Feeds:
Posts
Comentários

Archive for setembro \30\-03:00 2012

Fonte: A grande guerra

.

Tradução: Maria Dolores Ribeiro Orge

.

SARTO, SIRI?
.
Em um sermão da festa de São Pio X, eu me encontrei proferindo (quase uma heresia): eu me perguntava em voz alta se Giuseppe Sarto teria desobedecido à destruição da Igreja por Paulo VI, se, ao invés de morrer como Papa Pio X em 1914, ele tivesse morrido como um Cardeal em, digamos, 1974. Dentro da Sociedade de São Pio X, isto deve soar como uma heresia porque como pode a sabedoria do patrono celeste da FSSPX ter de alguma maneira falhado? Mas a questão não é sem importância.
.
Na década de 1970, o Arcebispo Lefebvre fez visitas pessoais a um número dos melhores Cardeais e Bispos da Igreja na esperança de convencer um simples punhado deles a oferecer resistência pública à revolução do Concílio Vaticano II. Ele costumava dizer que apenas meia dúzia de Bispos resistindo juntos poderia ter obstruído seriamente a devastação Conciliar da Igreja. Infelizmente, nem mesmo a escolha do sucessor de Pio XII, Cardeal Siri de Gênova, faria um movimento público contra o estabelecimento da (nova) Igreja. Finalmente o Bispo de Castro Mayer deu um passo adiante, mas apenas na década de 1980, quando a Revolução Conciliar estava bem acomodada no topo da Igreja.
.
Então, como puderam as melhores das mentes bem treinadas ter sido tão obscurecidas? Como puderam tão poucos dos melhores clérigos naquela época não ter visto o que o Arcebispo estava vendo, por exemplo que a “lei” estabelecendo a Missa Novus Ordo não era lei nenhuma, porque pertence à mesma natureza da lei ser uma ordenação da razão para o bem comum? Como pôde ele ter estado relativamente tão sozinho em não deixar tal princípio básico do senso comum ser sufocado pelo respeito à autoridade, quando a sobrevivência mesma da Igreja estava sendo colocada em perigo pelo Concílio Vaticano II e a nova Missa? Como pôde a autoridade ter ganhado assim o poder sobre a realidade e a verdade?
.
Minha própria resposta é que, durante sete séculos, a Cristandade tem ido deslizando na apostasia. Por 700 anos, com nobres interrupções como a Contra-Reforma, a realidade do Catolicismo tem sido lentamente roída pela fantasia cancerosa do liberalismo, que é a libertação do homem de Deus, libertando a natureza da graça, a mente da verdade objetiva e a vontade do certo e errado objetivos. Por muito tempo, 650 anos, o clero Católico agarrou e defendeu a realidade, mas finalmente muita fantasia cativante sobre a modernidade fascinante entrou até os ossos ao ponto de lhes fazer perder o controle sobre suas mentes e vontades. Falta da graça, como disse São Tomás Moro dos Bispos ingleses no tempo da traição à Igreja Católica, os Bispos conciliares deixaram a fantasia dos homens assumir o lugar da realidade de Deus, e a autoridade o lugar da verdade. Há lições práticas para clérigos e leigos iguais.
.
Colegas dentro e fora da FSSPX, para servir a Deus, tomemos cuidado de reagirmos como Giuseppe Siri, quando precisamos estar reagindo como Giuseppe Sarto, com suas magníficas denúncias dos erros modernistas na PascendiLamentabili e na Carta sobre o Sillon. E para obter a graça que precisamos nesta mais tremenda crise de toda a história da Igreja, precisamos tremendamente rezar.
.
Leigos, se os horrores da vida moderna tornam vocês “famintos e sedentos de Justiça”, alegrem-se se vocês puderem, que os horrores estão mantendo vocês na realidade, e não duvidem que se vocês perseverarem em sua fome, vocês “terão sua recompensa” (S. Mt.V, 6). Bem-aventurados os pobres de espírito, os mansos e os que choram, diz o Senhor, na mesma passagem. Quanto à proteção mais segura contra suas mentes e corações serem tomados pela fantasia, rezem cinco, melhor quinze, Mistérios cada dia do Santo Rosário de Nossa Senhora.
.
Kyrie eleison

Read Full Post »

São Miguel Arcanjo

Fonte: A grande guerra

.

No ano de 590 Roma foi assolada por uma série de calamidades, entre as quais a invasão dos lombardos, a inundação do Tigre, e uma peste que ceifou a vida do próprio Papa Pelágio II. Seu sucessor, São Gregório Magno, conclamou todos os fiéis para uma procissão rogatória, a fim de implorar a misericórdia do Céu. O Pontífice compareceu descalço, com uma imagem de Nossa Senhora.
.
A procissão atravessou toda a cidade para chegar à Basílica de São Pedro. Quando o cortejo estava cerca da ponte do cais de Adriano, ouviram-se coros angélicos que cantavam:
“Rainha dos Céus, alegrai-vos, aleluia, porque Aquele que merecestes trazer em vosso seio, aleluia, Ressucitou como disse, aleluia“.
.
São Gregório, ajoelhando-se na rua, terminou o cântico dos Anjos:
“Rogai por nós a Deus, Aleluia”.
.
Nesse momento São Miguel, protetor da Igreja, apareceu sobre o Mausoléu de Adriano, tendo uma espada nua na mão, que ele recolocava na bainha. A partir desse momento cessaram todas as calamidades.
Como lembrança desse acontecimento, colocou-se sobre o Mausoléu, tornado uma espécie de cidadela do Papado, uma imagem de mármore branco representando o Arcanjo como fora visto. Bento XIV a substituiu pela de bronze que ainda hoje está sobre o que passou a ser chamado de “castelo Santo Anjo”, às margens do Tigre, na cidade Eterna. (ver imagem acima)
(O Livro dos Três Arcanjos – Ed. Artpress)
.
Oração a São Miguel pedindo assistência na hora da morte
.
“Glorioso Arcanjo São Miguel, pela vossa proteção fazei que, no dia da minha morte, a minha alma seja revestida da graça de Deus, e digna se ser apresentada pelas vossas mãos a Jesus Cristo, meu soberano Juiz. Ah! santo Arcanjo, o inferno tem muitas armas com que pode investir contra mim nessa hora: estas armas são os meus pecados, cuja enormidade ele me há de representar então, para me precipitar no desespero; são todas as horríveis tentações com que há de me assaltar para me reduzir a cair no pecado. Ó vós, que vencestes e expulsastes do céu este terrível adversário, vinde vencê-lo de novo e expulsá-lo para longe de mim no momento da minha morte; isto vos suplico pelo grande amor que Deus vos tem, e vós a Ele. Ó Maria, Rainha do Céu, ordenai a São Miguel que assista à hora de minha morte. Amém”.
(As mais belas orações de Santo Afonso de Maria Ligório, Ed.Vozes, 1961)
.
Coroa Angélica de São Miguel Arcanjo
.
Esta devoção foi ensinada e pedida pelo próprio Arcanjo à serva Antónia d’Astonoac, em Portugal. A devoção passou para outros países, foi aprovada por muitos bispos e até pelo Papa Pio IX, que a enriqueceu de indulgências, em 08 de Agosto de 1851.
.
São Miguel prometeu, em retribuição, que aquele que lhe rendesse este culto, teria na ocasião em que se aproximasse da santa Eucaristia, um cortejo de nove Anjos, escolhidos dentre os noves coros. Além disso, para a recitação quotidiana destas nove saudações, prometeu a sua assistência e a dos santos Anjos durante todo o decurso da vida, e depois da morte a libertação do Purgatório para si e seus parentes.
(Estatutos e Devocionários da Associação de São Miguel, p.13)
.
Método para rezar:
.
Sobre a Medalha, diz-se:
.
Vinde, ó Deus, em meu auxílo!
Socorrei-me sem demora!
Glória ao Pai…
.
Depois, deixando para o final as quatro contas que se sequem, toma-se a primeira conta grande da coroínha e reza-se a primeira saudação:
.
Primeira Saudação
Pela intercessão de SÃO MIGUEL e do coro celeste dos SERAFINS, para que o Senhor nos torne dignos de sermos abrasados de uma perfeita caridade. Amém.
.
Um Pai Nosso … Três Ave Marias … Glória.
.
Segunda Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos QUERUBINS, para que o Senhor nos conceda a graça de fugirmos do pecado e procurarmos a perfeição cristã. Amém.
.
Um Pai Nosso … Três Ave Marias … Glória.
.
Terceira Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos TRONOS, para que Deus derrame em nossos corações o espírito de verdadeira e sincera humildade. Amém.
.
Um Pai Nosso … Três Ave Marias … Glória.
.
Quarta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das DOMINAÇÕES, para que o Senhor nos conceda a graça de dominar nossos sentidos, e de nos corrigir das nossas más paixões. Amém.
.
Um Pai Nosso … Três Ave Marias … Glória.
.
Quinta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das POTESTADES, para que o Senhor se digne proteger nossas almas contra as ciladas e as tentações do demônio. Amém.
.
Um Pai Nosso … Três Ave Marias … Glória.
.
Sexta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das VIRTUDES, para que o Senhor não nos deixe cair em tentação, mas que nos livre de todo o mal. Amém.
.
Um Pai Nosso … Três Ave Marias … Glória.
.
Sétima Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos PRINCIPADOS, para que o Senhor encha nossas almas do espírito de uma verdadeira e sincera obediência. Amém.
.
Um Pai Nosso … Três Ave Marias … Glória.
.
Oitava Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste de todos os ARCANJOS, para que o Senhor nos conceda o dom da perseverança na fé e nas boas obras, afim de que possamos chegar a possuir a glória do Paraíso. Amém.
.
Um Pai Nosso … Três Ave Marias … Glória.
.
Nona Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste de todos os ANJOS, para que o Senhor se digne conceder-nos que sejamos guardados por eles nesta vida mortal, para sermos conduzidos por eles à glória eterna do Céu. Amém.
.
Um Pai Nosso … Três Ave Marias … Glória.
.
No final reza-se nas quatro contas grandes:
.
Um Pai Nosso … (em honra de São Miguel Arcanjo)
Um Pai Nosso … (em honra de São Gabriel)
Um Pai Nosso … (em honra de São Rafael)
Um Pai Nosso … (em honra do nosso Anjo da Guarda)
.
Termina-se rezando:
.
Antífona: Glorioso São Miguel, chefe e príncipe dos exércitos celestes, fiel guardião das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da casa de Deus, nosso admirável guia depois de Cristo; vós cuja excelência e virtudes são eminentíssimas, dignai-vos livrar-nos de todos os males, nós todos que recorremos a vós com confiança, e fazei pela vossa incomparável proteção que adiantemos, cada dia mais, na fidelidade em servir a Deus. Amém.
.
– Rogai por nós, ó bem-aventurado São Miguel, príncipe da Igreja de Cristo.
– Para que sejamos dignos de suas promessas.
.
Oração: Deus, todo poderoso e eterno, que por um prodígio de bondade e misericórdia para a salvação dos homens, escolhesses para príncipe de vossa Igreja o gloriosíssimo arcanjo São Miguel, tornai-nos dignos, nós Vo-lo pedimos, de sermos preservados de todos os nossos inimigos, a fim de que na hora da nossa morte nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos seja dado de sermos introduzidos por ele na presença da Vossa poderosa e Augusta Majestade, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
.
Amém.

Read Full Post »

Read Full Post »

Read Full Post »

Fonte: SPES

.

DECLARAÇÃO REVERSÍVEL

 .
Nem tudo do Capítulo Geral da Fraternidade São Pio X, realizado na Suíça em julho, pode ter sido desastroso. Mas de seus dois frutos oficiais, as “Seis Condições” foram “alarmantemente fracas” (cf. CE 268, 01 de setembro), e sua “Declaração” final deixou muito a desejar. Aqui está um breve resumo de seus 10 parágrafos:
1 Agradecemos a Deus pelos 42 anos de existência da nossa Fraternidade. 2 Nós redescobrimos nossa unidade após a recente crise (é mesmo?) 3 a fim de professar a nossa fé 4 na Igreja, no Papa, em Cristo Rei. 5 Nós permanecemos com o Magistério constante da Igreja, 6 como também com sua Tradição constante. 7 Unimo-nos a todos os católicos que estão agora sendo perseguidos. 8 Pedimos ajuda à Bem-Aventurada Virgem Maria, 9 a  São Miguel,  10 e a São Pio X.
Esta é uma declaração em que não falta piedade, que São Paulo diz ser útil para todos os fins (I Tm IV, 8). No entanto, para seus dois discípulos, Timóteo e Tito, ele constantemente enfatiza a necessidade de doutrina, que é a base da verdadeira piedade. Infelizmente, a Declaração é um pouco menos forte em doutrina. Em vez de golpear os erros doutrinais do Concílio que têm devastado a Igreja nos últimos 50 anos, ela traz em seus parágrafos mais doutrinários, 5 e 6, apenas uma tímida condenação desses erros, juntamente com uma homenagem ao Magistério imutável (5) e à Tradição (6) da Igreja. Precisa, mas que constitui um argumento muito facilmente reversível por um conciliar. Veja-se como:
O parágrafo 5º menciona as novidades do Vaticano II como “manchadas de erros”, considerando que o Magistério constante da Igreja é ininterrupto: “Por seu ato de ensinar ele transmite o depósito revelado em perfeita harmonia com tudo o que a Igreja universal ensinou em todos os tempos e lugares”, o que claramente implica que Roma deve levar o Concílio Vaticano II aos limpadores para tirar as manchas. Mas veja-se como um romano pode responder: “A expressão do Capítulo sobre a continuidade do Magistério é absolutamente admirável! Mas nós, romanos somos o Magistério, e nós dizemos que o Vaticano II não está manchado!”
O mesmo com o parágrafo 6. A Declaração afirma: “A Tradição constante da Igreja transmite e transmitirá até o fim dos tempos o conjunto de ensinamentos necessários para manter a Fé e salvar almas”. Assim, as autoridades da Igreja precisam voltar à Tradição. Os romanos respondem: “A descrição do Capítulo de como a Tradição lida com a Fé é absolutamente admirável! Mas nós, romanos, somos os guardiões desta Tradição, e nós dizemos, pela hermenêutica da continuidade, que o Vaticano II não a interrompeu, mas deu-lhe prosseguimento. Assim, o capítulo está inteiramente errado ao sugerir que temos de voltar a ela”.
Contraste-se tudo isso com a força do ataque irreversível do Arcebispo Lefebvre aos erros do Concílio Vaticano II, em sua famosa Declaração de novembro de 1974. Ele declara que a Roma conciliar não é a Roma católica porque a reforma conciliar é “naturalista, teilhardiana, liberal e protestante… completamente envenenada… provém da heresia e leva à heresia”, etc., etc. Sua conclusão é uma recusa categórica em manter qualquer relação com a nova Roma, porque esta absolutamente não é a Roma verdadeira.
Peguem-se na Internet as duas declarações, e veja-se qual delas é um inconfundível chamado de trombeta para a batalha necessária (I Cor, XIV, 8)! Há que perguntar quantos dos capitulares de 2012 já estudaram o que disse o Arcebispo, e por quê.
.
Kyrie eleison.

 

Read Full Post »

Fonte: Mosteiro da Santa Cruz

.

Nós sabemos pelo Gênesis, e melhor ainda pelo próprio Senhor que Satanás é o pai da mentira. No versículo 44, capítulo 8, do evangelho de São João, Nosso Senhor dirige-se aos Judeus dizendo: “o Diabo é vosso pai e vós quereis cumprir seus desejos. Ele foi homicida desde o princípio, e continua fora da Verdade, porque a Verdade não está nele; sua palavra é mentirosa porque por sua natureza ele mente: pois, com efeito, ele é mentiroso e pai da mentira…”

Satanás é homicida nas perseguições sanguinárias, pai da mentira nas heresias, em todas as falsas filosofias e nas palavras equívocas que estão na base das revoluções, das guerras mundiais e das guerras civis.

Ele não cessa de atacar Nosso Senhor em seu Corpo místico: a Igreja. No curso da História, empregou todos os meios, sendo um dos últimos e dos mais terríveis o da apostasia oficial das sociedades civis. O laicismo do Estado foi, e será sempre, um imenso escândalo para as almas dos cidadãos. E foi por esse artifício que ele conseguiu, pouco a pouco, laicizar e fazer perder a fé de numerosos membros da Igreja, a tal ponto que os falsos princípios da separação da Igreja e do Estado, da liberdade das religiões, do ateísmo político, da autoridade que apóia sua origem nos indivíduos acabaram por invadir os seminários, as paróquias, os bispados e mesmo o Concílio Vaticano II.

Para fazer isso Satanás inventou palavras-chaves que permitiram os erros modernos e modernistas penetrarem no Concílio: a falsa liberdade introduziu-se pela Liberdade religiosa ou liberdade das religiões; a “igualdade” pela Colegialidade que introduziu os princípios do igualitarismo democrático na Igreja, enfim, a “fraternidade” pelo Ecumenismo que abraça todas as heresias, todos erros e estende a mão a todos os inimigos da Igreja.

O golpe de mestre de Satanás foi, portanto, o de difundir os princípios revolucionários introduzidos na Igreja pela autoridade da própria Igreja, colocando essa autoridade numa situação de incoerência e contradição permanente. Se esse equívoco não for dissipado, os desastres multiplicar-se-ão na Igreja. A liturgia tornando-se um equívoco, o sacerdócio também se tornará, e o Catecismo o será igualmente. A própria hierarquia da Igreja vive num equívoco permanente entre a autoridade pessoal recebida pelo sacramento da Ordem e pela Missão de Pedro ou dos Bispos e os princípios democráticos.

É preciso reconhecer que essa mudança foi bem manejada e a mentira de Satanás maravilhosamente utilizada. A Igreja se destruirá a si mesma pela via da obediência. Ela se converterá ao mundo herético, pagão, por obediência através de uma liturgia equívoca, de um catecismo ambíguo e cheio de omissões e de instituições novas baseadas sobre os princípios democráticos.

As ordens, as contra-ordens, as circulares, constituições, prescrições serão tão bem manipuladas, tão bem orquestradas, sustentadas pela onipotência dos meios de comunicação social, e pelo que resta da Ação Católica, que todos os bons fiéis, os bons padres repetirão, com o coração quebrantado, mas consentido: é preciso obedecer ! A quem ? Ao quê ? Não se sabe direito: à Santa Sé, ao Concílio, às Comissões, às Conferências episcopais ? Perde-se a cabeça nos livros litúrgicos, nos ordos diocesanos, na indizível confusão dos catecismos, nas “Orações do Tempo Presente”, etc. É preciso obedecer, até tornar-se protestante, marxista, ateu, budista, indiferentista: pouco importa ! É preciso obedecer mediante as renegações dos padres, do absenteísmo dos Bispos – salvo para condenar aqueles que querem guardar a Fé -, mediante o casamento dos consagrados a Deus, da comunhão dos divorciados, da intercomunhão com os heréticos, etc. É preciso obedecer. Os seminários se esvaziam, assim como os noviciados, as casas religiosas, as escolas. Os tesouros da Igreja são pilhados, os padres se secularizam e se profanam em seu traje, em sua linguagem, em sua alma !…É preciso obedecer: Roma, as Conferências Episcopais, o Sínodo presbiteral o querem ! Eis o que todos os ecos das Igrejas, dos jornais, das revistas repetem: aggiornamento, abertura ao mundo. Infeliz daquele que não consente. Ele tem o direito de ser injuriado, caluniado, privado de tudo o que lhe permitiria viver. É um herético, cismático: que morra. É tudo o que merece.

Satanás verdadeiramente desferiu um golpe de mestre: ele conseguiu condenar aqueles que guardam a fé católica por aqueles mesmos que a deveriam defender e propagar.

Já é tempo de reencontrar o senso comum da fé, de encontrar a verdadeira obediência à verdadeira Igreja oculta sob a falsa máscara do equívoco e da mentira. A verdadeira Igreja, a verdadeira Sé Apostólica, o Sucessor de Pedro e os Bispos, na medida em que se submetem à Tradição da Igreja, não nos peçam e não podem nos pedir de nos tornar protestantes, marxistas ou comunistas. Poder-se-ia crer, ao ler-se certos documentos, certas constituições, certas circulares, certos catecismos, que se nos solicita a abandonar a verdadeira Fé em nome do Concílio, de Roma, etc.

Nós devemos recusar de nos tornarmos protestantes, de perder a Fé, de apostatar como o fez a sociedade política depois dos erros espalhados por Satanás com a Revolução de 1789. Nós recusamos apostatar, fosse isso em nome do Concílio, de Roma ou das Conferências Episcopais.

Sobretudo nós permanecemos firmemente ligados aos Concílios dogmáticos que definiram para sempre nossa Fé. Todo católico digno desse nome deve recusar o relativismo, o evolucionismo de sua fé, como se aquilo que foi definido solenemente outrora pelos Concílios não seria mais válido atualmente e pudesse ser modificado por outro Concílio, sobretudo se ele é apenas pastoral.

A confusão, a imprecisão, as modificações dos documentos sobre a liturgia, a precipitação na aplicação manifestam, evidentemente, que não se trata de uma reforma inspirada pelo Espírito Santo. Essa maneira de proceder é totalmente contrária aos hábitos romanos que sempre agiram “cum consilio et sapientia”. É impossível que o Espírito Santo tenha inspirado a definição da Missa segundo o artigo VII da Constituição (1) , e ainda mais incrível que se tenha sentido, em seguida, a necessidade de corrigir essa falsa definição, o que é uma confissão de irregularidade na mais importante realidade da Igreja: o Santo Sacrifício da Missa.

A presença dos protestantes na reforma litúrgica da Missa, é preciso dizer, representa um dilema que parece difícil de se escapar. Ou tal presença significaria que eles [os protestantes] foram convidados a reajustar seu culto aos dogmas da Santa Missa, ou que se lhes perguntava o quê na Missa católica os desagradava, a fim de não deixar subsistir uma expressão dogmática que eles não pudessem admitir. É evidente que foi a segunda solução que foi adotada, coisa inconcebível e, certamente, não inspirada pelo Espírito Santo.

Quando se considera que a concepção da Missa Normativa é aquela do Padre Bugnini e que ele a impôs tanto ao Sínodo como à Comissão Litúrgica, pode pensar-se que há Roma e Roma: a Roma eterna em sua Fé, seus dogmas, sua concepção do Sacrifício da Missa e a Roma temporal influenciada pelas idéias do mundo moderno, influência à qual não escapou o próprio Concílio que, por intenção e por graça do Espírito Santo se quis somente pastoral.

Santo Tomás se pergunta, na Questão sobre a correção fraterna, se convém que ela se exerça em relação aos Superiores. Com todas as distinções úteis, o Anjo das Escolas responde que ela deve fazer-se quando se trata da Fé.

Ora quem pode com toda consciência dizer que hoje a Fé dos fiéis e de toda Igreja não está gravemente ameaçada na Liturgia, no ensino do catecismo e nas instituições da Igreja ?

Que se leia e releia São Francisco de Sales, São Roberto Belarmino, São Pedro Canísio e Bossuet, e se encontrará com perplexidade que eles tiveram que lutar contra os mesmos erros. Mas dessa vez o drama extraordinário é que as desfigurações da Tradição nos vêm de Roma e das Conferências Episcopais. Portanto, quem quiser guardar a Fé, deve admitir que algo de anormal se passa na administração romana. Nós devemos certamente sustentar a infalibilidade da Igreja e do Sucessor de Pedro, mas nós devemos também admitir a situação trágica na qual se encontra nossa Fé católica pelas orientações e documentos que nos vêm da Igreja. Portanto, a conclusão retorna àquilo que dissemos no início: Satanás reina pelo equívoco e pela incoerência, que são os seus meios de combate e que enganam os homens de pouca Fé.

Esse equívoco deve ser combatido corajosamente a fim de preparar o dia em que a Providência escolher para a condená-lo oficialmente pelo sucessor de Pedro.

Que não nos chamem de rebeldes ou de orgulhosos, posto que não somos nós que julgamos, mas é o próprio Papa que, como Sucessor de Pedro, condena o que ele mesmo encoraja em outras ocasiões, é a Roma eterna que condena a Roma temporal. Nós preferimos obedecer à eterna.

Nós pensamos com toda consciência que toda legislação posta em prática depois do Concílio é ao menos duvidosa e por conseguinte nós apelamos para o Cânon 23 que trata desse caso e nos determina de nos manter na lei antiga.

Eis as palavras que, para alguns, parecerão ultrajosas à autoridade. Elas são, ao contrário, as únicas que protegem a autoridade e que a reconhecem verdadeiramente, pois a autoridade só pode existir para a Verdade e o Bem, e não para o erro e o vício.

No dia 13 de outubro, aniversário das aparições em Fátima – 1974.

Que Maria se digne abençoar essas linhas e as faça trazer frutos de Verdade e Santidade.

 .

+Marcel Lefebvre

 .

________________________

(1) Primeira redação da Constituição Apostólica Missale Romanum, de S.S. Paulo VI, que promulga o Novo Ordo da Missa, na qual a missa é definida à maneira protestante.

Read Full Post »

Hoje é o primeiro dia da Novena
de São Miguel Arcanjo!

Pequena Novena

Glorioso São Miguel Arcanjo, o primeiro entre os Anjos de Deus, guarda e protector da Igreja Católica, lembrando de que Nosso Senhor vos confiou a missão de velar pelo seu povo, em marcha para a vida eterna, mas rodeado de tantos perigos e ciladas do dragão infernal, eis me prostrado a vossos pés, para implorar confiantemente o vosso auxílio, pois não há necessidade alguma em que não possais valer.

Sabeis a angústia porque passa a minha alma.

Ide junto a Maria, nossa Mãe muito amada, ide a Jesus e dizei-lhe uma palavra em meu favor, pois sei que eles nada vos podem recusar.

Intercedei pela salvação da minha alma e, também agora, por aquilo que tanto me preocupa.

(Dizer, como quem conversa, o que desejamos).

E se o que peço não é para glória de Deus e bem da minha alma, obtende-me paciência e que eu me conforme com a vontade divina, pois sabeis o que é mais do agrado de Nosso Senhor e Pai.

Em nome de Jesus, Maria e José, atendei-me. Amém.

Rezam-se nove glórias em ação de graças por todos os dons concedidos por Deus a São Miguel, e aos Nove coros de Anjos.

.

Fonte: Escravas de Maria

Read Full Post »

Fonte: SPES

.

“REBELDE, DIVISOR”
.
O sétimo capítulo do Evangelho de São João tem uma lição especial para hoje: quem são os verdadeiros rebeldes contra a autoridade e quem são os rebeldes apenas aparentes? Quem parece estar dividindo o povo de Deus e quem está realmente a dividi-lo? As coisas não são sempre o que parecem. É necessário sempre “julgar não segundo as aparências, mas julgar com justiça” (S. Jo. VII, 24).
S. João (VII) está perto do fim da vida de Nosso Senhor na terra. Os judeus estão buscando matar Jesus (versículo 1), mas Nosso Senhor apesar disso sobe para Jerusalém e ensina no Templo (14). A multidão já está dividida (12), e assim o efeito de seu ensinamento é que algumas pessoas (40) reconhecem nEle o profeta (cf. Deut. XVIII, 15-19), enquanto outros (41, 42) rejeitam-Lhe este reconhecimento porque ele é da Galiléia. Assim há divisão e dissensão. Agora a divisão como tal é censurável, então a quem culpar? Certamente não Nosso Senhor, que está apenas pregando a doutrina de seu Pai do Céu (16-17). Nem pode ser culpada aquela parte da multidão que aceitou o divino ensinamento. Claramente a culpa pela dissensão encontra-se com as autoridades do Templo e aquela parte da multidão que rejeitou a Verdade.
Da mesma forma nos anos 70 e 80 o Arcebispo Lefebvre dividiu os Católicos por ensinar e pregar a verdade da Tradição Católica, mas que Católicos de agora, que se orgulham de ser Tradicionais, o culpam por aquela divisão? Claramente a culpa pela divisão da Igreja não está nem com o Arcebispo nem com aqueles que o seguiram, mas principalmente com aquelas autoridades da Igreja que estavam distorcendo a verdadeira religião, como as autoridades do Templo no tempo de Nosso Senhor. Uma e outra vez o Arcebispo implorou a eles para “julgarem com justiça”, confrontando o problema central criado pelo adultério Conciliar deles com o mundo moderno. Neste dia, eles recusaram esta confrontação. Uma e outra vez a única resposta deles tem sido “Obediência!”, “Unidade!”. Não sugere a falta de argumentos deles sobre as questões básicas da verdade que são eles os verdadeiros rebeldes e divisores da Igreja?
Mesmo a divergência como tal não é uma coisa boa, e ambos Nosso Senhor e o Arcebispo Lefebvre sabiam por antecipado que a dissensão seguiria no ensinamento deles. Por que então eles ainda seguiram adiante? Porque as almas podem ser salvas apesar da dissensão (cf. S. Lc. XII, 51-53), mas elas não podem ser salvas sem a Verdade. Se as autoridades religiosas estão enganando as pessoas – e o Diabo trabalha especialmente duro sobre eles por causa do poder deles para desviar muitas outras almas – então a Verdade deve ser dita para trazer as pessoas de volta ao caminho do Céu, mesmo se a dissensão for o resultado. A este respeito, a Verdade está acima da autoridade ou da unidade.
E onde está aquela verdade em 2012? O Vaticano II foi um desastre para a Igreja – verdadeiro ou falso? As autoridades da Igreja que realizaram Assis III e a “beatificação” de João Paulo II estão agarradas ao Vaticano II – verdadeiro ou falso? E então se a Sociedade de São Pio X se coloca sob estas mesmas autoridades, eles usarão todo o seu prestígio e poder que lhes serão dados sobre a FSSPX para dissolver sua resistência ao Vaticano II – verdadeiro ou falso? Assim a FSSPX corre um grave risco de perder continuamente o que quer que seja mesmo de resistir àqueles prestígio e poder – verdadeiro ou falso? Como os Romanos dizem, “Roma pode esperar”!
Então na atual FSSPX, se alguém “julga não conforme as aparências mas com reto juízo”, quem é que está sendo o verdadeiro “divisor”? Quem são os verdadeiros “rebeldes contra a autoridade”? Aqueles que criticam tal risco de misturar a Verdade Católica com o erro Conciliar, ou aqueles que o estão promovendo?
 .
Kyrie eleison.

Read Full Post »

Fonte: Escravas de Maria

.

15/09 Sábado
Festa das Sete Dores de Nossa Senhora de Segunda Classe
Paramentos Brancos
.
.
Nossa Senhora das Dores (também chamada Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora da Soledade, Nossa Senhora das Angústias, Nossa Senhora das Lágrimas, Nossa Senhora das Sete Dores, Nossa Senhora do Calvário ou ainda Nossa Senhora do Pranto, e invocada em latim como Beata Maria Virgo Perdolens, ou Mater Dolorosa), sendo sob essa designação particularmente cultuada em Portugal.
O culto à Mater Dolorosa iniciou-se em 1221, no Mosteiro de Schönau, na Germânia. Em 1239, a sua veneração no dia 15 de Setembro teve início em Florença, na Itália, pela Ordem dos Servos de Maria (Ordem Servita). Deve o seu nome às Sete Dores da Virgem Maria:
1- A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas, 2, 34-35)
2- A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus, 2, 13-21);
3- O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas, 2, 41-51);
4- O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas, 23, 27-31);
5- Maria observando o sofrimento e morte de Jesus na Cruz – Stabat Mater  (João, 19, 25-27);
6-  Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus, 27, 55-61);
7-  Maria observa o corpo do filho a ser depositado no Santo Sepulcro (Lucas, 23, 55-56).
.
.
.
Catarina nasceu em 1447, na cidade de Genova, na Itália, caçula de cinco filhos de Giacopo Fieschi e Francesca de Negro, e é considerada como uma das grandes personagens da Igreja no século XV e XVI. Em si, é ela uma grande divulgadora da Doutrina sobre o Purgatório, tanto que escreveu um Tratado sobre o assunto o famoso “Diálogo entre Alma e Corpo” e o “Tratado sobre o Purgatório”, ambos referidos como notáveis livros sobre misticismo. Seus ensinamentos foram determinantes na renovação espiritual da escola eclesiástica francesa nos séculos XVI e XVII. Ela veio a falecer em 14 de Setembro em 1510, e logo o seu túmulo passou a ser local de peregrinação e vários milagres foram atribuídos à sua intercessão e foi canonizada pelo Papa Clemente XII em 1737, e pelo Papa Pio, no ano de 1943, recebeu o título de Padroeira dos Hospitais Italianos. Era mística e, segundo a tradição, curava apenas com sua benção e orações.
.                                  
_________________________________________
Epistola                                                              
Judite 13,22-25
   .
22.Então todos, adorando o Senhor, disseram a Judite: O Senhor te abençoou com o seu poder, porque ele por ti aniquilou os nossos inimigos.23.Ozias, príncipe do povo de Israel, acrescentou: Minha filha, tu és bendita do Senhor Deus altíssimo, mais que todas as mulheres da terra.24.Bendito seja o Senhor, criador do céu e da terra, que te guiou para cortar a cabeça de nosso maior inimigo!25.Ele deu neste dia tanta glória ao teu nome, que nunca o teu louvor cessará de ser celebrado pelos homens, que se lembrarão eternamente do poder do Senhor. Ante os sofrimentos e a angústia de teu povo, não poupaste a tua vida, mas salvaste-nos da ruína, em presença de nosso Deus.
 .
_________________________________________
Evangelho
São João 19,25-27
   .
25.Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.26.Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho.27.Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.

Read Full Post »

A Família Ameaçada

Fonte: Maria Rosa

.

Carta de janeiro de 1993

Por Bispo Richard Williamson

Traduzido por Andrea Patricia

 .

 .

Queridos Amigos,

É claro que família gira em torno da mãe. E então ao defender a mulher autêntica, por exemplo, abordando o uso de calças por mulheres, se está ainda defendendo a família. Mas ao invés de culpar, esta carta quer incentivar os jovens pais e mães.

Jovens – e menos jovens – pais e mães, não é tão fácil uma tarefa como a vossa, a de criar hoje uma família católica. Para medir a extensão do problema, você deve medir a corrupção do catolicismo, que remonta a mais de um século, e você não é responsável pelos contras, mas sim por resistir à Revolução em sua própria família quando você entende como isso funciona.

Em todos os lugares, onde o Protestantismo surgiu há 400 anos, ele fez desaparecer a Igreja Católica ou Corpo Místico de Cristo, e ele fez do homem não mais um membro desse corpo social divino, mas um indivíduo isolado diante de Deus. De lá vem o individualismo moderno. Além disso, o Protestantismo também “liberou” a consciência do homem da autoridade da Igreja docente e dirigente (Mat. 28,19-20), deixando-o “livre”; é daí que vem o liberalismo moderno. Perto do final do século XX, mesmo naquelas partes do mundo onde o Protestantismo não havia prevalecido no início, o liberalismo individualista que ele criou penetrou profundamente, por exemplo, até mesmo dentro da Igreja Católica no Vaticano II. Então o mundo moderno está completamente imerso nas ideias protestantes: cada homem é livre, cada um por si, somos todos iguais na sociedade.

Mas estas ideias são profundamente antissociais. Assim, toda a sociedade moderna entra em colapso. Mas a família é uma pequena sociedade. Também a família moderna entra em colapso.

Para ilustrar como ele arruinou as coisas, vejamos o espetáculo que se apresenta hoje nos aeroportos, um pai com sua esposa e um ou dois filhos. Ele se veste, se comporta e está fazendo todo o possível para parecer com um “cavaleiro solitário”! Pobre família! Observa-se que sua esposa e filho ou filhos são naturalmente atraídos a ele, sob sua dependência natural; e depois por sua segunda natureza, o individualismo que o impregna desde o berço, os repele. No entanto, a dois pode-se jogar este jogo de independência. Então, vemos frequentemente a mulher, com seu filho único ou dois, tentando evitar depender dele. Então é só uma questão de tempo para que todos saiam do seu lado.

Visto que o casamento como foi projetado por Deus é um compromisso, as crianças são uma restrição; uma família é composta de laços, de restrições. Mas a “liberdade” ao contrário significa ausência de restrições: sem cordões, sem laços, sem apegos, sem afeições.

Assim, a “liberdade” destruiu a família.

A família como foi concebida por Deus é uma pequena sociedade hierárquica, com o pai na liderança, as crianças dependendo do pai e da mãe, e os servos depois deles (Ef. 5, 22 – 5, 19, incluindo a epístola da missa de casamento católico; ver Col. 3,18 a 4,21). Mas “igualdade” significa o desaparecimento de toda superioridade, de qualquer posição ou cargo.

Assim, a “igualdade” destruiu a família.

Mais uma vez, a família, como foi projetada por Deus, é uma pequena sociedade ou entidade social, na qual cada membro tem um papel distinto e complementar dos outros, até mesmo crianças mongoloides! Mas o individualismo significa independência – não interdependência -, seres humanos solitários. Assim, o individualismo destruiu a família.

Com efeito, é preciso saber o que queremos:

Ou o mundo moderno continua a glorificar a liberdade, a igualdade, o individualismo, a rebelião contra a autoridade, “cada um viva por si mesmo como lhe aprouver”, caso em que a família é prejudicada; ou o mundo procura defender a família, caso em que ele deveria parar de apresentar de forma atraente as ideias antissociais. Ele não pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

Ele não pode, ao mesmo tempo, “ficar com a manteiga e ganhar dinheiro com a manteiga” [a]. Ele não pode amar o liberalismo e a família. Um dos dois deve desaparecer. Hoje, é a família que desaparece. Os liberais razoáveis, com as melhores intenções, estão, apesar disso, no comboio da destruição. A estrada para o inferno está pavimentada com boas intenções – e de ideias falsas.

Caros pais e mães! Vocês tem alguma simpatia secreta pelo rebelde solitário que enfrenta a autoridade e que sem qualquer ajuda garante o triunfo contra ela, a verdade e o bem? Este é o herói de quase todos os filmes modernos. Cuidado! Sob este sistema de valores está incubada a destruição de sua família. É a desagregação familiar, deixando a porta aberta a uma cascata de males, que destrói os seres humanos: divórcio, contracepção, pornografia, aborto, eutanásia, precisamos enfatizar?

A jovem mãe que me escreveu para me apresentar seu caso: há mais de 15 anos você se tornou uma católica da tradição, tendo crescido nos anos 60, 70, foi um pouco doutrinada, você me disse, pelo movimento de libertação da mulher. Você passou pela universidade, tornou-se educadora, até mesmo trabalhou no Capitólio, e se tornou “capaz de grandes coisas”, encontrando exaltação e satisfação ao lado de seus colegas de trabalho. Então você se casou, decidiu ouvir seus sacerdotes, ficou em casa com as crianças, entre as quais há agora dois adolescentes. Na época, havia montes de coisas para limpar todos os dias, e todos os problemas trazidos sobre uma família, por exemplo, a necessidade alguns anos atrás de encontrar uma educação católica para os seus filhos, levou você a viajar duas horas por dia durante três deles enquanto você educava em casa outros dois e cuidava de um bebê. “Foi uma loucura!” você me disse.

Não tão louco, jovem mãe! O que você aspirava na Colina do Capitólio? Combater a pornografia? Eu lhe asseguro, se o seu afeto e pureza da mãe estão no coração de seus filhos, você fez mais para imunizar o seu interior do que todos esses legisladores nunca poderão fazer para proteger o seu exterior. Você sonhou em se envolver na interessante luta contra o aborto? Eu lhe asseguro, se você tiver metade da Fé sobrenatural em primeiro lugar e ficou em casa para criar uma grande família nesta Fé, você terá mais nos corações de suas filhas para lutar contra o aborto, do que se você e elas tivessem participado de inúmeras marchas, campanhas e manifestações. Sem mencionar que ao pregar pelo exemplo, você fez muito mais do que faria carregando cartazes!

Mãe, pode ser que você não pense assim no momento, mas você escolheu a melhor parte. Espere só sentir como o ninho estará vazio quando os “pássaros” tiverem voado! Você pode esperar? Venha me ver daqui a vinte anos! Enquanto isso, que Deus a abençoe e que você possa ter todo o apoio de que precisa, porque a mão que balança o berço governa o mundo; porque o coração da mãe é a primeiríssima sala de aula das crianças; porque só você pode colocar no coração e na alma de suas crianças a construção ou a demolição da sociedade para todos nós amanhã.

Maridos: apoiem as mães que criam seus filhos! Avós: estejam à altura da tarefa, seus netos precisam de vocês. Amigos da mesma paróquia: ajudem com a pilha de roupa para lavar, pois um pequeno gesto pode ter um grande alcance! Católicos: lembremos que o mundo inteiro depende de nós! E jovens mães não parem de trazer luz ao seu ninho, e que Deus as abençoe. Vivam por vossa fé católica, e vocês irão construir sobre a rocha, e nenhum vento e nenhuma inundação poderão prejudicá-los.

.

_______________

Traduzido de: Monseigneur Williamson. Feminisme et Pantalon. Paroles D’Evêques. Septembre 1991-Janvier 1994. ISBN 2-908758-01-6.

D. Williamson é Bispo da FSSPX.

___________________________________________

Notas da tradutora :

*Ganhei esse livreto com cinco cartas de D. Williamson discorrendo sobre a modéstia feminina, especialmente sobre a mulher e o problema da calça, em português: Feminismo e Calça. A primeira das cartas, a de setembro de 1991, já tinha sido traduzida por mim a partir do texto em inglês do blog “Filipino Flavour”. Veja: Carta 1Carta 2.

[a] « avoir le beurre et l’argent du beurre » : expressão francesa que significa que você não pode ter algo para si e ganhar dinheiro com a venda dele ao mesmo tempo. Ou você fica com a manteiga ou você a vende para obter dinheiro, não se pode ter as duas coisas ao mesmo tempo.

Read Full Post »

Fonte: SPES

.

             Diante do comunicado do Rev. Pe. Bouchacourt, o Mosteiro da Santa Cruz declara que chamou a Sua Ex. Dom Richard Williamson ao Brasil por considerá-lo um digno defensor da fé católica, capaz de confirmar na fé não só os monges de Santa Cruz, mas também as comunidades religiosas e os fiéis que veem com grande apreensão a nefasta política dos acordos práticos com Roma antes que Roma se converta de seus erros liberais e modernistas.

           Por que os capuchinhos, os dominicanos e mesmo os beneditinos de Bellaigue tiveram seus candidatos afastados ou ameaçados de afastamento da recepção das ordens, senão por causa de sua oposição à política dos acordos? E isto quando Roma já não queria mais os acordos, ao menos por hora.

            É faltar com a verdade calar as verdadeiras razões do que estamos vivendo. Por que a Dom Williamson se pediu que encerrasse seus “Comentários Eleison” senão por causa da doutrina aí exposta? Por que Dom Tissier de Mallerais teve de interromper suas pregações nos USA senão porque ele era contra a política dos acordos? Por que o Pe. Koller foi ameaçado de punição senão porque pregou contra esta mesma política? Por que os Revdos Padres Cardozo, Chazal, Pfeiffer e outros foram ou punidos ou expulsos senão por causa da sua oposição a esta mesma política?
            Cuidado, havia advertido Dom de Galarreta há alguns meses:
            “Para o bem da Fraternidade… e da Tradição, é necessário fechar bem depressa a ‘caixa de Pandora1,[1] a fim de evitar o descrédito e a demolição da autoridade, das contestações, das discórdias e das divisões, talvez sem retorno.”
            E Dom de Galarreta perguntava quais seriam as condições requeridas para uma proposta totalmente aceitável, ou seja, para uma vitória que só pode ser doutrinal, pois neste combate tudo repousa sobre a fé. E ele mesmo respondia remetendo-se aos textos de Dom Lefebvre citados em sua exposição.
            Citemos um destes textos:
            “Nós não temos a mesma maneira de conceber a reconciliação. O Cardeal Ratzinger a vê no sentido de nos reduzir, de nos conduzir ao Vaticano II. Nós, nós a vemos como um retorno de Roma à Tradição. Nós não nos entendemos. É um diálogo de surdos. Eu não posso falar muito do futuro, pois o meu está atrás de mim. Mas, se eu viver ainda um pouco e supondo que daqui a certo tempo Roma faça um chamado querendo me rever, querendo retomar as conversações, neste momento então serei eu que porei as condições. Eu não aceitarei mais ficar na situação em que nós nos encontramos durante os colóquios.[2] Está terminado.
            Eu porei a questão no plano doutrinal: ‘Os senhores estão de acordo com as grandes encíclicas de todos os Papas que vos precederam? Os senhores estão de acordo com Quanta Cura de Pio IX, Immortale Dei e Libertas de Leão XIII, Pascendi de Pio X, Quas Primas de Pio XI, Humani Generis de Pio XII? Os senhores estão em plena comunhão com estes Papas e suas afirmações? Os senhores aceitam ainda o juramento antimodernista? Os senhores são pelo reino social de Nosso Senhor Jesus Cristo?
            Se os senhores não aceitam a doutrina de seus predecessores, é inútil falarmos. Enquanto os senhores não aceitarem reformar o Concílio considerando a doutrina destes Papas que vos precederam, não há diálogo possível. É inútil.” (Fideliter, n°66, novembre-décembre 1988, pp. 12-13)
            Conclusão. A “caixa de Pandora” não foi realmente fechada, já que a linha traçada por Dom Lefebvre não está sendo seguida.
            Mas provavelmente o Rev. Pe. Bouchacourt dirá que, ao contrário, no Capítulo Geral tudo foi acertado. Tudo está em perfeita ordem. Infelizmente esta não é a verdade. O Capítulo Geral manteve o objetivo dos acordos numa base diferente da exposta acima por Sua Exc. Dom Marcel Lefebvre. Leiam os Comentários Eleison de Dom Williamson sobre as seis condições e verão como as resoluções do Capítulo Geral são insuficientes e diferentes das de Dom Lefebvre.
            Outros dirão: o que o senhor tem com isso? Tenho, porque a fé é um bem comum da Igreja e eu pertenço à Igreja e tenho, além disso, responsabilidades em relação aos monges de Santa Cruz e aos fiéis que nos manifestam sua confiança.
            Mas dirão ainda: a obediência transfere as responsabilidades aos superiores, e obedecendo ninguém se engana. Infelizmente as coisas não são tão simples. Foi assim que a maioria dos Bispos aceitou o Concílio Vaticano II.
            Mas dirão ainda: o senhor está contribuindo para dividir a Tradição. Respondo que a união deve se fazer em torno da verdade, ou seja, da fé católica, e as palavras e atitudes de Dom Fellay já não são, infelizmente, as de um discípulo de Dom Lefebvre, que, ele sim, defendeu a verdade sem concessões. Por que silenciar Dom Williamson e Dom Tissier de Mallerais? Leiam a carta dos três bispos a Dom Fellay e a seus assistentes e lá os senhores encontrarão a razão do combate da Tradição e a razão de nossa atitude.
            Corção repetia sem cessar que uma falsa noção de caridade e de união fazia estragos profundos na resistência católica. Quando se separa a caridade da verdade, a caridade deixa de ser caridade. Muitos, mesmo entre os seus amigos, o acusavam de faltar com a caridade por causa de seus artigos. Mas a primeira caridade é dizer a verdade. Era Corção que tinha razão, como os fatos o demonstraram. A mesma acusação foi feita contra Dom Lefebvre.
            Quanto à união, Corção dizia com humor que a experiência lhe havia ensinado que, contrariamente ao ditado popular: “a união faz a força”, ele havia tristemente constatado que frequentemente a união faz a fraqueza. E por quê? Porque uma união fora da verdade, uma união feita de concessões, uma união que sacrifica a fé é uma fraqueza que “torna fraca a forte gente”. E não foi isto que se passou com o Concílio Vaticano II? Para o bem da união com Paulo VI, muitos bispos acabaram assinando documentos inaceitáveis. A união fez não a força, mas o contrário dela.
            Ora, hoje na Tradição querem que nós nos unamos a todo o custo com os que creem que os erros do Concílio não são tão graves assim, que 95% do Concílio é aceitável, que a Liberdade Religiosa de Dignitatis Humanae é muito, muito limitada, que não se deve fazer dos erros do Concílio super-heresias. Mas isto não é verdade. O Concílio foi o maior desastre da história da Igreja desde a sua fundação, como diz Dom Lefebvre no seu livro Do Liberalismo à Apostasia. Se é para construirmos ou nos unirmos nestas bases, eu prefiro me abster e trabalhar para a restauração integral da fé católica como sempre nos aconselhou e exortou Dom Marcel Lefebvre, esperando que a Fraternidade se revigore novamente na fé, como espero que o faça, pois ela tem os meios para isso, já que conta com excelentes Bispos e excelentes sacerdotes.
            Quanto à acusação de que eu enganei os fiéis, dando a falsa impressão de que convidei Dom Williamson com todas as permissões de Dom Fellay, posso afirmar que não o escondi a ninguém, desde há muito tempo, nossa oposição à política de Dom Fellay; e, mesmo que o povo brasileiro seja um pouco ingênuo, não creio que o seja tanto quanto pensa o Rev. Pe. Bouchacourt. O contrário é que me parece ser verdade. Quem não sabe que Dom Williamson é malvisto em Menzingen? Porém aqui ele é bem-visto, pois a obediência só é uma virtude se estiver submissa a virtudes maiores, e acima de tudo à fé, à esperança e à caridade. Fazer da obediência uma arma para paralisar a Tradição é repetir o golpe de mestre de Satanás, como disse Dom Lefebvre, que pôs toda a Igreja na desobediência à sua própria Tradição, por obediência. Isto nós não faremos.
            Digam o que disserem. Há um problema, e este problema é de fé e ele é grave. Quanto a nós, nossa posição já está tomada. Ela é a de apoio a quem defende a fé como fizeram Dom Lefebvre, Dom Antônio de Castro Mayer, São Pio X e toda a Tradição da Igreja. Se tivermos de sofrer por causa disto, sofreremos, pois Nosso Senhor nos preveniu: “Quem quiser viver piedosamente no Cristo Jesus, sofrerá perseguição” (2 Tim. 3, 12).
            Quanto à Fraternidade, nós a consideramos como a obra providencial fundada por um Bispo que levou ao mais alto heroísmo as virtudes mais difíceis, que são aquelas para as quais Deus criou os dons de sabedoria, de inteligência, de conselho, de força, de ciência, de piedade e de temor de Deus. Dom Lefebvre, nós o consideramos como uma luz que brilhou nas trevas do mundo moderno, e a Fraternidade é sua obra e sua herdeira, mas com a condição de ser fiel à graça recebida. Nós rezamos por ela e, se nos opomos à política de Dom Fellay, não é por nenhum desejo hostil contra a Fraternidade, mas por amor a ela e ao próprio Dom Fellay, assim como amamos a Santa Igreja e por amor a ela combatemos o liberalismo e o modernismo de seus inimigos que se instalaram dentro dela. Que Deus abençoe e salve a Fraternidade São Pio X, à qual devo tudo o que recebi de melhor, tanto no que diz respeito à fé como no que diz respeito ao sacerdócio, que recebi das mãos de Sua Ex. Dom Marcel Lefebvre.
 .
             ir. Tomás de Aquino
             8 de setembro de 2012
             Natividade de Nossa Senhora
.
..

[1] Na mitologia grega Pandora designava a primeira mulher que, tomada de curiosidade, 
abriu a caixa enviada por zeus que continha todos os males, os quais saindo da caixa 
deixaram no fundo apenas a esperança.
[2] Dom Lefebvre faz alusão aos colóquios de antes das sagrações de 1988.

Read Full Post »

Fonte: SPES

.

Dom Williamson

.
[Tradução: Maria Dolores Ribeiro Orge]
 .
AMBIGÜIDADE DE ABRIL
 .
Em meados de abril, foi submetido a Roma em nome da Sociedade de São Pio X um documento confidencial, de natureza doutrinal, do qual foi dito que ele estabeleceu princípios católicos que todas as autoridades da FSSPX poderiam subscrevê-lo. Em meados de junho, Roma rejeitou o documento como base para um acordo Roma-FSSPX. Graças a Deus, porque ele continha uma ambigüidade extremamente perigosa: em resumo, uma expressão do tipo “O Magistério de todos os tempos” significa até 1962 ou até 2012? É toda a diferença entre a religião de Deus e a religião de Deus mudada pelo homem moderno, ou seja, a religião do homem. Aqui estão alguns dos princípios, conforme sintetizado pelas autoridades da FSSPX:
“1/ …A Tradição deve ser o critério e guia para a compreensão dos ensinamentos do Concílio Vaticano II. 2/ Assim as declarações do Concílio Vaticano II e o ensinamento pontifício pós-conciliar, referente ao ecumenismo e o diálogo inter-religioso ou liberdade religiosa, só podem ser entendidos à luz da tradição completa e ininterrupta, 3/ de forma a não colidir com as verdades anteriormente ensinadas pelo Magistério da Igreja, 4/ sem aceitar qualquer interpretação contrária ou em ruptura com a Tradição e o Magistério…”.
A ambigüidade de 1962 ou 2012 se esconde aqui nas palavras “Tradição” e “Magistério”. São estas duas palavras tomadas para excluir as doutrinas do Concílio (1962-1965) e suas conseqüências, ou elas estão incluindo-as? Qualquer seguidor da Tradição vai ler o trecho a fim de excluí-las, porque ele sabe que há uma enorme diferença entre a Igreja e a Nova Igreja. Mas qualquer crente no Concílio Vaticano II pode então ler o trecho para ser capaz de fingir que há uma perfeita continuidade entre a Igreja de antes e depois do Concílio. Vamos olhar mais de perto como os tradicionalistas e os conciliaristas podem ler o trecho a sua própria maneira.
Em primeiro lugar, a leitura tradicional: -“1/ a Tradição pré-conciliar conseguiu ser a medida e o juiz dos ensinamentos do Concílio (e não o contrário). 2/ Assim os ensinamentos conciliar e pós-conciliar devem ser peneirados de acordo com a totalidade do ensino tradicional antes do Concílio, 3/ de forma a não colidir com qualquer coisa que o Magistério ensinou antes do Concílio, 4/ não aceitando nenhuma interpretação ou texto que rompe com a Tradição ou o Magistério pré-conciliar.”
Em segundo lugar, a leitura conciliar (certamente aquela dos Romanos no comando da Igreja de hoje): – “1/ A Tradição de antes e depois do Concílio (porque não há nenhuma diferença) deve ser o juiz do Concílio. 2/ Assim o ensinamento Conciliar sobre assuntos polêmicos deve ser peneirado de acordo com uma completa Tradição pré e pós-conciliar (porque só isso é a “complementação” da Tradição), 3/ para assim não chocar com o Magistério pré ou pós-conciliar da Igreja (porque eles ensinam o mesmo), 4/ não aceitando nenhuma interpretação que rompa com a Tradição ou o Magistério pré ou pós-conciliar (porque não há nenhuma ruptura entre todos os quatro).”
Esta leitura conciliar quer dizer que o Concílio será julgado pelo Concílio, o que significa, é claro, que ele vai ser absolvido. Ao contrário, pela leitura tradicional, o Concílio é totalmente condenado. A ambigüidade é mortal para a Fé. Alguém aqui está parecendo jogar com nossas mentes católicas. Quem quer que seja, seja anátema!
Kyrie eleison.

Read Full Post »

Um cirurgião no Calvário

Fonte: SPES

.

O Dr. Pierre Barbet, Cirurgião do Hospital São José (Paris), descreveu os sofrimentos de Nosso Senhor na Crucifixão, após o estudo das impressões no Santo Sudário.
.

A crucifixão começa. Os verdugos conhecem seu ofício. Começarão por desnudá-lo. O manto superior não apresentará nenhuma dificuldade, mas a túnica aderiu intimamente às chagas, pegou a todo o seu corpo, e esta retirada é simplesmente atroz. Você já tirou alguma vez uma atadura de uma ferida já seca? Você já teve que sofrer esta operação, que muitas vezes exige anestesia? Se é assim, então poderá entender algo do ocorrido a Cristo.
Cada fio da lã se tornou uma só coisa com a superfície do corpo e arrancá-los traz consigo inumeráveis terminações nervosas, deixadas ao ar na ferida. Estes milhares de choques dolorosos multiplicam-se, aumentando cada um a sensibilidade externa do sistema nervoso. Não se trata de uma lesão local, senão de quase toda a superfície do corpo e, sobretudo, de suas costas dilaceradas.
Os verdugos, apressados, procedem grosseiramente. Talvez assim seja melhor. Mas, como essa dor aguda, atroz, não lhe produz uma síncope?
Os verdugos medem a perfuração para abrir os orifícios aos cravos e a horrível operação começa. Um dos ajudantes puxa um dos braços com a palma para cima. O verdugo toma o cravo (um longo cravo pontiagudo, que na parte próxima à cabeça mede quase 1 cm), apóia-o sobre o pulso, na fenda que ele conhece bem. Um só golpe de seu pesado martelo e o cravo entrou na madeira. Dois golpes mais e ficará bem preso.
Jesus não gritou mas seu rosto se contraiu horrivelmente. Seu polegar com um movimento violento, nervoso, enterrou-se na palma: seu nervo mediano tinha sido ferido. Uma dor inenarrável, lacerante, que se alastrou por seus dedos, correu como uma flecha de fogo até seu ombro e prorrompeu no cérebro. É a dor mais insuportável para um homem, aquele que provém do corte dos grandes centros nervosos. Quase sempre traz consigo a síncope. Jesus não quis perder o conhecimento. Se ao menos o nervo tivesse sido todo cortado! Mas não, só foi destruído em parte. A ferida do feixe de nervos está roçando no cravo e sobre ele, em seguida quando for suspenso o corpo, será terrivelmente estendido, como se estende uma corda de violino sobre sua ponte. Vibrará a cada sacudida, a cada movimento, renovando a dor horrível. E isso durante três horas.
Estendem-lhe o outro braço; os mesmos gestos se repetem, as mesmas dores. Mas desta vez, Jesus já sabe o que lhe espera, acaba de experimentar na outra mão. Já está cravado no patíbulo (o travessão horizontal da cruz), ao que se adaptam seus dois ombros e seus dois braços. Já tem forma de cruz.
Tem que ficar de pé. O verdugo e seu ajudante sustentam as pontas do patíbulo e endireitam o condenado. Fazem-no retroceder, apóiam-no à viga, desgarrando suas mãos perfuradas (ai de seus nervos médios!). Com um último esforço, pois a viga não está muito alta, rápido porque pesa, engancham com certeira manobra o patíbulo no alto da viga.
O corpo pendurado pelos braços, que se estendem obliquamente, é agoviante. Os ombros feridos pelos açoites e o peso da cruz, rasparam dolorosamente na madeira áspera. A nuca que sobrepassa o patíbulo, golpeou contra ele ao passar, para terminar apoiando-se no alto da viga. As pontas afiladas do grande capacete de espinhos dilacerou o crânio ainda mais profundamente. Sua pobre cabeça pende para diante, pois a espessura da coroa lhe impede repousar sobre a madeira; e cada vez que a endireita renova suas perfurações.
O corpo pendente não está sustentado mais que pelos dois cravos fincados nos dois carpos (ai dos nervos médios!). Poderia ficar assim. O corpo não se inclinará adiante, mas o costume é fixar também os pés. O pé esquerdo plano sobre a cruz. De um só golpe de martelo, o cravo afunda no meio (entre o segundo e o terceiro metatarsos). O ajudante endireita o outro joelho e o verdugo, aproximando o pé direito sobre o esquerdo, que o ajudante mantém plano, com um segundo golpe no mesmo lugar, perfura este pé. Logo com fortes pancadas, o cravo penetra na madeira. Aqui, o suplício não fez mais que começar.
Jesus a princípio sentiu algum alívio. Depois de tantas torturas, para um corpo esgotado, essa imobilidade foi quase um descanso, que coincidiu com uma baixa do seu tono vital.
Mas tem sede. Até agora não a tinha manifestado. Rejeitou a bebida calmante, preparada pelas caridosas mulheres de Jerusalém. Seu sofrimento o quer completo. Tem sede: nada bebeu nem comeu desde o entardecer anterior. E estamos ao meio-dia. Uma boa alma entre os soldados, ocultando sua compaixão, molhando uma esponja em seu vinho acidificado, “vinagre”, dizem os Evangelistas, apresenta-lhe na ponta de uma vara. Tomará ao menos uma gota? Qualquer bebida significa para um torturado uma síncope mortal. Dominará sua sede? Morrerá em sua hora; falta-lhe a fala por duas ou três vezes.
Logo se produz um fenômeno estranho. Os músculos de seus braços ficam rígidos, em uma contração que aumenta por espasmos. Seus deltóides, seus bícepes distendidos, são marcados na pele dilacerada. Seus dedos se curvam como garfos. Cãibras! Você já experimentou essa dor aguda e crescente, em uma perna, entre as costelas, em qualquer parte do corpo?
Agora as coxas e as pernas mostram esses traços rígidos. Os dedos dos pés se curvam, como numa dessas terríveis crises que jamais se esquece. Há generalização das cãibras em todo o corpo. Começa pelos músculos do ventre, logo os intercostais, os do pescoço, por fim os respiratórios.
Sua respiração vai ficando cada vez mais curta, mais superficial. A tensão muscular duplicou nas costelas já levantadas pela contração dos braços. O ar entra silvando, mas já quase não sai. Respira ansiosamente, inspira um pouco, mas já não pode inspirar mais. Tem falta de ar (está como os asmáticos nos momentos mais agudos do ataque).
Seu rosto pálido enrubesceu pouco a pouco, passou a púrpura, ao violeta, por fim ao azul. Se asfixia. Seus pulmões repletos de ar não podem esvaziar-se. Sua testa está coberta de suor. Seus olhos desorbitados mexem em sangue. Que dor horrível deve martelar seu crânio! Vai morrer.
Lentamente, com um esforço sobrehumano se apoiou sobre o cravo dos pés. Sim, sobre suas chagas e os joelhos se estendem pouco a pouco e o corpo se levanta devagar, aliviando a tensão dos braços.
Então, começa a ceder o terrível fenômeno. A cãibra diminui. Os músculos se afrouxam, ao menos os do peito. A respiração se faz mais fácil e profunda; os pulmões se renovam, em seguida o rosto adquire sua palidez de antes.
E para que todo esse esforço? Cristo nos vai falar: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”. Perdoa a nós, seus verdugos. Mas seu corpo novamente baixa. A cãibra começa de novo… E cada vez que fala (sete palavras conservamos) e cada vez que quer respirar, tem que apoiar-se novamente sobre o cravo de seus pés.
E cada movimento repercute em suas mãos, com dores atrozes. É a asfixia periódica que sente uma pessoa estrangulada e logo volta à vida, para sufocar-se uma e outra vez. Cristo não pode escapar desta asfixia senão ao custo de dores horríveis. E isto vai durar três horas!
Todas as suas chagas estão infectadas. Delas sai uma linfa clara e transparente.
Jesus segue lutando; de vez em quando se ergue. Todas as suas dores, sua sede, suas cãibras, a asfixia e as vibrações de seus dois nervos médios.
Por fim, em um supremo esforço, endireita-se por última vez e dando um grito, exclama: “Pai, em tuas mãos entrego meu Espírito”.
.
(Quando o Papa Pio XII escutou do Dr. Pierre Barbet a explicação médica do padecimento de Cristo na Cruz, empalideceu de angústia.)

Read Full Post »

http://borboletasaoluar.blogspot.com.br/2012/09/e-correto-falar-de-nossa-heranca.html

Read Full Post »

Fonte: SPES

.

.

.

.

Read Full Post »

Fonte: SPES

.

Ir. Tomás de Aquino

3 de setembro, Festa de São Pio X

 .
Neste momento dramático da vida da Santa Igreja, momento em que a Fé se encontra ameaçada gravissimamente, uma voz episcopal se levanta e confirma os fiéis na Fé de seu Batismo. De quem é esta voz senão do Bispo perseguido, caluniado, acusado de rebeldia, etc., etc., etc.? E por que é ele perseguido, caluniado, acusado? Justamente porque defende a Fé e este crime não tem perdão para o mundo moderno. O mundo moderno aceita tudo, aceita até mesmo a Tradição, contanto que a Tradição aceite o mundo moderno. O mundo moderno é um dissolvente altamente concentrado. Ele aceita tudo o que ele pode dissolver, menos a Fé Católica indissolúvel, menos a Fé integral, menos a íntegra, pura e imaculada Doutrina Católica, e é isto que está em jogo neste momento dramático para a Tradição. Vamos dividir a Fé como propôs Salomão às duas mulheres que disputavam uma criança? A Roma modernista diz: “Sim, dividamos a Fé, façamos uma barganha. Por que não?” Dom Williamson diz: “Não, non possumus!”, e nós com ele: “Non possumus!” Como São Pedro aos fariseus nós dizemos: “Não podemos não pregar em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo! Julgai vós mesmos se é melhor obedecer aos homens do que a Deus”. A criança deve viver, como no julgamento de Salomão. No caso presente não é a criança que deve viver, mas a mãe, Nossa Mãe a Santa Igreja. Dividi-la, dando um pedaço aos modernistas e um pedaço aos tradicionalistas? Jamais!
Por todas estas razões nós dizemos e proclamamos: “Honra e glória a Dom Williamson e a todos os padres que defendem a Fé sem compromisso com os inimigos da Fé católica”. Alguns talvez se escandalizem pelo simples fato de falarmos de inimigos nesta terrível batalha. Se este é o seu caso, caro leitor, lembre-se de que a Igreja aqui na terra é chamada de militante porque ela milita contra três cruéis inimigos, como diz o Catecismo do Concílio de Trento, os quais são o demônio, o mundo e a carne. Lembre-se também da oração: “Pelo sinal da santa Cruz, livrai-nos, Deus Nosso Senhor, de nossos inimigos”. Lembre-se também do que disse São Pio X, que festejamos hoje. Os inimigos da Igreja se encontram atualmente nas veias mesmo da Igreja.
Estes inimigos estão em Roma, infelizmente, esta Roma que quer fazer um acordo com a Tradição, ou seja, a Roma modernista que quer fazer um acordo com a Roma eterna. Para que fim? Mesmo que não saiba qual é a intenção do coração de Bento XVI, não é difícil saber que fim terá tudo isto se este acordo (cujos frutos amargos já se fazem sentir, antes mesmo de concluídos) se realizar. O fruto, que já se está vendo, será o silêncio da Tradição, mas como diz São Gregório Magno: “A Igreja prefere morrer a se calar”. Logo ela, a verdadeira mãe, não se calará, não fará este vergonhoso acordo, mas continuará a falar, pregar e trabalhar pela salvação de seus filhos. É o que estão fazendo padres corajosos, e é o que está fazendo Dom Williamson. Por esta razão dizemos: “Honra e glória a Dom Williamson, sucessor dos apóstolos e confessor da Fé.”
Honra e glória ao Bispo que fez 99 crismas em oito dias e dirigiu sua palavra apostólica 15 vezes a públicos diversos que, somados, representam mais de 300 pessoas, neste vasto Brasil, evangelizado pelos portugueses e agora por um Bispo da outrora “ilha dos santos”.
Nosso mosteiro da Santa Cruz e os fiéis do Rio, Salvador, Vitória, Campo Grande (aonde um atraso nas conexões impediram a ida de Dom Williamson), Maringá e Nova Friburgo agradecem a solicitude de um verdadeiro filho de Dom Lefebvre, fiel aos seus ensinamentos, que veio nos confirmar não só com o sacramento, mas também com sua profunda compreensão da doutrina revelada, dos erros modernos e dos remédios aos males de hoje, entre os quais se destaca com um brilho todo especial o Santo Rosário, que Dom Williamson nos recomenda rezar integralmente todos os dias. Que a Virgem Santíssima nos obtenha a graça de vigiar e orar para não entrarmos na tentação dos acordos e para vencermos a serpente infernal que quer destruir a Tradição.

Read Full Post »

.

SEIS CONDICIONES

En una carta oficial del 18 de Julio a los Superiores de Distrito de la Hermandad San Pío X, su Secretario General reveló las seis “Condiciones” para cualquier acuerdo futuro entre la HSPX y Roma. Ellas resultaron de los debates de los 39 capitulantes a principios de Julio. Sin lugar a dudas, estas condiciones demuestran una alarmante debilidad de parte de los líderes de la Hermandad tomados en su conjunto.

El “primer requerimiento esencial” es la libertad para la Hermandad de enseñar la verdad inmutable de la Tradición Católica y de criticar a esos responsables de los errores del modernismo, del liberalismo y del Vaticano II. Muy bien. Pero, observad hasta qué punto la visión del Capítulo ha cambiado en relación a la de Mons. Lefebvre. Ya no es “Roma que debe convertirse porque la Verdad es absoluta”, sino que ahora solamente “la Hermandad SPX pide la libertad para ella misma de decir la Verdad”. En vez de atacar la traición Conciliar, la Hermandad SPX ¿solicita ahora a los traidores que le den el permiso de decir la Verdad? “¡Ay! ¡Que caída fue esa entonces!”

La segunda condición exige el uso exclusivo de la liturgia de 1962. Otra vez, muy bien, en cuanto que la liturgia de 1962 no traiciona la Fe como lo hace la liturgia Conciliar impuesta por Roma desde 1969 en adelante. ¿Acaso no vemos ahora mismo que Roma se está preparando para imponer a las Congregaciones Tradicionales que se han sometido a su autoridad un “mutuo enriquecimiento” del Misal mezclando la Misa Tradicional y la Nueva Misa”? Una vez que la Hermandad SPX se haya sometido a Roma, ¿por qué tendría que ser protegida más que estas otras Congregaciones?

La tercer condición exige la garantía de por lo menos un obispo. La cuestión clave aquí es, ¿quien lo elegirá? Lectores, en el texto de cualquier futuro “acuerdo” con Roma, vayan directamente al párrafo que se refiere al nombramiento de los obispos. En 1988 Roma propuso que el Arzobispo presente una selección de tres candidatos para que ellos eligieran uno. Roma entonces rechazó a los tres. Pero, ¿cuándo entenderá la gente? Los Católicos deben luchar y luchar siempre en esta guerra titánica entre la Religión de Dios y la religión del hombre.

La cuarta condición desea que la Fraternidad tenga sus propios tribunales de primera instancia. Pero si cualquier tribunal superior es de la Iglesia oficial y puede deshacer las decisiones de los tribunales inferiores, ¿qué decisión católica, de cualquier tribunal de la Hermandad, podrá entonces tener la menor fuerza?

La quinta condición desea la exención de las casas de la Hermandad del control de los obispos diocesanos. ¡Increíble! Desde hace cerca de 40 años la Hermandad no ha cesado de luchar para salvar la Fe protegiendo su verdadera práctica de la interferencia de los obispos conciliares locales, y ¿ahora viene el Capítulo General solamente deseando la independencia respecto a estos obispos? La Hermandad ya no es lo que era, estimados lectores. ¡Está en las manos de personas muy diferentes de Mons. Lefebvre!

La sexta y última condición desea una comisión a ser establecida en Roma para cuidar de la Tradición, con una fuerte representación de la Tradición, pero “dependiendo del Papa”. ¿Dependiendo del Papa? Pero ¿acaso los Papas Conciliares no han sido líderes eminentes del Conciliarismo? ¿O es que el Conciliarismo ha dejado de ser un problema?

En conclusión, estas seis condiciones son excesivamente graves. A menos que el cuartel general de la Hermandad sea sacado de su sueño de paz con la Roma Conciliar tal como esas condiciones lo revelan, entonces el último bastión mundial de la Tradición católica está en riesgo de estar en vías de rendirse a los enemigos de la Fe. ¿Será que ya pasó la época de los bastiones? Amigos, prepárense a luchar por la Fe desde adentro de vuestros hogares. De sus hogares hagan Ustedes fortines.

Kyrie eleison.

Read Full Post »

São Pio X, Papa e Confessor

Fonte: Escravas de Maria

.

03/09 Segunda-feira
Festa de Terceira Classe
Paramentos Brancos
.
.
São Pio X (em italiano: Pio X, latim eclesiástico: Pius PP. X), OFS, nascido Giuseppe Melchiorre Sarto; Riese, 2 de Junho de 1835 — Roma, 20 de Agosto de 1914), foi o 257.º Papa. O seu pontificado decorreu de 4 de agosto de 1903 até à data da sua morte. Ficou conhecido como o “Papa da Eucaristia” e foi o primeiro Papa a ser canonizado desde Pio V (1566–72).
Era o segundo de dez filhos de uma família rural da província de Treviso. Ordenado em 1858, estudou direito canónico e a obra de São Tomás de Aquino. Em 10 de Novembro de 1884 foi elevado a Bispo de Mântua, e em 1896 a Patriarca de Veneza sendo eleito Papa em 4 de Agosto de 1903 com 55 dos 60 votos possíveis no conclave.

O seu lema era “Renovar todas as coisas em Cristo”, expresso na sua encíclica E Supremi Apostolatus.[1] Por esta razão, foi um defensor intransigente da ortodoxia doutrinária e governou a Igreja Católica com mão firme numa época em que esta enfrentava um laicismo muito forte e diversas tendências do modernismo, encarado por ele como a síntese de todas as heresias nos campos dos estudos bíblicos e teologia.
Pio X introduziu grandes reformas na liturgia e codificou a Doutrina da Igreja Católica, sempre num sentido tradicional e facilitou a participação popular na Eucaristia. Foi um Papa pastoral, encorajando estilos de vida que reflectissem os valores cristãos. Permitiu a prática da comunhão eucarística frequente e fomentou o acesso das crianças à Eucaristia quando da chegada à chamada idade da razão. Promoveu ainda o estudo do canto gregoriano e do catecismo (ele próprio foi autor de um catecismo, designado por Catecismo de São Pio X). Criou a Pontifícia Comissão Bíblica e colocou as bases do Código de Direito Canônico, promulgado em 1917 após a sua morte. Publicou 16 encíclicas.
Pascendi Dominici Gregis é uma encíclica papal promulgada pelo Papa Pio X em setembro de 1907. Seu subtítulo diz: Carta Encíclica do Papa Pio X sobre os erros do modernismo. O Documento, assim, condena o modernismo católico, considerado uma “síntese de todas as heresias”, com sua junção de evolucionismo, relativismo, cripto-marxismo, cientificismo e psicologismo.
Como consequência da Encíclica, o papa formulou o “juramento anti-modernista”, obrigatório para todos os padres, bispos e catequistas.
Curiosamente, tal juramento só foi abolido em 1967, pelo Papa Paulo VI. Este facto levou ver as profecias de Salete e Fátima acontecer pois outrora se combatia modernismo e partir daquele momento tornou-se na doutrina subjacente da “nova Igreja”. Um dos mais influentes filósofos modernistas foi Teilhard de Chardin, que pretendia reunir catolicismo com darwinismo e marxismo (Isto é um fato pois no seminário do mundo se vê isso em prática é perguntar a qualquer seminarista).
Este documento como evidência do aviso de Fátima de que a Igreja Católica passaria por uma crise de fé.
Os papas anteriores ao Concílio Vaticano II já estavam atentos para a infiltração de inimigos da Tradição no seio da instituição. O Papa Paulo VI não fez o juramento por ser um modernista, confirmando Nossa Senhora de Fátima que os erros começariam pelo topo.
 .
Célebre juramento anti-modernista elaborado por São Pio X
 .
Eu, ______________, firmemente abraço e aceito cada uma e todas as definições feitas e declaradas pela autoridade inerente da Igreja, especialmente estas verdades principais que são diretamente opostas aos erros deste dia.
Antes de mais nada eu professo que Deus, a origem e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão a partir do mundo criado (Cf Rom. 1,90), ou seja, dos trabalhos visíveis da Criação, como uma causa a partir de seus efeitos, e que, portanto, Sua existência também pode ser demonstrada.
Segundo: eu aceito e reconheço as provas exteriores da revelação, ou seja, os atos divinos e especialmente os milagres e profecias como os sinais mais seguros da origem divina da Religião cristã e considero estas mesmas provas bem adaptadas à compreensão de todas as eras e de todos os homens, até mesmo os de agora.
Terceiro, eu acredito com fé igualmente firme que a Igreja, Guardiã e mestra da Palavra Revelada, foi instituída pessoalmente pelo Cristo histórico e real quando Ele viveu entre nós, e que a Igreja foi construída sobre Pedro, o príncipe da hierarquia apostólica, e seus sucessores pela duração dos tempos.
Quarto: eu sinceramente mantenho que a Doutrina da Fé nos foi trazida desde os Apóstolos pelos Padres ortodoxos com exatamente o mesmo significado e sempre com o mesmo propósito. Assim sendo, eu rejeito inteiramente a falsa representação herética de que os dogmas evoluem e se modificam de um significado para outro diferente do que a Igreja antes manteve. Condeno também todo erro segundo o qual, no lugar do divino Depósito que foi confiado à esposa de Cristo para que ela o guardasse, há apenas uma invenção filosófica ou produto de consciência humana que foi gradualmente desenvolvida pelo esforço humano e continuará a se desenvolver indefinidamente.
Quinto: eu mantenho com certeza e confesso sinceramente que a Fé não é um sentimento cego de religião que se alevanta das profundezas do subconsciente pelo impulso do coração e pela moção da vontade treinada para a moralidade, mas um genuíno assentimento da inteligência com a Verdade recebida oralmente de uma fonte externa. Por este assentimento, devido à autoridade do Deus supremamente verdadeiro, acreditamos ser Verdade o que foi revelado e atestado por um Deus pessoal, nosso Criador e Senhor.
Além disso, com a devida reverência, eu me submeto e adiro com todo o meu coração às condenações, declarações e todas as proibições contidas na encíclica Pascendi e no decreto Lamentabili, especialmente as que dizem respeito ao que é conhecido como a história dos dogmas.
Também rejeito o erro daqueles que dizem que a Fé mantida pela Igreja pode contradizer a história, e que os dogmas católicos, no sentido em que são agora entendidos, são irreconciliáveis com uma visão mais realista das origens da Religião cristã.
Também condeno e rejeito a opinião dos que dizem que um cristão erudito assume uma dupla personalidade – a de um crente e ao mesmo tempo a de um historiador, como se fosse permissível a um historiador manter coisas que contradizem a Fé do crente, ou estabelecer premissas que, desde que não haja negação direta dos dogmas, levariam à conclusão de que os dogmas são falsos ou duvidosos.
Do mesmo modo, eu rejeito o método de julgar e interpretar a Sagrada Escritura que, afastando-se da Tradição da Igreja, da analogia da Fé e das normas da Sé Apostólica, abraça as falsas representações dos racionalistas e sem prudência ou restrição adota a crítica textual como norma única e suprema.
Além disso, eu rejeito a opinião dos que mantém que um professor ensinando ou escrevendo sobre um assunto histórico-teológico deve antes colocar de lado qualquer opinião preconcebida sobre a origem sobrenatural da Tradição católica ou a promessa divina de ajudar a preservar para sempre toda a Verdade Revelada; e que ele deveria então interpretar os escritos dos Padres apenas por princípios científicos, excluindo toda autoridade sagrada, e com a mesma liberdade de julgamento que é comum na investigação de todos os documentos históricos profanos.
Finalmente, declaro que sou completamente oposto ao erro dos modernistas, que mantém nada haver de divino na Tradição sagrada; ou, o que é muito pior, dizer que há, mas em um sentido panteísta, com o resultado de nada restar a não ser este fato simples – a colocar no mesmo plano com os fatos comuns da história – o fato, precisamente, de que um grupo de homens, por seu próprio trabalho, talento e qualidades continuaram ao longo dos tempos subsequentes uma escola iniciada por Cristo e por Seus Apóstolos.
Prometo que manterei todos estes artigos fielmente, inteiramente e sinceramente e os guardarei invioladas, sem me desviar em nenhuma maneira por palavras ou por escrito. Isto eu prometo, assim eu juro, para isso Deus me ajude, e os Santos Evagelhos de Deus que agora toco com minha mão. (São Pio X, Papa)
.

Carta Encíclica “PASCENDI DOMINICI GREGIS”, de São Pio X: sobre as doutrinas modernistas

.

_________________________________________
Epistola
I Tessalonicenses 2,2-8

2.Apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, como sabeis, ousamos, confiados em nosso Deus, pregar-vos o Evangelho de Deus em meio de muitas lutas.3.A nossa pregação não provém de erro, nem de intenções fraudulentas, nem de engano.4.Mas, como Deus nos julgou dignos de nos confiar o Evangelho, falamos, não para agradar aos homens, e sim a Deus, que sonda os nossos corações.5.Com efeito, nunca usamos de adulação, como sabeis, nem fomos levados por fins interesseiros. Deus é testemunha.6.Não buscamos glórias humanas, nem de vós nem de outros.7.Na qualidade de apóstolos de Cristo, poderíamos apresentar-nos como pessoas de autoridade. Todavia, nos fizemos discretos no meio de vós. Como a mãe a acariciar os seus filhinhos,8.assim, em nossa ternura por vós, desejávamos não só comunicar-vos o Evangelho de Deus, mas até a nossa própria vida, porquanto nos sois muito queridos.

.
_________________________________________
Evangelho
São João 21,15-17

15.Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros.16.Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros.17.Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.

Read Full Post »