uma causa de pobreza. Em contrapartida, as Filipinas, nosso amado país, precisam de mais cidadãos bons, homens e mulheres que se santifiquem pelo trabalho corajoso e pela resistência à corrupção; nosso país também precisa de melhores médicos e profissionais de saúde. A verdadeira solução não é reduzir o número de crianças, mas educar nossos filhos. Esse projeto de lei considera a gravidez como uma doença e os contraceptivos como medicamentos essenciais. Enquanto a vida é um dom de Deus.

Esse projeto de lei, se aprovado, será o início da destruição da moralidade e da família nas Filipinas.

Nós lamentamos essa ameaça contra nossa Igreja, nas Filipinas. Portanto, nesse momento de grande perigo, pedimos a todos os católicos para rezarem o rosário pelas Filipinas. Por isso, apelamos a todos para participarem da Cruzada de Rosários. Nossa Senhora nunca nos falta quando invocamos seu auxílio.

Para a cruzada, por favor informe-nos o número de terços rezados diariamente e nos envie o total mensal por e-mail (OLVC123@gmail.com) ou correio:

Our Lady of Victories Church 2 Cannon Road, New Manila Quezon City 1112 Philippines

Essa cruzada começou 31 de outubro. Em 16 de janeiro de 2011, festa do Santo Niño (Menino Jesus), nós pretendemos reunir um milhão de rosários para Nossa Senhora.

Por favor, ajudem-nos! Por favor, juntem-se a nossa Cruzada de Rosários!

No coração de Jesus e Maria,

Padre Thomas Onoda

Retirado de Dici.org

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Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja

Sermão 306

«Pela vossa constância é que sereis salvos»

Queres alcançar a vida onde estarás para sempre liberto do engano? Quem não o quererá? […] Todos queremos a vida e a verdade. Mas como o conseguir? Que caminho seguir? É verdade que não chegámos ainda ao termo da viagem, mas vislumbramo-lo, já […], aspiramos à vida e à verdade. Ambas as coisas estão em Cristo. Que direcção tomar, para as alcançarmos? «Eu sou o Caminho», disse Ele. «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6).

Eis o que os mártires realmente amaram; eis por que motivos ultrapassaram o amor a bens presentes e efémeros. Não vos surpreenda a sua coragem; foi o amor que, neles, venceu o sofrimento […]; trilhemos os seus passos, de olhos postos n’Aquele que é o seu e o nosso Chefe; se desejarmos alcançar tão grande felicidade, não temamos passar por caminhos difíceis. Aquele que no-lo prometeu é verdadeiro; Ele é fiel, Ele não nos enganaria. […] Por que temer as duras vias do sofrimento e da tribulação? O próprio Salvador as sofreu.

Responderás: «Mas era Ele, o Salvador !» Lembra-te de que os apóstolos também passaram por esses caminhos. Dirás: «Eram apóstolos !». Eu sei. Mas não te esqueças de que, depois deles, um grande número de homens como tu passaram por semelhantes provações […]; e mulheres, também […]; e crianças, mesmo meninas muito pequenas, passaram por tal caminho de provação. Será ainda tão duro, esse caminho afinal já aplanado por tantos que o percorreram?


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Comunicado do Padre de Cacqueray, Superior do Distrito da França (FSSPX)

A morte das nações católicas acarreta o desaparecimento das minorias cristãs

Suresnes, 8 de novembro de 2010

 

Imagens duras do martírio de Sacerdotes e Fiéis católicos em Bagdá, no Iraque

Nesse domingo, 31 de outubro de 2010, enquanto celebrávamos entre nós a Festa de Cristo Rei, nossos irmãos do Oriente sofreram uma perseguição muito sangrenta. Quando a catedral siríaca católica de Bagdá estava cheia para a missa dominical, soldados irromperam no santuário, e mataram, em nome de Alá, dois sacerdotes, os Padres Athir y Wassim, e cerca de cinquenta de seus fiéis foram tomados como reféns. Altares profanados, explosão de granadas, rajadas seguidas, derramamento de sangue, corpos despedaçados, famílias espalhadas não devem parecer-nos lugares-comuns de uma atualidade afastada.

Os historiadores informam que os discípulos de São Tomé evangelizaram a Mesopotâmia nos primeiros séculos de nossa era. Os campanários das igrejas cristãs do Oriente elevavam-se para o Céu antes de se dar a irrupção dos minaretes, e essas comunidades que são hoje condenadas, pelo silêncio de nossos contemporâneos, seja a sofrer o exílio, seja a curvar a cerviz ante o avanço do islã, estavam implantadas naquelas terras muito antes do nascimento de Maomé. Hoje, elas estão destinadas a um desaparecimento próximo em grande número de países; e quer-se explicar esse funesto avanço como obra apenas de um fanatismo minoritário, quando é antes de tudo resultado de uma renúncia covarde.

Se, apesar da difusão do islã, tais comunidades puderam sobreviver naqueles países, manter ali os primeiros lares da Cristandade durante séculos, foi essencialmente graças à proteção dos estados católicos do Ocidente, que nunca deixaram de apoiá-los. Seu desaparecimento programado, em prol de uma bandeira surgida no século XX a liberdade religiosa — deixou tais comunidades cristãs vulneráveis às perseguições, enquanto a nova prática do diálogo se mostrou uma proteção demasiado débil àquela presença cristã, que se vai reduzindo cada dia no Oriente Médio. Paralelamente, é essa mesma igualação das religiões o que faz com que, longe de se limitar a certos lugares, a difusão do pensamento de Maomé ganhe doravante os antigos países católicos apostatados, tornando as comunidades muçulmanas cada vez menos minoritárias.

Há oitenta e cinco anos, Pio XI, na encíclica Quas primas, recordava a doutrina católica quanto a este assunto, doutrina que ele recebera de seus predecessores e que muito estranhamente desapareceu há quarenta anos. O Papa profetizava as consequências desastrosas do desaparecimento das nações católicas em termos sociais, culturais e geopolíticos em escala planetária. Ao contrário, explica ele, “se os homens viessem a reconhecer a autoridade real de Cristo na vida privada e na vida pública, incríveis benefícios — uma justa liberdade, a ordem e a tranquilidade, a concórdia e a paz — se difundiriam infalivelmente por toda a sociedade”.

Assim, depende muito da profissão de fé dos chefes de estado a sorte dos católicos em todo o mundo. Nenhuma instância internacional laica ou inter-religiosa, nenhuma negociação globalista poderá estabelecer uma paz que não se funde em Jesus Cristo.

Rezemos, pois, e não poupemos nenhum sacrifício por esses irmãos cristãos que sofrem martírio e cujo sangue, pela graça de Deus, fará a Igreja renascer naquelas terras do Oriente.

Padre Régis de Cacqueray,

Superior do Distrito da França.

Suresnes, 8 de novembro de 2010

Fonte: Fraternidade Sacerdotal São Pio X – Brasil

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Fonte: Melissa Bergonso – blog Mulher Católica

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Prezados leitores, Salve Maria!
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É com ENORME INDIGNAÇÃO que escrevo este post. Já tinha visto profanações bizarras na Santa Missa, mas essa que acabo de saber é bizarra demais. Já ouviram falar em “Missa Pré-Balada”?? Pois bem, em Maringá está acontecendo essa desgraça, e pior, sob o olhar do pároco e com seu total apoio!!…

“É ISSO AÍ GALERA E POVO DE DEUS É DIA 13 DE NOVEMBRO PRÓXIMO SÁBADO ÀS 21H30 NA PARÓQUIA SÃO FRANCISCO DE ASSIS NO JARDIM ALVORADA EM MARINGÁ. VAI ACONTECER PELA PRIMEIRA VEZ EM NOSSA COMUNIDADE A MISSA PRÉ-BALADA PRESIDIDA POR MIM, PE. LUIZ CARLOS. CONVIDA A SUA FAMÍLIA, SEUS AMIGOS E AMIGAS E VENHA CONOSCO. E MAIS VAI SER O ENCERRAMENTO DA MISSAO DOS NOSSOS JOVENS. E AINDA, VAI ACONTECER LOGO DEPOIS DA CELEBRAÇÃO UM LUAL. ENTÃO JOVENS VOCÊS VÃO PERDER ESSA?” (blog do Pe. Luiz Carlos F. Targino)

Lembrando a frase de Santo Efrém: “onde há danças, celebra-se uma festa do demônio”. E aí, jovens, vocês vão “encarar” essa???
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Para quem não viu o que é uma Missa Pré-balada, acesse: Vídeo 1 e Vídeo 2, pois não vou incorporar essas monstuosidades aqui no meu post.
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Relembrando: A Santa Missa é a renovação do Sacrifício da Cruz de modo incruento, portanto é um momento que exige adoração, respeito, recolhimento, oração e silêncio. Santo Pe. Pio de Pietrelcina disse que devemos assistir à Santa Missa “como assistiram a Santíssima Virgem e as piedosas mulheres. Como assistiu São João Evangelista ao Sacrifício Eucarístico e ao Sacrifício cruento da Cruz”. Portanto, Missa não é farra! não é discoteca! não é antro de demônios! MISSA É SACRIFÍCIO! Quando é que os católicos vão entender isso??
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Essas Missas Pré-Baladas são profanações hediondas que ocorrem na Casa de Deus. Isso não pode, de modo algum, ser tolerado, pois é abuso litúrgico, profanação, desrespeito para com Deus e é um absurdo ignóbil! Isso é caso para denúncia!
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“ONDE HÁ DANÇAS, CELEBRA-SE UMA FESTA DO DEMÔNIO”. Não deixe que a Igreja que você frequenta seja reduzida a um antro de demônios e a ocasiões próximas de pecados contra a pureza (duvido que uma menina vestida imodestamente e requebrando de todos os jeitos não vai atrair o olhar do garoto que está ao seu lado!!) sob o pretexto de “atrair mais jovens para Deus”. Os jovens devem ser atraídos para Deus pela devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria!  e isso só acontece por meio da oração, especialmente a do santo Rosário, pela prática das virtudes, pela penitência,  pela mortificação, pelos Sacramentos, pela Cruz!… Pensa que ser católico é fácil? NÃO, não é fácil, é muito difícil. Jesus é muito claro quando diz: “Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á. Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? Ou que dará o homem em troca da sua vida? Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os seus santos anjos” (Mar. 8, 35-38). E Jesus ainda diz: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim” (Mat. 10, 38).
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Então, queridos jovens, não se enganem! O mundo oferece muitos divertimentos, muitas coisas novas, muitas “alegrias”, muitas “promessas”. Em contrapartida, Nosso Senhor Jesus Cristo nos oferece a cruz e o sofrimento, porque é somente pela cruz, pelo sofrimento, pelo cadinho da humilhação que somos provados e cunhados por Deus para, somente então, ganharmos a Vida Eterna. Ninguém ganha a Vida Eterna pela farra e pelo “bem-bom” da vida. “A Vitória só pode ser alcançada pela Cruz”. O Céu só pode ser alcançado por aqueles que lutam contra o mundo, contra a carne e contra o pecado. E isso é possível em “Missas Pré-Baladas”?? NÃO! Só é possível com joelho no chão e terço na mão, longe do barulho do mundo, dos prazeres da carne, das coisas mundanas!… pois tudo o que nos aproxima do mundo, nos afasta de Deus!!
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Tenham coragem, pois Jesus venceu a morte, venceu o mundo, venceu o pecado. Com Ele, nós podemos vencer tudo o que Lhe nos aparta – seja o mundo, seja a carne, seja o pecado; nem mesmo a morte poderá nos separar do amor de Deus se a Ele nos entregarmos e somente a Ele buscarmos  «Por amor de ti somos entegues à morte o dia inteiro; somos tratados como gado destinado ao matadouro (Sal. 43, 23)» – e não precisamos de subterfúgios para adentrarmos em Seu Santíssimo Coração e repousarmos em suas Santas Chagas. Somente podemos descansar dentro das Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ali é onde real e verdadeiramente encontraremos alívio para nossas dores e alegrias para nossas tristezas.
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Aos fiéis de Maringá recomendo fortemente que lutem contra esse absurdo ignóbil que está ocorrendo sob o título de “Missa Pré-Balada” e que façam mortificações, orações e comunhões em desagravo ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria, porque esse tipo de abuso e de profanação DENTRO da Casa de Deus atrai a indignação dos santos Anjos e, muito mais, atrai a ira Divina!!

Em Cristo, Nosso Senhor,
Melissa Bergonso

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