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Archive for maio \31\-03:00 2012

Fonte: Escravas de Maria

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Maria, rainha Santíssima

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31/05 Quinta-feira da oitava de Pentecostes
Festa de Primeira Classe 
Paramento Vermelho
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A encíclica Ad Caeli Reginam (Rainha do Céu), do Papa Pio XII, de 11 de outubro de 1954 trata sobre a Realeza de Maria e a instituição Festa de Nossa Senhora Rainha, celebrada a cada dia 31 de maio com o costume de coroar-se a imagem da Virgem e da recitação pública da Consagração do Gênero Humano ao Imaculado Coração de Maria. Na mesma encíclica o Papa Pio XII escreveu: “Maria é Rainha não só por ser a Mãe de Deus, mas também por ter sido associada, pela vontade de Deus, a Jesus Cristo na obra da salvação. Isenta de qualquer culpa pessoal ou hereditária, e sempre estreitissimamente unida ao Filho, ela o ofereceu no Calvário ao Eterno Pai, sacrificando seu amor de mãe em benefício de toda a humanidade manchada pelo pecado. Por isso, assim como Jesus é Rei não só por ser o Filho de Deus, mas também por ser o nosso Redentor, assim pode-se afirmar que Maria é Rainha não só por ser a Mãe de Deus, mas também porque se associou a Cristo na redenção do gênero humano. “Maria participa da dignidade real – ensina Pio XII – porque desta união com Cristo Rei deriva para ela tão esplendente sublimidade, que supera a excelência de todas as coisas criadas. Desta mesma união com Cristo nasce aquele poder real, pelo qual ela pode dispor dos tesouros do Reino do Redentor divino”. O Reino de Maria é vasto como o de seu Filho, porque nada se exclui de seu domínio.”
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Epístola
Atos dos Apóstolos 8, 5-8 
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5.Assim Filipe desceu à cidade de Samaria, pregando-lhes Cristo.6.A multidão estava atenta ao que Filipe lhe dizia, escutando-o unanimemente e presenciando os prodígios que fazia.7.Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam, levantando grandes brados. Igualmente foram curados muitos paralíticos e coxos.8.Por esse motivo, naquela cidade reinava grande alegria.
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Evangelho
São Lucas 9, 1-6 
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1.Reunindo Jesus os doze apóstolos, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curar enfermidades.2.Enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos.3.Disse-lhes: Não leveis coisa alguma para o caminho, nem bordão, nem mochila, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas.4.Em qualquer casa em que entrardes, ficai ali até que deixeis aquela localidade.5.Onde ninguém vos receber, deixai aquela cidade e em testemunho contra eles sacudi a poeira dos vossos pés.6.Partiram, pois, e percorriam as aldeias, pregando o Evangelho e fazendo curas por toda parte.

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Fonte: SPES

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[Tradução: Maria Dolores Ribeiro Orge]

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Queridos fiéis:

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Parte I
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A nova Roma fornicadora
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Na semana passada me levantei reconciliado com a nova Roma –pensei durante 12 anos que isso nunca passaria–, mas enquanto eu estava dormindo a sesta, o Vaticano II da FSSPX fez das suas e agora é a janela da Fraternidade que se abriu para a nova Roma, com a alavanca da falsa obediência.
Apesar disso, a Nova Roma será destruída, ela é Cartago para nós. Não temos nada que ver com ela, não temos estrutura canônica com ela, não temos nenhum acordo prático com ela, não temos nenhum ponto de convergência doutrinal com ela. Se Nossa Senhora disse: “Roma perderá a fé e tornar-se-á a sede do Anticristo”, de fato Roma perderá a fé e tornar-se-á a sede do Anticristo, apesar de todas as formosas correções diplomáticas que se possa imaginar, com a ajuda das vestes Pontifícias e Cardenalícias, palácios, monumentos sagrados, batinas púrpuras e cíngulos com franjas, apesar de falar suave romano e os esforços de expertos da reconciliação, apesar da permissão para rezar missas, dos adornos da tradição e dos amendoins do Cardeal Hoyos.
A Nova Roma segue estando morta, não para nós (da Tradição) que não estamos unidos a ela, senão para milhões e milhões de almas que, nestes 50 anos, podiam ter ido ao Céu por permanecer Católico ou por entrar na Igreja Católica.
E já que o que nos propõe é estar justo debaixo do Papa, (nada novo por certo, isto foi proposto sempre a todos aqueles que terminaram reciclados ao modernismo), vamos prestar atenção à pessoa a quem queremos confiar a nós mesmos, o Papa Bento XVI, que reina sobre a Igreja oficial de maneira misteriosa e válida.
O Papa Bento XVI, anteriormente cardeal Ratzinger, é nosso mais coerente, racional, metódico, organizado e eficaz inimigo. Vem estudando nosso caso há décadas, quase enganou Monsenhor Lefebvre em 1988. Enquanto que compartilha a mesma teologia herética como os outros líderes hereges, preparou uma imagem perfeitamente conservadora e tranquilizadora. O homem nunca meteu ninguém na prisão, nunca lutou contra nós com armas, mas sua caneta (e sua voz melódica doce), teve mais êxito. “O poder dos cavalos se encontra em sua boca” (Apoc. IX, 19).
 “Mas, padre, como se pode condenar a um homem, a própria cabeça da igreja visível deste modo, a priori e com tanta veemência?” “Por que tal endurecimento?”
 Uma condena a priori é má, mas se a condena se produz depois de uma enorme montanha de provas, do passado e do presente, essa condena tem que ser forte. Um lobo é um lobo. Se é lobo, pensa como lobo, atua como lobo e mata como um lobo.
Pensa como um lobo: Depois de sua má formação no seminário, o Pe. Ratzinger se converteu no assessor de Karl Rahner, talvez o pior “perito” do Concílio Vaticano II e revelou seu pensamento central no livro titulado de maneira tradicional “Princípios da Teologia Católica”, que eu li. Seu pensamento estabelecido é que não há um conceito estabelecido e estável em todo o religioso, mas NÃO SE IRIA MUITO LONGE MUDANDO CONCEITOS DOGMÁTICOS. A mente da gente trabalha a uma velocidade diferente, necessitamos um modernismo adaptável a várias velocidades. A Pascendi denunciou o modernismo em 2D, Bento XVI é o modernismo em 3D.
Esta grande habilidade seduziu a muitos de seus colegas modernistas, e assim ocorreu que o Cardeal Ratzinger se converteu no arquiteto do Novo Catecismo, a Declaração sobre a justificação, a Declaração de Balamand, todo o projeto de Assis… Quase todos os desastrosos pronunciamentos do Papa João Paulo II podem ser rastreados até ele, e podemos dizer que ele mudou de opinião hoje em dia? Claro que não, porque quando leu seu próprio decreto da “beatificação” de João Paulo II, declarou ao final que o principal sinal da santidade de João Paulo II é o Concílio e sua intensa aplicação à Igreja através de seu pontificado.
Por isso é tão importante ver se Bento XVI atua como um lobo agora, não antes, senão agora, porque a grande tentação é crer que as coisas mudaram e que Bento XVI está muito inclinado para nós, de tal maneira que chegou a ser quase um de nós… Que formoso e esperançoso, não?
Mas não, quatro vezes não pelo menos: pelo hinduísmo, o islã, o judaísmo e o protestantismo.
Hinduísmo: quando eu estava em Bombaim por volta de 2006, cheguei a ler o que Bento XVI disse sobre a inculturação na Índia. Elogiou-a, mas com reservas. Não é bonita e tradicional sua reserva sobre a inculturação? Bom, exceto pelo feito de que reprovou aos bispos da Índia “que só inseriam os elementos hindus no culto católico em vez de por bastante da cultura budista também, e isto é muito triste, porque a religião budista se originou na Índia e o budismo é uma grande religião”…
Notem bem: não se pôs penachos e plumas indianas, não ao Kumkum na frente, mas teve uma aproximação mais intelectual e consistente.
Islã: uma vez mais, Bento XVI não beijou o Corão, que vai contra suas categorias de sensibilidade Bavária. Mas quando foi à Mesquita de Istambul, tirou os sapatos, dirigiu-se ao emir, juntou as mãos na posição muçulmana, voltou-se para a Meca e rezou com os outros muçulmanos que o rodeavam. Tudo isto durou só uns minutos, nunca se repetiu de novo, mas novamente se pode ver a mesma consistência da prática. Bento XVI é um pouco como a gravação de uma câmara de vigilância, muito chato de ver, exceto em uns poucos quadros horríveis.
Judaísmo: a falta de assiduidade para o paganismo e o Islã em Bento XVI está claramente compensada por seu fervor e admiração pela religião judia. Quase todos os anos, o Papa vai à sinagoga e faz longos discursos, cuja principal idéia é “O Antigo Pacto segue válido e não foi revocado”.
Como se pode ser mais claramente oposto à fé católica? Ou às Epístolas de São Paulo? Isto é tão grave que o ecumenismo de Bento XVI parece sugerir que uma religião está por cima das demais, ou seja, o Judaísmo. E sua eleição pelo judaísmo é sensata, porque o judaísmo é a pior religião falsa, já que nega tão perfeitamente e com tanta veemência a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Protestantismo: o anterior não quer dizer que Bento XVI não entenda a profunda espiritualidade de Martinho Lutero. Mas uma vez mais, Bento XVI irá além de João Paulo. Ele entrou no templo protestante com vestes Pontifícias, (não só em batina branca) e participou na primeira parte (lembre que “Bento XVI é um conservador”, só metade mau) de um culto protestante. Seu louvor de Lutero é mais detalhado e profundo, motivado espiritual e teologicamente: como poderia ser de outra maneira? Ele é um Papa alemão.
Não esqueçamos que ele é o primeiro Papa que rompeu a doutrina católica sobre a anticoncepção artificial (sobre uso do preservativo pelo prostituto) ou o primeiro em convidar os ateus para a reunião de oração de Assis, o primeiro em reunir-se com um bispo mulher em traje de bispa e em dar a comunhão a um protestante (“Irmão Roger” do Taizé), etc.
A entrevista recente chamada “O Sal da Terra” mostra uma mente completamente confundida, incapaz de conceitos estáveis e dogmas, uma mente sem fé, diz Mons. Tissier de Mallerais (cujo livro não pôde ser publicado desde algum tempo por Clovis por razões técnicas, e não vai ser traduzido pelo Angelus, por respeito às sensibilidades do Distrito da América). Bento XVI segue vendo a renovação em face à destruição. Ele teve a destreza de escrever um livro sobre Jesus, sem mencionar, ainda que seja uma vez, sua divindade. Ele está completamente obstinado em seu pensamento, portanto, qualquer discussão doutrinal com seus expertos estava condenada ao fracasso.
Mata como um lobo. Se um é tão obstinado em suas idéias, não há nenhuma razão pela que deva mudar suas ações. Bento XVI, pelo que sabemos, não diz a verdadeira Missa. Fez uma missa de cara ao Oriente, na Capela Sistina, mas explicou de imediato que era porque o lugar não tem um altar de frente para o povo e que o texto que recitou foi o texto da missa nova, essa missa que envia tanta gente ao inferno.
Sem dúvida, o cardeal Ratzinger rezou a verdadeira Missa no passado, mas foi para enganar a Fraternidade de São Pedro (a grande antessala para os sacerdotes antes de serem reciclados na diocese local) ou em Fongombault, com o fim de presidir as reuniões para discutir a “Reforma da Reforma”.
Em si, Bento XVI não crê na verdadeira Missa, para ele é uma peça de museu. Há pouco li noWall Street Journal, na primeira página, sobre sua visita a Cuba. Muito surpreendentemente, Fidel Castro lhe perguntou: “Quando se reuniram, por que a Igreja teve que mudar a liturgia?” Bento XVI respondeu imediatamente: “Para a renovação”. Esta é a resposta típica de um progressista empedernido.
Sua obstinação no erro o leva a apoiar a todos os neocristãos e protestantes carismáticos contaminados, já que isto cria a falsa idéia da restauração das coisas, como o Opus Dei, e o que fica da impiedade da gente o esvazia na cloaca de todas as heresias. Bento XVI é um gênio.
Se quer saber o que é um líder, você também tem que olhar a quem ele designa, já que governar é delegar. As três posições mais altas na igreja são o da Secretaria de Estado, a Congregação para a Fé e a Congregação para os Bispos.
O cardeal Bertone é secretário de Estado e claramente um delinquente. À diferença de Bento XVI, é abertamente um modernista, igual que seus famosos antecessores, cardeal Villot e o cardeal Casaroli.
Ele tem o mal humor de Villot e o espírito de manobrar de Casaroli e se encarrega de que seu legado se mantenha, ou seja, que todos os governos civis sigam estando separados da Igreja nos países católicos e anima a que se execute de acordo aos princípios maçônicos.
Os Dez Mandamentos da Secretaria de Estado são os direitos do homem sobre a base da dignidade da pessoa humana. Portanto, a paz mundial requer que não haja medidas sérias que se devem tomar para deter a perseguição dos católicos nos países anticristãos e que os esforços daqueles que ainda querem seguir sendo católicos por aí sejam discretamente desorganizados, como na China, na Rússia e no mundo muçulmano.
O cardeal Bertone excomungou o nosso bom amigo, o Padre Nicholas Gruner. Ele é sobretudo conhecido por nós pelo enterro da mensagem de Fátima, ainda que ele não foi quem o desenhou no ano 2000. Esta tarefa pertenceu então ao mestre: o cardeal Ratzinger.
O seguinte na linha é o cardeal Levada, um amigo próximo e sucessor do cardeal Ratzinger na Congregação para a Doutrina da Fé. Ele não parece estar fazendo muito, mas um expediente fundamental foi colocado em sua mesa: o trato com a FSSPX. … Vejam quão bem nos está fazendo em pedaços.
O passado do cardeal Levada não é muito conhecido para nós e isso é uma lástima. Quando era bispo de São Francisco tinha paróquias para gays e lésbicas, segundo nos disseram nossos fiéis da zona desta baía.
Também é bem sabido que ele tratou de que o finado Pe. Heidt regressasse à diocese, sentado com majestade em sua sala, franqueado pelos expertos canônicos e teólogos prontos para disparar. O padre Heidt não se imutou: “Ok, regresse-me, mas com uma condição” – “Qual é?” – “Não quero ver nenhum sacerdote gay, nem perto de mim nem em minha paróquia nem nas atividades de minha paróquia” – “só posso dizer que não” – “o mesmo eu”, respondeu o velho guerreiro e saiu da sala. O Padre Heidt tem razão, o que estamos fazendo com essas pessoas?
Poucas pessoas sabem muito sobre o cardeal Ouellet, o Prefeito da Congregação para os Bispos.
Igual que as outras duas congregações antes mencionadas, a Congregação está ocupada mantendo a Igreja em seu estado de desolação em todos os níveis locais ou de diocese.
De fato, seria um grande desastre para o Novus ordo, si de cada 4000 bispos mais ou menos, só um chegasse a ser inteiramente tradicional. Não só isso, senão que a Congregação vê que não haja nenhum bispo dizendo a Missa correta, que seja proveniente da classificação dos grupos Ecclesia Dei. E se pode encontrar um em Campos, este tem que tratar de governar seus seguidores sob a direção de outro bispo, ou seja, o bispo oficial de Campos.
As almas são enviadas ao inferno porque o clero local falha em ensinar a Fé ao seu rebanho e a fazer penitência de seus pecados. Não há melhor maneira de fazê-lo que dar, aos fiéis, bispos consistentemente maus, alguns menos maus e menos conscientes do que estão fazendo aos demais, estou de acordo, mas todos eles maus, sem exceção.
A gente pode ir através de todas as congregações menores e ver o mesmo padrão de liquidação da Igreja Católica, mas vou reter só uma, pelo bem da brevidade: a Comissão Ecclesia Dei.
Se bem a nova Roma quer abraçar-nos com tanta ternura, com um braço (o cardeal Levada) e outro (Mons. Pozzo), ao mesmo tempo está estrangulando até a morte ao Instituto do Bom Pastor.
A este Instituto se lhe solicita pôr-se na linha com o Concílio Vaticano II em sua predicação, nos seminários, por ocasião celebrar a nova missa e com a colaboração completa com a diocese local, contra as garantias feitas há cinco anos. Como vamos crer que a nova Roma não vai fazer as mesmas petições depois de cinco ou seis anos? … A FSSPX, se diz, pensa que pode casar-se com a igreja oficial sem perder a virgindade de sua fé.
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Fonte: Escravas de Maria

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Santa Joana d’Arc 
600 anos de seu nascimento 1412-1431 
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30/05 Quarta-feira das Quatro-Têmporas de Pentecostes dentro da oitava de Pentecostes
Festa de Primeira Classe 
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Paramento Vermelho
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Filha de Jaques d’Arc e Isabel, camponeses muito pobres, Joana nasceu em Domrémy, na região francesa de Lorena, em 6 de janeiro de 1412. Cresceu no meio rural, piedosa, devota e analfabeta, assinava seu nome utilizando uma simples, mas significativa, cruz. Significativa porque já aos treze anos começou a viver experiências místicas.
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Ouvia as “vozes” do arcanjo Miguel, das santas Catarina de Alexandria e Margarida de Antioquia, avisando que ela teria uma importante missão pela frente e deveria preparar-se para ela. Os pais, no início, não deram importância, depois acharam que estava louca e por fim acreditaram, mas temeram por Joana.
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A França vivia a Guerra dos Cem Anos com a Inglaterra, governada por Henrique VI. Os franceses estavam enfraquecidos com o rei deposto e os ingleses tentando firmar seus exércitos para tomar de vez o trono. As mensagens que Joana recebia exigiam que ela expulsasse os invasores, reconquistasse a cidade de Orleans e reconduzisse ao trono o rei Carlos VII, para ser coroado na catedral de Reims, novamente como legítimo rei da França. A ordem para ela não parecia impossível, bastava cumpri-la, pois tinha certeza de que Deus estava a seu lado. O problema maior era conseguir falar pessoalmente com o rei deposto.
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Conseguiu aos dezoito anos de idade. Carlos VII só concordou em seguir seus conselhos quando percebeu que ela realmente tinha por trás de si o sinal de Deus. Isso porque Joana falou com o rei sobre assuntos que na verdade eram segredos militares e de Estado, que ninguém conhecia, a não ser ele. Deu-lhe, então, a chefia de seus exércitos. Joana vestiu armadura de aço, empunhou como única arma uma bandeira com a cruz e os nomes de Jesus e Maria nela bordados, chamando os comandantes à luta pela pátria e por Deus.
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E o que aconteceu na batalha que teve aquela figura feminina, jovem e mística, que nada entendia de táticas ou estratégias militares, à frente dos soldados, foi inenarrável. Os franceses sitiados reagiram e venceram os invasores ingleses, livrando o país da submissão.
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Carlos VII foi, então, coroado na catedral de Reims, como era tradição na realeza francesa.
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A luta pela reconquista demorara cerca de um ano e ela desejava voltar para sua vida simples no campo. Mas o rei exigiu que ela continuasse comandando os exércitos na reconquista de Paris. Ela obedeceu, mas foi ferida e também traída, sendo vendida para os ingleses, que decidiram julgá-la por heresia. Num processo religioso grotesco, completamente ilegal, foi condenada à fogueira como “feiticeira, blasfema e herética”. Tinha dezenove anos e morreu murmurando os nomes de Jesus e Maria, em 30 de maio de 1431, diante da comoção popular na praça do Mercado Vermelho, em Rouen.
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Não fossem os fatos devidamente conhecidos e comprovados, seria difícil crer na existência dessa jovem mártir, que sacrificou sua vida pela libertação de sua pátria e de seu povo. Vinte anos depois, o processo foi revisto pelo papa Calisto III, que constatou a injustiça e a reabilitou. Joana d’Arc foi canonizada em 1920 pelo papa Bento XV, sendo proclamada padroeira da França. O dia de hoje é comemorado na França como data nacional, em memória de santa Joana d’Arc, mártir da pátria e da fé.
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Epístola
Atos dos Apóstolos 5, 12-16 

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12.Enquanto isso, realizavam-se entre o povo pelas mãos dos apóstolos muitos milagres e prodígios. Reuniam-se eles todos unânimes no pórtico de Salomão.13.Dos outros ninguém ousava juntar-se a eles, mas o povo lhes tributava grandes louvores.14.Cada vez mais aumentava a multidão dos homens e mulheres que acreditavam no Senhor.15.De maneira que traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e macas, a fim de que, quando Pedro passasse, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles.16.Também das cidades vizinhas de Jerusalém afluía muita gente, trazendo os enfermos e os atormentados por espíritos imundos, e todos eles eram curados.
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Evangelho
São João 6,44-52 

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44.Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu hei de ressuscitá-lo no último dia.45.Está escrito nos profetas: Todos serão ensinados por Deus (Is 54,13). Assim, todo aquele que ouviu o Pai e foi por ele instruído vem a mim.46.Não que alguém tenha visto o Pai, pois só aquele que vem de Deus, esse é que viu o Pai. 47.Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.48.Eu sou o pão da vida.49.Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram.50.Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer.51.Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo.52.A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?

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CARTA ENCÍCLICA DO PAPA PIO XII

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AD CAELI REGINAM

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SOBRE A REALEZA DE MARIA
E A INSTITUIÇÃO DA SUA FESTA

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Aos veneráveis irmãos Patriarcas, Primazes,
Arcebispos e bispos e outros Ordinários do lugar,
em paz e comunhão com a Sé Apostólica

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INTRODUÇÃO

1. Desde os primeiros séculos da Igreja católica, elevou o povo cristão orações e cânticos de louvor e de devoção à Rainha do céu tanto nos momentos de alegria, como sobretudo quando se via ameaçado por graves perigos; e nunca foi frustrada a esperança posta na Mãe do Rei divino, Jesus Cristo, nem se enfraqueceu a fé, que nos ensina reinar com materno coração no universo inteiro a Virgem Maria, Mãe de Deus, assim como está coroada de glória na bem-aventurança celeste.

2. Ora, depois das grandes calamidades que, mesmo à nossa vista, destruíram horrivelmente florescentes cidades, vilas e aldeias; diante do doloroso espetáculo de tantos e tão grandes males morais, que transbordam em temeroso aluvião; quando vacila às vezes a justiça e triunfa com freqüência a corrupção; neste incerto e temeroso estado de coisas, sentimos nós a maior dor; mas ao mesmo tempo recorremos confiantes à nossa rainha, Maria santíssima, e patenteamos-lhe não só os nossos devotos sentimentos mas também os de todos os fiéis cristãos.

3. É grato e útil recordar que nós próprios – no dia 1° de novembro do ano santo de 1950, diante de grande multidão formada de cardeais, bispos, sacerdotes e simples cristãos, vindos de toda a parte do mundo – definimos o dogma da assunção da bem-aventurada virgem Maria ao céu(1), a qual presente em alma e corpo, reina entre os coros dos anjos e santos, juntamente com o seu unigênito Filho. Além disso – ocorrendo o primeiro centenário da definição dogmática do nosso predecessor de imortal memória Pio IX, que proclamou ter sido a Mãe de Deus concebida sem qualquer mancha do pecado original – promulgamos,(2) com grande alegria do nosso coração paterno, o presente ano mariano; e vemos com satisfação que não só nesta augusta cidade – especialmente na Basílica Liberiana, onde inumeráveis multidões vão testemunhando bem claramente a sua fé e ardente amor a Mãe do céu – mas em todas as partes do mundo a devoção à virgem Mãe de Deus refloresce cada vez mais, ocorrendo grandes peregrinações aos principais santuários de Maria.

4. Todos sabem que nós, na medida do possível – quando em audiências falamos aos nossos filhos, ou quando, por meio das ondas radiofônicas, dirigimos mensagens ao longe – não deixamos de recomendar, a quantos nos ouviam que amassem, com amor terno e filial, tão boa e poderosa Mãe. A esse propósito, recordamos em especial a radiomensagem que endereçamos ao povo português, por motivo da coroação da prodigiosa imagem de nossa Senhora de Fátima (3), que chamamos radiomensagem da “realeza” de Maria.(4)

5. Portanto, como coroamento de tantos testemunhos deste nosso amor filial, a que o povo cristão correspondeu com tanto ardor, para encerrar com alegria e fruto o ano mariano que se aproxima do fim, e para satisfazer aos insistentes pedidos, que nos chegaram de toda a parte, resolvemos instituir a festa litúrgica da bem-aventurada rainha virgem Maria.

6. Não é verdade nova que propomos à crença do povo cristão, porque o fundamento e as razões da dignidade régia de Maria encontram-se bem expressos em todas as idades, e constam dos documentos antigos da Igreja e dos livros da sagrada liturgia.

7. Queremos recordá-los na presente encíclica, para renovar os louvores da nossa Mãe do céu e avivar proveitosamente na alma de todos a devoção para com ela.

I
A REALEZA DE MARIA NOS TEXTOS DA TRADIÇÃO… 

8. Com razão acreditou sempre o povo fiel, já nos séculos passados, que a mulher, de quem nasceu o Filho do Altíssimo – o qual “reinará eternamente na casa de Jacó”(5), (será) “Príncipe da Paz”(6) , “Rei dos Reis e Senhor dos senhores”(7)-, recebeu mais que todas as outras criaturas singulares privilégios de graça. E considerando que há estreita relação entre uma mãe e o seu filho, sem dificuldade reconheceu na Mãe de Deus a dignidade real sobre todas as coisas.

9. Assim, baseando-se nas palavras do arcanjo Gabriel, que predisse o reino eterno do Filho de Maria,(8) e nas de Isabel, que se inclinou diante dela e a saudou como “Mãe do meu Senhor”,(9) compreende-se que já os antigos escritores eclesiásticos chamassem a Maria “mãe do Rei” e “Mãe do Senhor”, dando claramente a entender que da realeza do Filho derivara para a Mãe certa elevação e preeminência.

10. Santo Efrém, com grande inspiração poética, põe estas palavras na boca de Maria: “Erga-me o firmamento nos seus braços, porque eu estou mais honrada do que ele. O céu não foi tua mãe, e fizeste dele teu trono. Ora, quanto mais se deve honrar e venerar a mãe do Rei, do que o seu trono!”(10) Em outro passo, assim invoca a Maria santíssima: “…Virgem augusta e protetora, rainha e senhora, protege-me à tua sombra, guarda-me, para que Satanás, que semeia ruínas, não me ataque, nem triunfe de mim o iníquo adversário”.(11)

11. A Maria chama s. Gregório Nazianzeno “Mãe do Rei de todo o universo”, “Mãe virgem, [que] deu à luz o Rei do todo o mundo”.(12) Prudêncio diz que a Mãe se maravilha “de ter gerado a Deus não só como homem mas também como sumo rei”.(13)

12. E afirmam claramente a dignidade real de Maria aqueles que a chamam “senhora”, “dominadora” e “rainha”.

13. Já numa homilia atribuída a Orígenes, Maria é chamada por Isabel não só “Mãe do meu Senhor” mas também “Tu, minha Senhora”.(14)

14. O mesmo conceito se pode deduzir dum texto de s. Jerônimo, que expõe o próprio parecer acerca das várias interpretações do nome de Maria: “Saiba-se que Maria, na língua siríaca, significa Senhora”.(15) Igualmente e com mais decisão, se exprime depois s. Pedro Crisólogo: “O nome hebraico Maria traduz-se por “Domina” em latim: “portanto o anjo chama-lhe Senhora para livrar do temor de escrava a mãe do Dominador, a qual nasce e se chama Senhora pelo poder do Filho”.(16)

15. Santo Epifânio, bispo de Constantinopla, escreve ao papa Hormisdas pedindo a conservação da unidade da Igreja “mediante a graça da Trindade una e santa e por intercessão de nossa Senhora, a santa e gloriosa virgem Maria, Mãe de Deus”.(17)

16. Um autor do mesmo tempo dirige-se a Maria santíssima, sentada à direita de Deus, invocando-a solenemente como “Senhora dos mortais, santíssima Mãe de Deus”.(18)

17. Santo André Cretense atribui muitas vezes a dignidade real à virgem Maria; escreve, por exemplo: “Leva [Jesus Cristo] neste dia da morada terrestre [para o céu], como rainha do gênero humano, a sua Mãe sempre virgem, em cujo seio, permanecendo Deus, tomou a carne humana”.(19) E noutro lugar: “Rainha de todo o gênero humano, porque, fiel à significação do seu nome, se encontra acima de tudo quanto não é Deus”.(20)

18. Do mesmo modo se dirige s. Germano à humildade da Virgem: “Senta-te, ó Senhora; sendo tu Rainha e mais eminente que todos os reis, pertence-te estar sentada no lugar mais nobre”(21); e chama-lhe: “Senhora de todos aqueles que habitam a terra”.(22)

19. São João Damasceno proclama-a “rainha, protetora e senhora”(23) e também: “senhora de todas as criaturas”(24); e um antigo escritor da Igreja ocidental chama-lhe: “ditosa rainha”, “rainha eterna junto do Filho Rei”, e diz que ela tem a “nívea cabeça ornada com um diadema de ouro”.(25)

20. Finalmente, s. Ildefonso de Toledo resume-lhe quase todos os títulos de honra nesta saudação: “Ó minha senhora, minha dominadora: tu dominas em mim, ó mãe do meu Senhor… Senhora entre as escravas, rainha entre as irmãs”.(26)

21. Recolhendo a lição desses e outros inumeráveis testemunhos antigos, chamaram os teólogos a santíssima Virgem, rainha de todas as coisas criadas, rainha do mundo e senhora do universo.

22. Por sua vez, os sumos pastores da Igreja julgavam obrigação sua aprovar e promover a devoção à celeste Mãe e Rainha com exortação e louvores. Pondo de parte os documentos dos papas recentes, recordamos que já no século VII o nosso predecessor s. Martinho I chamou a Maria “gloriosa Senhora nossa, sempre virgem”;(27) s. Agatão, na carta sinodal enviada aos padres do sexto concílio ecumênico, chamou-a “Senhora nossa, verdadeiramente e com propriedade Mãe de Deus”;(28) e no século VIII, Gregório II, em carta ao patriarca s. Germano, que foi lida entre as aclamações dos padres do sétimo concílio ecumênico, proclamava Maria “Senhora de todos e verdadeira Mãe de Deus” e “Senhora de todos os cristãos”.(29)

23. Apraz-nos recordar também que o nosso predecessor de imortal memória Sixto IV, querendo favorecer a doutrina da imaculada conceição da santíssima Virgem, começa a carta apostólica Cum praeexcelsa (30) chamando precisamente a Maria “rainha sempre vigilante, a interceder junto ao Rei, que ela gerou”. Do mesmo modo Bento XIV, na carta apostólica Gloriosae Dominae (31), chama a Maria “rainha do céu e da terra”, afirmando que o sumo Rei lhe contou, em certo modo, o seu próprio império.

24. Por isso, s. Afonso de Ligório, tendo presente todos os testemunhos dos séculos precedentes, pôde escrever com a maior devoção: “Porque a virgem Maria foi elevada até ser Mãe do Rei dos reis, com justa razão a distingue a Igreja com o título de Rainha”.(32)

II
NA LITURGIA E NA ARTE

25. A sagrada liturgia, espelho fel da doutrina transmitida pelos santos padres e da crença do povo cristão, cantou por todo o decurso dos séculos e canta ainda sem cessar, tanto no oriente como no ocidente, as glórias da celestial Rainha.

26. Vozes entusiásticas ressoam do oriente: “Ó Mãe de Deus, hoje és transferida para o céu sobre os carros dos querubins, os serafins estão às tuas ordens, e os exércitos da milícia celeste prostram-se diante de ti”.(33)

27. E mais ainda: “Ó justo, felicíssimo [José], pela tua origem real foste escolhido entre todos para esposo da Rainha imaculada, que dará à luz de modo inefável a Jesus Rei”.(34) E depois: “Vou elevar um hino à rainha e Mãe de quem, ao celebrar, me aproximarei com alegria, para cantar com exultação alegremente as suas glórias… Ó Senhora, nossa língua não te pode louvar dignamente, porque tu, que deste à luz a Cristo nosso Rei, foste exaltada acima dos serafins… Salve, rainha do mundo, salve, ó Maria, senhora de todos nós”.(35)

28. Lê-se no Missal etíope: “Ó Maria, centro do mundo todo,… Tu és maior que os querubins de olhar penetrante, e que os serafins de seis asas… O céu e a terra estão cheios da santidade da tua glória”.(36)

29. O mesmo canta a liturgia da Igreja latina com a antiga e dulcíssima oração “Salve, rainha”, as alegres antífonas “Ave, ó rainha dos céus”, “Rainha do céu, alegrai-vos, aleluia”, e outras que se costumam rezar em várias festas de nossa Senhora: “Colocou-se como rainha à tua direita, com vestido dourado e circundada de vários ornamentos”(37); “A terra e o povo cantam o teu poder, ó rainha”(38); “Hoje a virgem Maria sobe ao céu: alegrai-vos, porque reina com Cristo para sempre”.(39)

30. A esse e outros cânticos devem juntar-se as Ladainhas lauretanas, que levam o povo cristão a invocar todos os dias nossa Senhora como rainha; e no santo rosário, que se pode chamar coroa mística da celeste rainha, já há muitos séculos os fiéis contemplam, do quinto mistério glorioso, o reino de Maria, que abraça o céu e a terra.

31. Finalmente a arte cristã, intérprete natural da espontânea e pura devoção do povo, desde o concílio de Éfeso que representa Maria como rainha e imperatriz, sentada num trono e adornada com as insígnias reais, de coroa na cabeça, rodeada da corte dos anjos e santos, como quem domina não só as forças da natureza, mas também os malignos assaltos de Satanás. A iconografia da virgem Maria como rainha enriqueceu-se em todos os séculos com obras de arte de alto mérito, chegando até a figurar o divino Redentor no ato de cingir com brilhante coroa a cabeça da própria Mãe.

32. Os pontífices romanos não deixaram de favorecer esta devoção coroando pessoalmente ou por meio de legados as imagens da virgem Mãe de Deus, que eram objeto de especial veneração.

III
OS ARGUMENTOS TEOLÓGICOS 

A maternidade divina de Maria

33. Como acima apontamos, veneráveis irmãos, segundo a tradição e a sagrada liturgia, o principal argumento em que se funda a dignidade régia de Maria é sem dúvida a maternidade divina. Na verdade, do Filho que será dado à luz pela Virgem, afirma-se na Sagrada Escritura: “chamar-se-á Filho do Altíssimo e o Senhor Deus dar-lhe-á o trono de Davi, seu pai; reinará na casa de Jacó eternamente, e o seu reino não terá fim”(40); ao mesmo tempo que Maria é proclamada “a Mãe do Senhor”.(41) Daqui se segue logicamente que Maria é rainha, por ter dado a vida a um Filho, que no próprio instante da sua concepção, mesmo como homem, era rei e senhor de todas as coisas, pela união hipostática da natureza humana com o Verbo. Por isso muito bem escreveu s. João Damasceno: “Tornou-se verdadeiramente senhora de toda a criação, no momento em que se tornou Mãe do Criador”.(42) E assim o arcanjo Gabriel pode ser chamado o primeiro arauto da dignidade real de Maria.

34. Contudo, nossa Senhora deve proclamar-se Rainha, não só pela sua maternidade divina, mas ainda pela parte singular que Deus queria ter na obra da salvação. “Que pode haver – escrevia nosso predecessor de feliz memória, Pio XI – mais doce e suave do que pensar que Cristo é nosso Rei, não só por direito de natureza, mas ainda por direito adquirido, isto é, pela redenção? Repensem todos os homens, esquecidos do quanto custamos ao nosso Redentor e recordem todos: ‘Não fostes remidos com ouro ou prata, bens corruptíveis…, mas pelo precioso sangue de Cristo, cordeiro imaculado e incontaminado’.(43) ‘Não pertencemos portanto a nós mesmos, pois Cristo ‘a alto preço’,(44) ‘nos comprou’.(45)

Sua cooperação na redenção

35. Ora, ao realizar-se a obra da redenção, Maria santíssima foi intimamente associada a Cristo, e por isso justamente se canta na sagrada liturgia: “Santa Maria, rainha do céu e senhora do mundo, estava traspassada de dor, ao pé da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”.(46) E um piedosíssimo discípulo de s. Anselmo podia escrever na Idade Média: “Como… Deus, criando todas as coisas pelo seu poder, é Pai e Senhor de tudo, assim Maria, reparando todas as coisas com os seus méritos, é mãe e senhora de tudo: Deus é senhor de todas as coisas, constituindo cada uma delas na sua própria natureza pela voz do seu poder, e Maria é Senhora de todas as coisas, reconstituindo-as na sua dignidade primitiva pela graça, que lhes mereceu”.(47) De fato “como Cristo, pelo título particular da redenção, é nosso senhor e nosso rei, assim a bem-aventurada Virgem [é senhora nossa] pelo singular concurso, prestado à nossa redenção, subministrando a sua substância e oferecendo voluntariamente por nós o Filho Jesus, desejando, pedindo e procurando de modo singular a nossa salvação”.(48)

36. Dessas premissas se pode argumentar: Se Maria, na obra da salvação espiritual, foi associada por vontade de Deus a Jesus Cristo, princípio de salvação, e o foi quase como Eva foi associada a Adão, princípio de morte, podendo-se afirmar que a nossa redenção se realizou segundo uma certa “recapitulação”,(49) pela qual o gênero humano, sujeito à morte por causa duma virgem, salva-se também por meio duma virgem; se, além disso, pode-se dizer igualmente que esta gloriosíssima Senhora foi escolhida para Mãe de Cristo “para lhe ser associada na redenção do gênero humano”,(50) e se realmente “foi ela que – isenta de qualquer culpa pessoal ou hereditária, e sempre estreitamente unida a seu Filho – o ofereceu no Gólgota ao eterno Pai, sacrificando juntamente, qual nova Eva, os direitos e o amor de mãe em benefício de toda a posteridade de Adão, manchada pela sua desventurada queda”(51) poder-se-á legitimamente concluir que, assim como Cristo, o novo Adão, deve-se chamar rei não só porque é Filho de Deus mas também porque é nosso redentor, assim, segundo certa analogia, pode-se afirmar também que a bem-aventurada virgem Maria é rainha, não só porque é Mãe de Deus mas ainda porque, como nova Eva, foi associada ao novo Adão.

Sua sublime dignidade

37. E certo que no sentido pleno, próprio e absoluto, somente Jesus Cristo, Deus e homem, é rei; mas também Maria – de maneira limitada e analógica, como Mãe de Cristo-Deus e como associada à obra do divino Redentor, à sua luta contra os inimigos e ao triunfo deles obtido participa da dignidade real. De fato, dessa união com Cristo-Rei deriva para ela tão esplendente sublimidade, que supera a excelência de todas as coisas criadas: dessa mesma união com Cristo nasce aquele poder real, pelo qual ela pode dispensar os tesouros do reino do Redentor divino; finalmente, da mesma união com Cristo se origina a inexaurível eficácia da sua intercessão junto do Filho e do Pai.

38. Portanto, não há dúvida alguma que Maria santíssima se avantaja em dignidade a todas as coisas criadas e tem sobre todas o primado, a seguir ao seu Filho. “Tu finalmente, canta s. Sofrônio, superaste em muito todas as criaturas… Que poderá existir mais sublime que tal alegria, ó Virgem Mãe? Que pode existir mais elevado que tal graça, a qual por divina vontade só tu tiveste em sorte?”(52) “A esses louvores acrescenta s. Germano: “A tua honra e dignidade colocam-te acima de toda a criação: a tua sublimidade faz-te superior aos anjos”.(53) João Damasceno chega a escrever o seguinte: “É infinita a diferença entre os servos de Deus e a sua Mãe”.(54)

39. Para melhor compreendermos a sublime dignidade, que a Mãe de Deus atingiu acima de todas as criaturas, podemos considerar que a santíssima Virgem, desde o primeiro instante da sua conceição, foi enriquecida de tal abundância de graças, que supera a graça de todos os santos. Por isso, como escreveu na carta apostólica Ineffabilis Deus o nosso predecessor, de feliz memória, Pio IX, Deus “fez a maravilha de a enriquecer, acima de todos os anjos e santos, de tal abundância de todas as graças celestiais hauridas dos tesouros da divindade, que ela – imune de toda a mancha do pecado, e toda bela apresenta tal plenitude de inocência e santidade, que não se pode conceber maior abaixo de Deus, nem ninguém a pode compreender plenamente senão Deus”.(55)

Com Cristo, ela reina nas mentes e vontades dos homens 

40. Nem a bem-aventurada virgem Maria teve apenas, ao seguir a Cristo, o supremo grau de excelência e perfeição, mas também participou ainda daquela eficácia pela qual justamente se afirma que o seu divino Filho e nosso Redentor reina na mente e na vontade dos homens. Se, de fato, o Verbo de Deus opera milagres e infunde a graça por meio da humanidade que assumiu – e se utiliza dos sacramentos e dos seus santos, como instrumentos, para salvar as almas; por que não há de servir-se do múnus e ação de sua Mãe santíssima para nos distribuir os frutos da redenção? “Com ânimo verdadeiramente materno para conosco – como diz o mesmo predecessor nosso, de feliz memória, Pio IX – e ocupando-se da nossa salvação, ela, que pelo Senhor foi constituída rainha do céu e da terra, toma cuidado de todo o gênero humano, e – tendo sido exaltada sobre todos os coros dos anjos e as hierarquias dos santos do céu, e estando à direita do seu unigênito Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor – com as suas súplicas maternas impetra com eficácia, obtém quanto pede, nem pode deixar de ser ouvida”.(56) A esse propósito, outro nosso predecessor, de feliz memória, Leão XIII, declarou que foi concedido à bem-aventurada virgem Maria um poder “quase ilimitado”(57) na distribuição das graças; s. Pio X acrescenta que Maria desempenha esta missão “como por direito materno”.(58)

Duplo erro a ser evitado

41. Gloriem-se, portanto, todos os féis cristãos de estar submetidos ao império da virgem Mãe de Deus, que tem poder régio e se abrasa de amor materno.

42. Porém, nessas e noutras questões que dizem respeito à bem-aventurada virgem Maria, procurem os teólogos e pregadores evitar certos desvios, para não caírem em duplo erro: acautelem-se de opiniões sem fundamento e que ultrapassam com exageros os limites da verdade; e evitem, por outro lado, a excessiva estreiteza ao considerarem a singular, sublime, e mesmo quase divina dignidade da Mãe de Deus, que o doutor angélico nos ensina a atribuir-lhe “em razão do bem infinito, que é Deus”.(59)

43. Mas, nesse, como em todos os outros capítulos da doutrina cristã, “a norma próxima e universal” é para todos o magistério vivo da Igreja, instituído por Cristo “também para esclarecer e explicar aquelas coisas que só de modo obscuro e como que implícito estão contidas no depósito da fé”.(60)

IV
A FESTA DE MARIA RAINHA

44. Dos testemunhos da antiguidade cristã, das orações da liturgia, da inata devoção do povo cristão, das obras artísticas, de toda a parte recolhemos expressões que nos mostram que a virgem Mãe de Deus se distingue pela sua dignidade real; mostramos também que as razões, deduzidas pela sagrada teologia do tesouro da fé divina, confirmam plenamente essa verdade. De tantos testemunhos referidos forma-se uma espécie de concerto harmonioso que exalta a incomparável dignidade real da Mãe de Deus e dos homens, a qual domina todas as coisas criadas e foi elevada aos reinos celestes, acima dos coros dos anjos”.(61)

45. Depois de atentas e ponderadas reflexões, tendo chegado à convicção de que seriam grandes as vantagens para a Igreja, se essa verdade solidamente demonstrada resplandecesse com maior evidência diante de todos como luz que brilha mais, quando posta no candelabro, – com a nossa autoridade apostólica decretamos e instituímos a festa de Maria rainha, para ser celebrada cada ano em todo o mundo no dia 31 de maio. Ordenamos igualmente que no mesmo dia se renove a consagração do gênero humano ao seu coração imaculado. Tudo isso nos incute grande esperança de que há de surgir nova era, iluminada pela paz cristã e pelo triunfo da religião.

Exortação à devoção mariana

46. Procurem pois todos, e agora com mais confiança, aproximar-se do trono da misericórdia e da graça, para pedir à nossa Rainha e Mãe socorro na adversidade, luz nas trevas, conforto na dor e no pranto; e, o que é mais, esforcem-se por se libertar da escravidão do pecado, e prestem ao cetro régio de tão poderosa Mãe a homenagem duradoura da devoção dial. Freqüentem as multidões de fiéis os seus templos e celebrem-lhe as festas; ande nas mãos de todos a piedosa coroa do terço; e reúna a recitação dele – nas igrejas, nas casas, nos hospitais e nas prisões – ora pequenos grupos, ora grandes assembléias, para cantarem as glórias de Maria. Honra-se o mais possível o seu nome, mais doce do que o néctar e mais valioso que toda a pedra preciosa; ninguém ouse o que seria prova de alma vil – pronunciar ímpias blasfêmias contra este nome santíssimo, ornado de tanta majestade e venerável pelo carinho próprio de mãe; nem se atreva ninguém a dizer nada que seja irreverente.

47. Com vivo e diligente cuidado todos se esforcem por copiar nos sentimentos e nos atos, segundo a própria condição, as altas virtudes da Rainha do céu e nossa Mãe amantíssima. Donde resultará que os féis, venerando e imitando tão grande Rainha e Mãe, virão se sentir verdadeiros irmãos entre si, desprezarão a inveja e a cobiça das riquezas, e hão de promover a caridade social, respeitar os direitos dos fracos e fomentar a paz. Nem presuma alguém ser filho de Maria, digno de se acolher à sua poderosíssima proteção, se à exemplo dela não é justo, manso e casto, e não mostra verdadeira fraternidade, evitando ferir e prejudicar, e procurando socorrer e dar ânimo.

A Igreja do silêncio

48. Em algumas regiões da terra, não falta quem seja injustamente perseguido por causa do nome cristão e se veja privado dos direitos divinos e humanos da liberdade. Para afastar tais males, nada conseguiram até hoje justificados pedidos e reiterados protestos. A esses filhos inocentes e atormentados volva os seus olhos de misericórdia, cuja luz dissipa nuvens e serena tempestades, a poderosa Senhora dos acontecimentos e dos tempos, que sabe vencer a maldade com o seu pé virginal. Conceda-lhes poderem em breve gozar a devida liberdade e cumprir publicamente os deveres religiosos. E, servindo a causa do Evangelho – com o seu esforço concorde e egrégias virtudes, de que no meio de tantas dificuldades dão exemplo – concorram para o fortalecimento e progresso das sociedades terrestres.

Maria, Rainha e Medianeira da paz

49. A festa – instituída pela presente carta encíclica, a fim de que todos reconheçam mais claramente e melhor honrem o clemente e materno império da Mãe de Deus pensamos que poderá contribuir para que se conserve, consolide e torne perene a paz dos povos, ameaçada quase todos os dias por acontecimentos que enchem de ansiedade. Não é ela acaso o arco-íris que se eleva para Deus, como sinal de pacífica aliança?(62) “Contempla o arco-íris e bendize aquele que o fez; é muito belo no seu esplendor; abraça o céu na sua órbita radiosa, e foram as mãos do Altíssimo que o traçaram”.(63) Todo aquele que honra a Senhora dos anjos e dos homens – e ninguém se julgue isento deste tributo de reconhecimento e amor – invoque esta rainha, medianeira da paz; respeite e defenda a paz, que não é maldade impune nem liberdade desenfreada, mas concórdia bem ordenada sob o signo e comando da divina vontade: tendem a protegê-la e aumentá-la as maternas exortações e ordens de Maria.

50. Desejando ardentemente que a Rainha e Mãe do povo cristão acolha estes nossos votos, alegre com a sua paz as terras sacudidas pelo ódio, e a todos nós, depois deste exílio, mostre a Jesus, que será na eternidade a nossa paz e alegria; a vós, veneráveis irmãos, e aos vossos rebanhos, concedemos de todo o coração a bênção apostólica, como penhor do auxílio de Deus onipotente e testemunho do nosso paternal afeto.

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Dado em Roma, junto de São Pedro, na festa da maternidade de Nossa Senhora, no dia 11 de outubro do ano de 1954, XVI do nosso pontificado.

PIO PP. XII

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Notas

(1) Cf. Const. apostólica Munificentissimus Deus: AAS 42(1950), p. 753ss.

(2) Cf. Carta enc. Fulgens corona.: AAS 45(1953), p. 577ss.

(3) Cf. AAS 38(1946), p. 264ss.

(4) Cf. L’Osservatore Romano, de 19 de maio, de 1946.

(5) Lc 1,32.

(6) Is 9,6.

(7) Ap 19,16.

(8) Cf. Lc 1,32-33.

(9) Lc 1,43.

(10) S. Ephraem. Hymni de B. Maria, ed. Th. J. Lamy, t. II, Mechiniae,1886 Hymn. XIX p. 624.

(11) Idem, Oratio and Ss.mam Dei Matrem; Opera omnia, Ed. Assemani, t. III (graece), Romae,1747, p. 546.

(12) S. Gregorio Naz., Poemata dogmatica, XVIII, v. 58: P G. XXXVII, 485.

(13) Prudêncio, Dittochoeum, XVII; PL 60,102A.

(14) Hom. ins. Lucam, hom. VII; ed. Rauer, Origenes Werke, t. IX, p. 48 (ex catem Macarii Chrysocephali). Cf. PG 13,1902 D.

(15) S. Jeronimo, Liber de nominibus hebraeis: PL 23, 886.

(16) S. Pedro Chrisólogo, Sermo 142, De Annuntiatlone B.M.V.: PL 52, 579 C; cf. também 582B; 584A: “Regina totius exstitit castitatis”.

(17) Relatio Epiphanii Ep. Constantin.PL 63, 498D.

(18) Encomium in Dormitionem Ss.mae Deiparae (inter opera s. Modesti): PG 86, 3306B.

(19) s. Andreas Cretensis, Homilia II  in Dormitionem Ss.mae DeiparaePG 97, 1079B.

(20) Id., Homilla III  in Dormitionem Ss.mae Deiparae: I PG 98, 303A.

(21) S. Germano, In Praesentationem Ss.mae Deiparae, I: PG 98 303A.

(22) Id., In Praesentationem Ss.mae Deiparae, II: PG 98, 315C.

(23) S. João Damasceno, Homilia I in Dormitionem B.M.V: PG 96, 719A.

(24) Id., De fide orthodoxa, I, IV, c.14: PG 44,1158B.

(25) De laudibus Mariae (inter opera Venantii Fortunati): PL 88 282B e 283A.

(26) Ildefonso Toledano, De virginitate perpetua B.M.V.: PL 96, 58AD.

(27) S. Martinho I, Epist. XIV PL 87,199-200A.

(28) S. Agatão: PL 87,1221A.

(29) Hardouin, Acta Conciliorum, IV, 234 e 238: PL LXXXIX89 508B.

(30) Xisto IV, Bulla Cum praeexcelsa, de 28 de Fevereiro de 1476.

(31) Bento XIV, Bulla Gloriosae Dominae, de 27 de setembro de 1748.

(32) S. Afonso, Le glorie di Maria, p. I, c. I, § 1.

(33) Da liturgia dos Armenos: na festa da Assunção, hino do Matutino.

(34) Ex Menaeo (bizantino): Domingo depois do Natal, no Cânon, no Matutino.

(35) Offício, hino Akátistos (no rito bizantino).

(36) Missale Aethiopicum, Anáfora Dominae noetrae Mariae, Matris Dei.

(37) Brev. Rom., Versículo do sesto Respons.

(38) Festa da Assunção; hino ad Laudes.

(39) Ibidem, ao Magnificat, II Vésp.

(40) Lc 1, 32, 33.

(41) Ibid.1,43.

(42) S.  João Damas., De fide orthodoxa, 1. IV, c.14, PG 94,1158s.B.

(43) 1Pd 1,18,19.

(44) 1Cor 6,20.

(45) Pio XI, Carta enc. Quas primas: AAS 17(1925), p.599.

(46) Festa aeptem dolorum B. Mariae Virg., Tractus.

(47) Eadmero, De excellentia Virginis Mariae, c. 11: PL 159, 308AB.

(48) E Suárez, De mysteriis vitae Christi, disp. XXII, sect. II (ed. Vivès. XIX, 327).

(49) S. Ireneu, Adv. haer., V,19,1: PG 9,1175B.

(50) Pio XI, Epist. Auspicatus profecto: AAS 25(1933), p. 80.

(51). Pio XII, Carta enc. Mystici Corporis: AAS 35(1943), p. 247.

(52) S. Sofrônio, In Annuntiationem Beatae Mariae Virg.: PG 87, 3238D e 3242A.

(53) S. Germano, Hom. II in Dormitionem Beatae Mariae Virginis: PG 98, 354B.

(54) S. João Damas. Hom. I. in Dormitionem Beatae Mariae Virginis: PG 96, 715A.

(55) Pio IX, Bula Ineffabilis Deus: Acta Pii IX, I, p. 597-598.

(56) Ibid., p. 618.

(57) Leão XIII, Carta enc. Adiutricem populi: AAS 28(1895-96), p.130.

(58) Pio X, Carta enc. Ad diem illum: AAS 36(1903-1904), p. 455.

(59) S. Tomás, Summa Theol., I, q. 25, a. 6, ad 4.

(60) Pio XII, Carta enc. Humani generis: AAS, 42(1950), p. 569.

(61) Do Brev. Rom.: Festa da Assunção de Maria virgem

(62)Cf. Gn 9,13.

(63) Eccl. 43,12-13.

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[Fonte: A Boa Música]

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Te Deum

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Te Deum laudámus: te Dóminum confitémur. Te ætérnum Patrem, omnis terra venerátur. tibi omnes ángeli, tibi cæli et univérsæ potestátes: tibi chérubim et séraphim incessábili voce proclámant: Sanctus, Sanctus, Sanctus, Dòminus Deus Sábaoth. Pleni sunt cæli et terra maiestátis glóriæ tuæ. Te gloriòsus apostolòrum chorus, te prophetárum laudábilis númerus, te mártyrum candidátus laudat exércitus. Te per orbem terrarum sancta confitétur Ecclésia, Patrem imménsæ maiestátis; venerándum tuum verum et únicum Filium; Sanctum quoque Paráclitum Spíritum. Tu rex glòriæ, Christe. Tu Patris sempitérnus es Filius. Tu, ad liberándum susceptúrus hóminem, non horrúisti Virginis úterum. Tu, devícto mortis acúleo, aperuísti credéntibus regna cælórum. Tu ad déxteram Dei sedes, in glória Patris. Iudex créderis esse ventúrus. Te ergo quǽsumus, tuis famulis súbveni, quos pretiòso sanguine redemísti. Ætérna fac curo sanctis tuis in glória numerári. Salvum fac pópulum tuum, Dómine, et bénedic hereditáti tuæ. Et rege eos, et extólle illos usque in ætérnum. Per síngulos dies benedícimus te; et laudámus nomen tuum in sǽculum, et in sǽculum sǽculi. Dignáre, Dòmine, die isto sine peccáto nos custodíre. Miserére nostri, Dómine, miserére nostri. Fiat misericórdia tua, Dómine, super nos, quemádmodum sperávimus in te. In te, Dómine, sperávi: non confúndar in ætérnum.

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Te Deum

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Nós Vos louvamos, ó Deus, nós Vos bendizemos, Senhor. Toda a terra Vos adora, Pai eterno e omnipotente. Os Anjos, os Céus e todas as Potestades, os Querubins e os Serafins Vos aclamam sem cessar: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do Universo, o céu e a terra proclamam a vossa glória. O coro glorioso dos Apóstolos, a falange venerável dos Profetas, o exército resplandecente dos Mártires cantam os vossos louvores. A santa Igreja anuncia por toda a terra a glória do vosso nome: Deus de infinita majestade, Pai, Filho e Espírito Santo. Senhor Jesus Cristo, Rei da glória, Filho do Eterno Pai, para salvar o homem, tomastes a condição humana no seio da Virgem Maria. Vós despedaçastes as cadeias da morte e abristes as portas do céu. Vós estais sentado à direita de Deus, na glória do Pai, e de novo haveis de vir para julgar os vivos e os mortos. Socorrei os vossos servos, Senhor, que remistes com vosso Sangue precioso; e recebei-os na luz da glória, na assembleia dos vossos Santos. Salvai o vosso povo, Senhor, e abençoai a vossa herança; sede o seu pastor e guia através dos tempos e conduzi-o às fontes da vida eterna. Nós Vos bendiremos todos os dias da nossa vida e louvaremos para sempre o vosso nome. Dignai-Vos, Senhor, neste dia, livrar-nos do pecado. Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós. Desça sobre nós a vossa misericórdia, Porque em Vós esperamos. Em Vós espero, meu Deus, não serei confundido eternamente.

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PENTECOSTES

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Qual o mistério que a Igreja celebra na festa de Pentecostes?

Na solenidade de Pentecostes a Igreja celebra o mistério da vinda do Espírito Santo.

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Por que se chama Pentecostes a festa da vinda do Espírito Santo?
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A festa da vinda do Espírito Santo chama-se Pentecostes, que quer dizer quinquagésimo dia, porque a vinda do Espírito Santo deu-se cinqüenta dias depois da Ressurreição de Jesus Cristo.
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Não era o Pentecostes também uma festa da Antiga Lei?
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O Pentecostes era também uma festa muito solene entre os hebreus e era figura daquela que hoje celebram os cristãos.
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Para que fim foi instituído o Pentecostes dos hebreus?
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O Pentecostes dos hebreus foi instituído como lembrança da entrega que Deus lhes fizera no monte Sinai, entre relâmpagos e trovões, da lei escrita em duas tábuas de pedra, cinquenta dias depois da primeira Páscoa, isto é, depois dos hebreus terem sido libertados da escravidão do Faraó.
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De que maneira se realizou no Pentecostes dos cristãos o que estava figurado no dos hebreus?
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O que estava figurado no Pentecostes dos hebreus realizou-se no dos cristãos quando o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos e os outros discípulos de Jesus Cristo, reunidos com a Virgem Maria em um mesmo lugar, e lhes imprimiu nos corações a Nova Lei, por meio do seu divino amor.
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Que sucedeu na descida do Espírito Santo?
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Na descida do Espírito Santo ouviu-se repentinamente um som do céu, como de vento impetuoso, e apareceram repartidas umas como línguas de fogo e pousaram sobre cada um dos que estavam reunidos.
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Que efeitos produziu nos Apóstolos a vinda do Espírito Santo? 
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O Espírito Santo, descendo sobre os Apóstolos, encheu-os de sabedoria, de força, de caridade e da abundância de todos os seus dons.
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Que há para admirar nos Apóstolos depois que os encheu o Espírito Santo? 
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Os Apóstolos, depois que ficaram cheios do Espírito Santo, de ignorantes que eram, começaram a entender os mais profundos mistérios e as Sagradas Escrituras; de tímidos tornaram-se corajosos para pregar a doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo: começaram a falar várias línguas e operaram grandes milagres.
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Qual foi o primeiro fruto da pregação dos Apóstolos, depois da vinda do Espírito Santo? 
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O primeiro fruto da pregação dos Apóstolos, depois da vinda do Espírito Santo, foi a conversão de três mil pessoas na pregação feita por São Pedro, no próprio dia de Pentecostes, conversão seguida logo depois de muitas outras.
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Foi o Espírito Santo enviado apenas aos Apóstolos? 
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O Espírito Santo não foi enviado apenas aos Apóstolos, mas também à Igreja e a todos os fiéis.
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Que opera o Espírito Santo na Igreja? 
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O Espírito Santo vivifica a Igreja, e A dirige por Sua perpétua assistência; e daí vem a força invencível que Ela tem nas perseguições; a vitória sobre os seus inimigos; a pureza da doutrina e o espírito de santidade que n’Ela se conserva no meio da corrupção do século.
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Quando recebem os fiéis o Espírito Santo?
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Os fieis recebem o Espírito Santo em todos os Sacramentos, e em especial na Confirmação e na Ordem.
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Que devemos fazer na festa de Pentecostes?
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Na festa de Pentecostes devemos fazer quatro coisas: 1ª adorar o Espírito Santo; 2ª pedir-Lhe que desça sobre nós e nos comunique Seus dons; 3ª receber dignamente os Santos Sacramentos; 4ª dar graças ao Divino Salvador por ter enviado o Espírito Santo, conforme prometera, e por ter assim consumado todos os mistérios e a grande obra do estabelecimento da Igreja.

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Fonte: Catecismo Maior de São Pio X.

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Papa Gregório XVI (1831-1846), trechos da Carta Encíclica Mirari Vos:

“Outra causa que tem acarretado muitos dos males que afligem a Igreja é o indiferentismo, ou seja, aquela perversa teoria espalhada por toda a parte, graças aos enganos dos ímpios e que ensina poder-se conseguir a vida eterna em qualquer religião, contanto que se amolde à norma do reto e honesto. Podeis com facilidade, patentear à vossa grei esse erro tão execrável, dizendo o Apóstolo que há um só Deus, uma só fé e um só batismo (Ef. 4,5): entendam, portanto os que pensam poder-se ir de todas as partes ao Porto da Salvação que, segundo a sentença do Salvador, eles estão contra Cristo, já que não estão com Cristo (Luc. 11,23) e os que não colhem com Cristo dispersam miseravelmente, pelo que perecerão infalivelmente os que não tiverem a fé católica e não a guardarem íntegra e sem mancha (Simb. Sancti Athanasii). (…) Desta fonte lodosa do indiferentismo promana aquela sentença absurda e errônea, digo melhor disparate, que afirma e que defende a liberdade de consciência. Esse erro corrupto que abre alas, escudado na imoderada liberdade de opiniões que, para confusão das coisas sagradas e civis, se estende por toda parte, chegando a imprudência de alguém asseverar que dela resulta grande proveito para a causa da religião. Que morte pior há para a alma do que a liberdade do erro?, dizia Santo Agostinho (Ep. 166)”

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Ainda sobre o Facebook

Fonte: SPES

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 Carlos Nougué

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Publico abaixo, a pedidos, minha intervenção numa discussão na lista Index Bonorvm sobre o Facebook e similares. Publico-a em sua redação original, sem nenhuma alteração e com todos os defeitos de uma escrita rápida.

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Caros,
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Minha (acho) última palavra sobre o assunto.
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1) Para saber se algo é intrinsecamente mau, não se trata de saber quem é seu autor (embora isto tenha importância por muitos outros ângulos).
2) O Facebook é intrinsecamente mau porque:
a) Estimula um tipo de “amizade” virtual que não é o amor de amizade cristão nem o amor de amizade político. O primeiro requer contato pessoal; o segundo, um governo ordenado ao bem. Na verdade, trata-se de falsas amizades, que não raro implicam pecados de concupiscência.
b) Estimula o fim do recato, hoje mal chamado privacidade. Este é um mal da modernidade mesmo entre tradicionalistas. Por exemplo, confessam-se publicamente pecados passados ou atuais que podem mexer com a própria concupiscência alheia, além de terem de reservar-se para o confessionário e seus sussurros. O Facebook vai na mesma linha: nele cada um se mostra de forma não recatada, com fotos, com conversas indevidas, e mais: nele, a mulher expõe-se em pé de igualdade com o homem, o que é contra a modéstia feminina. Dizia Santo Tomás que devemos tratar a todos cordialmente, mas não devemos ter familiaridade com ninguém ou só a devemos ter com muito poucos.
c) Estimula a ocupação do tempo com essas coisas em lugar da meditação e do estudo cristãos, em lugar da oração, e em lugar da vida familiar cristã, que deveria rechaçar tudo quanto venha ocupar os momentos da dedicação dos pais aos filhos e dos pais entre si. É o caso da televisão e do Facebook.
2) Recomendo que cada um faça um exame de consciência pensando em duas coisas:
a) Se realmente não incorre nos problemas acima;
b) Que são francamente contrários aos Facebooks da vida os principais sacerdotes da Tradição, alguns com argumentos tão sólidos como os encontrados no artigo italiano já citado nesta lista.
3) Em verdade, o Facebook e similares são instrumentos os mais apropriados para o governo mundial que antecederá o Anticristo. Recomendo, aliás, a leitura atenta do magnífico e profético 1984, de George Orwell; nele se entenderá que tais instrumentos são instrumentos de ”diversão” das massas, em prol, digo, do fim total da influência do verdadeiro Cristianismo.
4) Que alguém tenha conseguido, per accidens, fazer algo bom via Facebook não admira: nada pode ser totalmente mau; algo de bom há de ter. Logo, algo de bom poderá propiciar. Não tira Deus um bem até do demônio e dos que mandam nossos mártires ao cadafalso? Mas cuidado: não somos Deus, e lembremo-nos de que não é lícito praticar um mal para conseguir um bem.
5) Por fim: sinceramente não vejo como o Facebook possa ser tão útil quanto uma lista católica para reunir-nos e aos amigos, nem quanto um blog ou um site para divulgar a doutrina. Acho que muito pelo contrário.
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Em comunhão de orações,
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Carlos Nougué
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P.S.1: Não sei se já se deram conta, mas, excluído o blog da música (que é de minha inteira responsabilidade), nada do que escrevo é senão repetição do que dizem Santo Tomás, D. Lefebvre, o Padre Calderón, etc., se se trata de doutrina; e, se se trata do combate da Tradição, não escrevo nada senão depois de ordenado por D. Tomás ou depois de consultá-lo. Incluído o que digo do Facebook e similares. Há um grave risco nas fileiras laicas da Tradição: como, em defesa da Fé, não podemos hoje seguir a hierarquia da Igreja, acabamos por tender a fazer coisas e a julgar coisas por nossa própria conta. A tendência ao erro é enorme; e digo-o porque sei que errei eu mesmo sempre que não segui a D. Tomás. Por isso, devemos a todo o transe buscar, para nossas ações e julgamentos, a estrita direção de um sacerdote (naturalmente, firme na Fé como uma rocha).
P.S.2: De modo algum quero eu ser diretor de almas. Aliás, logo me retirarei da vida pública (por razões alheias à minha vontade). Mas “que cada um faça o que quer” cheira-me a liberalismo. Que cada um faça o que ditar a doutrina católica e seu diretor particular, isto sim.

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Mãe de misericórdia

Nossa Senhora Auxiliadora

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[nota do tradutor: mantivemos o termo “Maria” do original francês porque nos trabalhos teológicos, diferentemente dos textos espirituais e piedosos, é comum encontrarmos esta expressão. Que o leitor não veja nisso semelhança com a falta de respeito, hoje generalizada, dos escritos e ditos do progressismo.]

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Consideremos primeiramente esse título em si mesmo, depois em suas principais manifestações que são como a radiação da doutrina revelada sobre Maria e que a torna accessível a todos.
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Artigo I
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Grandeza e força dessa maternidade
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Mãe de misericórdia é um dos maiores títulos de Maria. Nós nos damos conta se consideramos a diferença da misericórdia, que é uma virtude da vontade, e a piedade sensível, que não passa de uma louvável inclinação da sensibilidade. Essa piedade sensível, que não existe em Deus, já que é um espírito puro, nos leva a nos compadecer dos sofrimentos do próximo, como se nós o sentíssemos em nós mesmos e de fato eles podem nos atingir. È uma louvável inclinação, mas é geralmente tímida, está acompanhada do temor do mal que nos ameaça também, e é muitas vezes incapaz de trazer um socorro efetivo.
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Ao contrário, a misericórdia é uma virtude que se acha, não na sensibilidade, mas na vontade espiritual; e como nota santo Tomás[1], se a piedade sensível se encontra sobretudo entres os seres fracos e tímidos que se sentem logo ameaçados pelo mal que vêem no próximo, a virtude da misericórdia é própria dos seres fortes e bons, capazes realmente de prestar socorro. Por isso se encontra sobretudo em Deus, e como diz a oração do Missal, é uma das maiores manifestações de seu poder e de sua bondade[2]. Santo Agostinho observa que é mais glorioso para Deus tirar o bem do mal do que criar alguma coisa do nada; é maior converter um pecador lhe dando a vida da graça, do que criar do nada todo o universo físico, o céu e a terra[3].
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Maria participa eminentemente dessa perfeição divina, e nela a misericórdia se une a piedade sensível que lhe é perfeitamente subordinada e que a torna mais acessível a nós pois só atingimos as coisas espirituais pelas coisas sensíveis.
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A Santa Virgem é Mãe de misericórdia, porque é a Mãe da divina graça. Mater divinae gratiae, e esse título lhe convém porque é Mãe de Deus, autor da graça, Mãe do Redentor, e está associada mais intimamente do que ninguém ao Calvário, à obra da redenção.
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* * *
Como Mãe de misericórdia, nos lembra que se Deus é o Ser, a Verdade e a Sabedoria, é também a Bondade e o Amor, e que sua Misericórdia infinita que é a difusão de sua Bondade, deriva de seu Amor antes da justiça vingadora, que proclama os direitos imprescritíveis  do Soberano Bem de ser amado acima de tudo. É o que leva o apóstolo Tiago a dizer (ep. II,13): “A misericórdia se eleva acima da justiça”.
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Maria nos faz compreender que a misericórdia, longe se ser contrária a justiça, como a injustiça, se une a justiça ultrapassando-a sobretudo no perdão, pois perdoar é dar acima do que é devido, perdoando uma ofensa[4].
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Percebemos então que toda obra de justiça divina supõe uma obra de misericórdia ou de bondade inteiramente gratuita[5]. Se, com efeito, Deus deve alguma coisa a criatura, é em virtude de um dom precedente puramente gratuito; se ele deve recompensar nossos méritos, é porque, antes, ele nos deu a graça para merecer; se ele pune, é depois de nos ter dado um socorro para tornar realmente possível a realização de seus preceitos, pois ele não manda nunca o impossível.
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A Santíssima Virgem nos faz compreender que Deus por pura misericórdia nos dá muitas vezes alem do necessário do que seria de justiça nos conceder; nos mostra que ele nos dá muitas vezes alem dos nossos mérito, como por exemplo, a graça da comunhão que não é merecida.
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Ela nos faz perceber que a misericórdia se une a justiça nas penas dessa vida, que são como um remédio para nos curar, nos corrigir se nos trazer de volta para o bem.
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Enfim nos faz compreender que muitas vezes a misericórdia compensa as desigualdades das condições naturais pela graças concedidas, como dizem as bem-aventuranças evangélicas, aos pobres, aos que são mansos, aos que choram, aos que têm fome de justiça, aos misericordiosos, aos que têm o coração puro, aos pacíficos e aos que sofrem perseguições pela justiça.
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Artigo II
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Principais manifestações de sua misericórdia
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Maria se mostra como Mãe de misericórdia no que diz respeito à “saúde os enfermos, refugio dos pecadores, consoladora dos aflitos, socorro dos cristãos”. Essa gradação exprimida na ladainha, e muito bonita; Mostra que Maria exerce a misericórdia em relação aqueles que sofrem em seus corpos para curar a alma, e que em seguida os consola nas aflições e os fortifica no meio das dificuldade que têm para superar. Nada nas criaturas é ao mesmo tempo mais elevado e mais acessível a todos, mais prático e mais doce para nos reerguer[6].
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Saúde dos enfermos
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A Santíssima Virgem é a saúde dos enfermos pela suas inúmeras curas providenciais ou mesmo verdadeiramente milagrosas, obtidas por sua interseção em tantos santuários da cristandade ao curso dos séculos e de nossos dias. O número incalculável dessas curas é tal que se pode dizer que Maria é um mar insondável de curas milagrosas. Mas ela só cura o corpo para trazer remédio as enfermidades da alma.
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Cura principalmente as quatro feridas espirituais, que são as conseqüências do pecado original e de nossos pecados pessoais, feridas da concupiscência, imperfeições, ignorância e malícia[7].
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Cura a concupiscência ou a cobiça que está na sensibilidade, amortecendo o ardor das paixões, quebrando os hábitos criminosos. Faz com que o homem comece a queres mais fortemente o bem para afastar os maus desejos e também  fique insensível a embriagues das honras e o atrativo das riquezas. Assim ela cura “a concupiscência da carne e a dos olhos”.
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Traz remédio às feridas das imperfeições que é a fraqueza em relação ao bem, a preguiça  espiritual. Ela dá a vontade a constância para aplicar a virtude, e desprezar os atrativos do mundo para se lançar nos braços de Deus. Fortalece os que titubeiam, reergue os que caem.
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Dissipa as trevas da ignorância, fornece os meios para abandonar o erro. Lembra as verdades religiosas, ao mesmo tempo, tão simples e tão profundas exprimidas no Padre Nosso. Com isso esclarece a inteligência e a eleva a Deus. Santo Alberto o Grande que dela recebera a luz para perseverar em sua vocação e superar as armadilhas do demônio, disse muitas vezes que ela nos preserva dos desvios que tira a retidão e a firmeza do julgamento, que nos cura da lassidão na procura da verdade, e que nos leva a um conhecimento saboroso das coisa divinas. Ele mesmo, em seu Mariale, fala de Maria com uma espontaneidade, uma admiração, um frescor, uma abundância que raramente se encontra em um homem de estudo.
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Enfim ela cura a ferida espiritual da malicia, compelindo para Deus as vontades rebeldes, tanto com ternos avisos, como com repreensões severas. Por sua doçura detém os desatinos da cólera, por sua humildade abafa o orgulho e afasta as tentações do demônio. Inspira os homens para que renunciem a vingança e se reconciliem com seus irmãos, fazendo-os entrever a paz que se encontra na casa de Deus.
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Em uma palavra, ela cura o homem das feridas do pecado original agravadas pelos nossos pecados pessoais.
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Algumas vezes, essas curas espirituais são milagrosas por serem imediatas como aconteceu com o jovem Afonso Ratisbonne, israelita, muito afastado da fé católica, que por curiosidade visitava a igreja de Santo André delle Frate em Roma, e a quem a Santa Virgem apareceu como está representada na medalha milagrosa, com os raios de luz que saiam de suas mãos. Com bondade lhe fez sinal para que se ajoelhasse. Ele se ajoelhou, perdeu os sentidos e quando voltou a si, exprimiu o vivo desejo que sentia de receber o batismo o mais cedo possível. Mais tarde ele fundou com seu irmão que se convertera antes dele, os Padres de Sion e as Religiosas de Sion para rezarem, sofrerem  e trabalharem pela conversão dos judeus, dizendo todos os dias na missa: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”.
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É aí que Maria se mostra esplendidamente saúde dos enfermos.
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Refúgio dos pecadores
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Maria é o refugio dos pecadores porque é a mãe dos pecadores e é santíssima. Justamente porque detesta o pecado que assola as almas, longe de abominar os próprios pecadores, os acolhe, os convida ao arrependimento. Livra-os das cadeias dos maus hábitos pelo poder de sua intercessão. Obtém sua reconciliação com Deus, pelos méritos de seu Filho lembrando-os em favor dos pecadores.
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Em seguida protege os pecadores convertidos dos demônios, contra tudo que pode leva-los a recaída. Exorta-os a penitência e faz-lhes encontrar a doçura.
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É a ela, depois de Nosso Senhor, que todos os pecadores que se salvam devem sua salvação. Ela já converteu inúmeros deles principalmente nos lugares de peregrinação, em Lourdes onde ela disse: “Rezai e façam penitência”; e mais recentemente em Fátima, em Portugal, onde o número de conversões, desde 1917, é incalculável.
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Muitos criminosos no momento do último suplício lhe devem a conversão in extremis.
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Suscitou as ordens  religiosa votadas à oração, à penitência e ao apostolado para a conversão dos pecadores, as ordens de são Domingos, de são Francisco, dos Redentoristas, dos Passionistas e muitas outras.
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Quais são os pecadores que ela não protege? Apenas aqueles que desprezam a misericórdia de Deus e atraem sua maldição. Ela não é o refugio de quem persevera no mal, o blasfemo, o perjúrio, a magia, a luxúria, a inveja, a ingratidão, a avareza, o orgulho do espírito. Mas como Mãe de misericórdia, lhes envia de tempos em tempos graças de luz e de atração e se não resistem, serão conduzidos de graça em graça até a graça da conversão. Sugere para alguns por sua mãe que está morrendo que digam ao menos todos os dias uma Ave Maria; muitos sem mudar suas vidas, disseram essa prece que exprimia neles uma fraca veleidade de conversão, e chegado o último momento foram recolhidos a um hospital onde lhes perguntaram se quereria ver um padre para receber a absolvição; recebem-na como os operários da última hora chamados e salvos por Maria[8]. Depois de quase dois mil anos, Maria é, assim, o refugio dos pecadores.
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Consoladora dos aflitos
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Maria foi consoladora dos aflitos, desde sua vida terrestre. Em relação a Jesus, sobretudo no Calvário. Depois da Ascensão, em  relação aos apóstolos, no meio das imensas dificuldades que encontraram para a conversão do mundo pagão, Maria lhes obtinha de Deus o espírito de força e uma santa alegria no sofrimento. Durante a lapidação de santo Estevão, primeiro mártir, ela devia assisti-lo espiritualmente por suas preces. Tirava os infelizes de seu abatimento, lhes obtinha a paciência para sofrer a perseguição. Vendo tudo o que ameaçava a Igreja nascente, resistia firme, guardando um rosto sereno, expressão da tranqüilidade de sua alma, de sua confiança em Deus. A tristeza nunca tomava conta de seu coração. O que conhecemos da força de seu amor a Deus faz pensar, dizem os autores piedosos, que ela permanecia alegre nas aflições,  que não se lamentava na indigência e na privação, que as injurias não podiam embaciar as graças de sua mansidão.Somente por seu exemplo confortava muitos infelizes acabrunhados de tristeza.  Suscitou muitos santos que foram como ela, consoladores dos aflitos, tais como santa Genoveva, santa Isabel, santa Catarina de Sena, santa Germana de Pibrac.
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O Espírito Santo é chamado consolador sobre tudo porque nos faz verter lágrimas de contrição que lavam nossos pecados e nos restitui a alegria da reconciliação com Deus. Pela mesma razão, a Santa Virgem é a consoladora dos aflitos, fazendo-os chorar santamente suas faltas.
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Não somente ela consola os pobres com o exemplo de sua pobreza e com seu socorro, mas  está particularmente atenta a nossa pobreza escondida,  compreende a privação secreta do coração e nela nos assiste. Maria tem a inteligência de todas as nossas necessidades e dá o alimento do corpo e da alma aos indigentes que a ela imploram.
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Quantos cristãos não consolou nas perseguições, quantos possessos ou almas tentadas  livrou, quantos náufragos não salvou da angustia; quantos moribundos assistiu e fortificou lhes lembrando os méritos infinitos de seu Filho.
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Ela vai também adiante da almas depois da morte. São João Damasceno diz em seu sermão sobre a Assunção: “Não foi a morte, ó Maria, que a tornou bem-aventurada, fostes vós que a embelezou e a tornou graciosa, desembaraçando-a do que tinha de lúgubre.”
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Ela ameniza os rigores do purgatório e providencia para os que sofrem as orações dos fieis a quem inspira para mandarem celebrar missas pelos defuntos.
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Enfim, como consoladora dos aflitos, Maria, soberana sem restrições, faz sentir de certo modo sua misericórdia até no inferno. Santo Tomás diz que os condenados são punidos menos do que merecem,“puniuntur citra condignum”[9], pois a misericórdia divina se une sempre à justiça mesmo em seus rigores. E esse alívio provem dos méritos do Salvador e os de sua santa Mãe. Segundo santo Odilon de Cluny[10], no dia da Assunção o inferno é menos penoso do que nos outros dias.
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Consoladora  dos aflitos, ela o é no curso dos séculos nas formas mais variadas segundo a extensão do conhecimento que tem da aflição das almas humanas em seus estados da vida.
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Socorro dos cristãos
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Maria é enfim o socorro dos cristãos porque o socorro é o efeito do amor e Maria é a plenitude da consumação da caridade, que ultrapassa a de todos os santos e anjos reunidos.
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Ela ama as almas resgatadas por seu Filho mais do que se poderia dizer, ela as assiste em sua penas e as ajuda na prática de todas as virtudes.
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Daí a exortação de são Bernardo em seu segundo sermão sobre o Missus est: “Se o vento da tentação se levanta contra ti, se a torrente das tribulações procura levar te, olhai a estrela, invocai Maria. Se as ondas do orgulho e da ambição, da maledicência e do ciúme te sacodem para tragar te em seus turbilhões, olhai a estrela, invocai a Mãe de Deus. Se a cólera, a avareza ou os furores da concupiscência zombam do frágil navio de teu espírito e ameaçam quebrá-lo, voltai teu olhar para Maria. Que a sua lembrança não se afaste jamais de teu coração e que seu nome se encontre sempre em tua boca… Mas para aproveitar do benefício de sua prece, não esqueça que deves andar sobre suas pegadas.”
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Ela sempre foi o socorro não só das almas individuais, como dos povos cristãos. Pelo testemunho de Baronius, Narses, o chefe dos exércitos do imperador Justiniano, com a ajuda da Mãe de Deus, livrou a Itália, em 553, de se subjugar aos Gotos de Totila. Segundo o mesmo testemunho, em 718, a cidade de Constantinopla foi livrada dos Sarracenos, que em diversas ocasiões semelhantes foram derrotados pelo socorro de Maria.
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Ainda no século XIII, Simão, conde de Monfort, abateu perto de Toulouse um considerável exército de albigenses enquanto que são Domingos rezava para a Mãe de Deus.
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A cidade de Dijon foi da mesma forma, miraculosamente libertada.
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Em 1571, a 7 de outubro, em Lepanto, na entrada do golfo de Corinto, com o socorro de Maria obtido pelo Rosário, uma frota turca bem mais numerosa e mais poderosa do que a dos cristãos foi completamente destruída.
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O título de Nossa Senhora das Vitórias nos lembra que muitas vezes nos campos de batalha sua intervenção foi decisiva para livrar os povos cristãos oprimidos.
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Nas ladainhas de Loreto, essas quatro invocações: saúde os enfermos, refúgio dos pecadores, consoladora dos aflitos, socorro dos cristãos lembram incessantemente aos fiéis que Maria é a Mãe da divina graça, e por isso Mãe de misericórdia.
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A Igreja canta que ela é também nossa esperança: “Salve Regina, Mater misericordiae, vita, dulcedo et spes nostra, salve.” Maria é nossa esperança, na medida do que mereceu com seu Filho e por ele o socorro de Deus, que nos adquire por sua interseção sempre atual e que nos transmite. É, assim, a expressão viva e o instrumento da Misericórdia auxiliadora que é o motivo formal de nossa esperança. A confiança ou a esperança apoiada a uma “certeza de tendência para a salvação”[11]que não cessa de aumentar, e que deriva de nossa fé na bondade de Deus todo poderoso, pronto para socorrer, na fidelidade de suas promessas; donde nos santos, o sentimento quase sempre atual de sua Paternidade que incessantemente vela por nós. A influência de Maria, sem ruído de palavras, nos incita progressivamente a essa confiança perfeita  nos manifestando cada vez melhor o motivo.
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A Santíssima Virgem é mesmo chamada “Mater sanctae laetitiae” e “causa nostrae laetitiae”, causa de nossa alegria. Ela obtém para as almas mais generosas esse tesouro escondido que é a alegria espiritual no meio dos próprios sofrimentos. Ela lhes obtém de vez em quanto levar suas cruzes com alegria seguindo o Senhor Jesus; ela as incita no amor a cruz, e sem fazê-las sentir sempre essa alegria, lhes proporciona comunica-la aos outros.
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Na festa do Santo Rosário da Santíssima Virgem.
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(Extraído do livro A Mãe Do Salvador e Nossa Vida Interior. Tradução e [Fonte]: PERMANÊNCIA)
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  1. Ia.,q.21,ª3; IIa. IIa,q.30,a.4.
  2. “Deus qui máxime parcendo  et miserando, potentiam tuam manifestas.”
  3. É o que demonstra santo Tomás também, Ia. IIae, q.113,a.9.
  4. Cf. Santo Tomás, Ia, q.21,a3,ad.2.
  5. Cf. santo Tomás ibid.,a.4: “Opus devinae justitiae semper praesupponit opus miseicordiae, et in eo fundatur.”
  6. Essa doutrina está bem desenvolvida pelo dominicano polonês Justino de Miechow, em sua obra Collationes in Litanias B. Mariae Virginis, traduzida para o francês pelo padre A.Richard com o título de Conférences sur les litanies de la Très Sainte Vierge, 3a. ed., Paris, 1870. Nós nos inspiramos aí nas páginas que se seguem.
  7. Cf. Santo Tomás, Ia,IIae, q.85,a.3.
  8. Foi o caso de um escrito francês licencioso chamado Armnd Silvestre.
  9. Ia.,q.21,a4,ad1.
  10. Sermão sobre a Assunção
  11. Cf.santo Tomas, IIa.,IIae, q.18,a.4: “Spes certitudinaliter tendit ad suum finem, quase participans certitudinem a fide.

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Fonte: SPES

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“A ação pela ação é pura barbárie”, mas, quando a ação está a serviço de um alto ideal, deve ser imediata. Cada minuto que passa é tempo ganho pelo modernismo e tempo perdido pelo combate pela tradição e pela obra de Monsenhor Lefebvre. O inimigo é astuto, e é necessária já uma declaração coletiva daqueles que não querem dobrar-se à “reedição do Vaticano II”. Ou se sai dos “quartéis de inverno” ou se é vencido por causa da inópia e da ingenuidade. A melhor defesa é um bom ataque.

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“La acción por la acción es pura barbarie”, pero, cuando la acción está al servicio de un alto ideal, ésta debe ser inmediata, cada minuto que pase es tiempo que gana el modernismo y tiempo que pierde el combate por la tradición y la obra de Monseñor Lefebvre. El enemigo es astuto, hace falta ya una declaración colectiva de aquellos que no quieren plegarse a la “re-edición del Vaticano II”. O se sale de los “cuarteles de invierno” o se es vencido a causa de la inopia y de la ingenuidad. La mejor defensa es un buen ataque.

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Que jogo é esse? (II)

Fonte: SPES

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Carlos Nougué

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O último sermão de D. Fellay (que se pode ler AQUI) é um primor de prestidigitação verbal. Alguém que não queira iludir-se pode acreditar que, aceito presente tão grande da parte de uma Roma não convertida à verdadeira Fé, se vai depois seguir criticando-a duramente? Ou antes não será verdade que D. Fellay e seguidores já não criticam duramente o Concílio Vaticano II e seus fautores, antes até de qualquer acordo? Por que em seu sermão não fala ele do Concílio, mas “daquilo que causou dano” ou algo parecido? Dê-se uma olhada no site oficial da FSSPX, o DICI, e se verá que já não é mais que uma agência de notícias do Vaticano.

Mas há algo ainda pior que a própria “novidade” de D. Fellay e seguidores: o não reconhecer publicamente que mudaram de posição. Por que não têm ao menos a lisura intelectual de dizer: “Vejam, estávamos equivocados em seguir a D. Lefebvre e sua negativa a qualquer acordo com a Roma liberal. Agora estamos na posição correta, junto com os Padres de Campos, com o IBP, com o Barroux, com a Fraternidade São Pedro, com o Oásis, etc.”?

E, para que ninguém que não queira iludir-se se deixe influenciar pelo jogo verbal de D. Fellay, relembremos em sua essência a correta posição de D. Lefebvre, a mesma que sempre fora a da FSSPX, a mesma que nos fez a todos renunciar a tanto para dedicar-nos de corpo e alma à Tradição:Aceitar um acordo com uma Roma não convertida à Fé é já aceitar os próprios pressupostos liberais dela, é já se incorporar ao grande supermercado espiritual em que cabem desde focolares até tradicionalistas arrependidos ou cansados. Os argumentos de D. Fellay, relembre-se sempre e sempre, são ESSENCIALMENTE OS MESMOS que brandiram os Padres de Campos, o IBP, etc., para consumar sua traição e entregar-se rendidos à abominação da desolação.
Não, o último sermão de D. Fellay não constitui recuo algum, como querem crer alguns. O único recuo verdadeiro seria voltar à posição de D. Lefebvre, assim como o único recuo verdadeiro da parte da Roma liberal seria renegar seu liberalismo e abraçar a única Fé.
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P.S.: E não custa relembrar ainda que, quando o SPES denunciava o perigo do acordo, nos detratavam, diziam tratar-se de invenção de blogs… Onde está o devido pedido público de desculpa por tal detração com respeito ao que se mostra agora totalmente verídico?
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                                                                                                                                                                                                               ___________
Veja também: Que jogo é esse?

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Fonte: A grande guerra

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(Santa Teresa, no papel de Joana d’Arc)

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A Joana d’Arc
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Quando o Deus das Nações te concedeu vitória,
E, expulsando o invasor, sagraste o rei, ó Joana,
teu nome se tornou famoso em toda a história,
diante de ti os heróis perderam brilho e fama.
 .
Mas aquela era ainda a glória passageira;
ao teu nome faltava a auréola dos santos.
O Bem-Amado deu-te, amarga, a taça inteira,
e te tornaste a rejeitada dos humanos.
 .
Numa escura masmorra, entre grilhões e horrores,
o cruel invasor cobriu-te de amarguras.
Nenhum amigo teu partilhou tuas dores,
nenhum se apresentou para enxugar teu pranto.
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Vejo-te, neste horror, mais reluzente e bela,
do que no dia-luz do rei em sagração.
Donde te veio a luz, este fulgor de estrela,
que hoje te faz brilhar? De uma ignóbil traição!
 .
Se um dia o Rei do amor, neste vale de prantos,
não tivesse buscado a traição e a morte,
para todos nós a dor já não teria encantos…
Mas hoje a amamos como um tesouro e uma sorte.
 .
(Santa Teresa do Menino Jesus)

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Santa Rita de Cássia

Fonte: A grande guerra

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Algumas anotações feitas pelo blogue A grande guerra do livro:
Santa Rita
por
Padre Agostinho Rueli
..
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Divisão das anotações:
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IInfância e juventude
II– Esposa e mãe
III– Viúva e religiosa 
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O livro foi composto por trechos selecionados do livro: Notas biográficas de Santa Rita de Cássia, de autoria do Padre Agostinho Rueli, Agostiniano, no ano de 1929.
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I- Infância e juventude
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Santa Rita nasceu no ano 1381 em uma vilazinha a três quilômetros de Cássia na Itália, chamada Rocca Porena, lugar de difícil acesso por caminho íngreme.
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Filha de Antônio e Amata Mancini, muito piedosos e conhecidos como “pacificadores de Cristo” na cidade, pois apaziguavam os vizinhos inimigos entre si, ou em litígio, com boas obras e bom exemplo. Quando Santa Rita nasceu, sua mãe tinha 62 anos, todos consideravam Rita como um prodígio do Céu, o nome Rita é a forma reduzida de Margherita, que significa pérola.
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Infância
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– Foi verdadeiramente extraordinário e maravilhosa a luminosidade que de tempos em tempos era vista circundando a cabecinha da menina.
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– Mamava o leite apenas três vezes ao dia e nas sextas-feiras fazia jejum, ainda neném. Os que conversavam entre si a respeito da sobriedade da menina em mamar tão pouco e abster-se de qualquer alimento às sextas-feiras, já prognosticavam a exímia virtude da abstinência e da penitência que, mais tarde, ia ser praticada por Santa Rita.
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– Sinal certo de que Rita foi prevenida da grande bênção de doçura é o prodígio das abelhas que vinham, com frequência, esvoaçar sobre a menina, entrando e saindo da boca da santa sem lhe fazer nenhum dano, esse tipo de abelhas que se vêem até hoje no Mosteiro de Cássia, escondidas em pequenas frestas, costumam sair todos os anos, na Semana da Paixão. Essas abelhas são bem diferentes das que conhecemos, não têm ferrão e não picam quem as toca, parecem destinadas a simbolizar as virtudes da doçura e mansidão da santa.
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Juventude
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Tomando conhecimento pelos pais dos favores com os quais tinha sido favorecida, santa Rita logo compreendeu que deveria agradar a Deus em todos os seus atos.
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– Procurava abster-se de brinquedos e travessuras infantis.
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– Prestava muita atenção às orações de seus pais e esforçava-se para aprendê-las de cor e as recitava com piedade.
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– Foi da educação que recebeu dos pais e da formação religiosa que recebia na Igreja, que adquiriu uma devoção especial para com Nossa Senhora, e também era devota de São João Batista, por essa devoção veio-lhe a estima da solidão, Santo Agostinho, provinha o amor de Deus e São Nicolau de Tolentino, fez-lhe apreciar a mortificação e a penitência.
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– Ainda na juventude dentre os afazeres domésticos, meditava muito, e sempre foi muito obediente aos pais, mas se algo que eles mandavam a pudesse afastar de Deus, a santa resistia-lhes com muito jeito. Certo dia, a mãe queria enfeitá-la e vesti-la para que a filha ficasse bonita, elegante e atraente, a santa negou-se…
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– Amava a solidão, e queria que os pais permitissem-lhe ficar em um quartinho bem escondido, onde pudesse meditar na Paixão de Nosso Senhor, os pais sabiam que a filha viera de uma graça especial de Deus e não contrariaram a filha. Ali ela permaneceu por um ano inteiro, e dele somente desejaria sair para continuar a viver em um convento, como esposa de Cristo.
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– Se entregava as austeras penitências e jejuns, e se dedicava muito aos cuidados dos pobres.
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– Tinha muita caridade para com as almas do purgatório.
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– Com seu bom exemplo as moças a buscavam para pedir conselhos.
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II- Esposa e mãe
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Noivado
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Santa Rita, queria ser freira no mosteiro das Agostinianas de Cássia, esperava apenas a hora oportuna para falar aos pais, porém esses já em idade avançada e pensando nas dificuldades da velhice se opuseram a vontade da filha, destinando-a a vida conjugal.
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Deus queria fazer da santa modelo de mãe e esposa e a consolou.
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Seu noivo era o jovem Paulo Ferdinando, natural de sua cidade, Santa Rita entendia o estado matrimonial como uma missão especial de caridade, para ganhar para Deus a alma do marido e da prole que o Céu lhe desse.
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Casamento
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Paulo Ferdinando, que a princípio parecia ser um bom homem, mostrou-se um carrasco, batendo e ameaçando a esposa, vivendo em vida de bebedeira, um esposo muito violento. Santa Rita procurava calar-se, falava muito pouco, estudava o modo de tratar com ele, esperava as ocasiões oportunas para conversar com o marido e lhe fazer ver a sua injustiça.
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Depois de muita oração e sofrimento, Paulo Ferdinando se converte, uma vitória que Santa Rita alcançou não com a arma da língua, mas com a eficácia do bom exemplo.
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Porém pouco tempo depois Paulo foi cruelmente assassinado… muita tristeza, não tanto pela preocupação do sustento dos pequenos, mas sobretudo porque temia pela sorte da alma de Paulo Ferdinando.
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Educação dos filhos
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Santa Rita perdoou os assassinos, mas os filhos, que herdaram do pai o gênio colérico não, e conforme os dias iam passando eles arquitetavam a vingança da morte do pai.
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E com toda a responsabilidade moral sobre os filhos, e aflita com a idéia deles mancharem a alma com o pecado mortal recorreu a Deus em suas orações para que mudasse o coração dos filhos ou os chamassem naquela idade juvenil.
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Deus ouviu as preces da santa e no espaço de um ano, levou-os para a eternidade, tinham 15 anos, e Santa Rita por volta de 35 anos.
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III- Viúva e religiosa
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Santa Rita santificou e honrou o estado de viuvez, se entregou às obras de religião e a oração.Tomou a resolução de entrar no Mosteiro de Santa Maria Madalena, das religiosas Agostinianas, mas seu pedido foi negado pois o costume do mosteiro proibia a entrada de viúvas, a santa não quis insistir com a superiora e recorreu à proteção da Virgem Santíssima e de seus santos protetores.
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Entrada no Mosteiro – No alvorecer de certo dia, as religiosas Agostinianas de Cássia encontraram Rita dentro do seu mosteiro em posição de quem rezava com devoção, as irmãs com muito espanto ouviram Santa Rita dizer que estava em oração noturna em Rocca Porena, quando ouviu que a chamavam do lado de fora de sua casa, abriu a porta e viu-se diante de seus santos protetores, os quais deram-lhe a ordem de se dirigir para o mosteiro sob a direção deles, obedeceu e viu-se de repente naquele lugar.
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Diante desse milagre ela foi recebida com muita alegria no mosteiro, e sua fama de santidade aumentou entre os moradores da cidade.
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Virtudes – Santa Rita fez o ano de noviciado e jurou os votos solenes, desejava para si os serviços mais humildes e baixos do convento, por amor a pobreza, escolheu a cela mais escura, estreita e incômoda; dormia sobre a terra nua ou sobre uma tábua; como vestimenta só teve um hábito que envergaria ate à morte.
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Flagelava-se rudemente três vezes ao dia, uma pelas almas do purgatório, outra pelos benfeitores do mosteiro e a terceira pela conversão dos pecadores.
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Dormia com o cilício à cintura, ou vestida com uma túnica tecida de espinhos.
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Também era muito obediente. Vendo a obediência da santa sua superiora mandou-lhe que plantasse num canto do pátio um galho inteiramente ressecado de vinha e o regasse todos os dias. Santa Rita cumpriu essa obrigação pacientemente por um ano, depois disso a planta produziu flores e frutos. É a mesma planta que ainda hoje, passados mais de cinco séculos, se conserva frutífera, embora esteja plantada em terra pouco favorável, não sendo adubada ou cuidada, e no mês de novembro é possível colher os grandes e saborosos cachos de uvas nascidos dessa planta.
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Amor ao Crucificado – Desde muito nova a santa sempre meditava sobre a Paixão de Nosso Senhor, criando raízes profundas na alma da santa, a tal grau chegou sua contemplação que, algumas vezes, quinze dias seguidos não eram suficientes para meditar os mistérios.
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Um dia depois de ouvir um sermão pregado por São Tiago da Marca, em Cássia, sobre a Paixão, Santa Rita senti-se mais inflamada no desejo de ter em seu corpo um sinal doloroso da Paixão, recolhida então em um oratório no velho jardim do mosteiro, viu desprender-se da imagem do Crucificado um espinho da Coroa que cingia a cabeça de Jesus e, rápido como uma flecha, finco-se na sua testa, causando-lhe uma dor profunda, esse ferimento a acompanhou até a morte, e devido ao mau cheiro da ferida infeccionada, Rita passou a viver isolada das demais freiras.
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Ida à Roma – No ano de 1450 ocorreria à canonização de São Bernardino de Sena, falecido 6 anos antes. Santa Rita desejava muito ir à Roma para homenageá-lo, foi pedir licença à superiora, mas devido a sua ferida, que causava repugnância seu pedido foi negado; então a santa rezou para que Deus afastasse dela aquele obstáculo, pediu para que as dores continuassem mas que a ferida desaparecesse, e suas preces foram aceitas.
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E quando retornou de Roma a ferida reapareceu, causando muita alegria em Santa Rita e mais admiração ainda das pessoas; a fama de sua santidade se espalhava e muitos recorriam a ela em busca de conselhos e para recomendarem às suas orações.
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Morte – O sofrimento da ferida piorava a cada dia, e uma enfermidade desconhecida nos últimos anos de sua vida causava-lhe mais tormentos que a ferida.
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Rita morreu na idade de 76 anos, a 22 de maio de 1457 depois de ter recebido os sacramentos. No momento em que as religiosas se dirigiam para a igreja a fim de cantar em ação de graças pela morte de Rita, os sinos do mosteiro foram tocados por mãos invisíveis, atraindo muitas pessoas até lá.
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Sua cela úmida e escura foi iluminada por grande esplendor, todos sentiam um perfume especial que se espalhava por todo o mosteiro.
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Incorrupção do corpo – No ano de 1626 depois de 169 anos da morte da santa, seu corpo foi examinado e apareceu como se tivesse morrido recentemente.
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Em outro exame realizado 56 anos depois do primeiro, o corpo foi encontrado “íntegro, incorrupto, com as feições nítidas e coisa admirável, com os olhos abertos”.
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No terceiro exame realizado 247 anos depois de sua morte feito no ano de 1704 o corpo continuava intacto e incorrupto com a mesma aparência e frescor. Dos três milagres propostos e aprovados para a canonização de Santa Rita, esse odor sobrenatural é o primeiro em ordem e em dignidade.
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Cito trecho do livro:
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“O odor suave e intenso da cela da Santa logo após a sua morte encheu de admiração todos os que o sentiram. Em redor do corpo de Rita tem continuado, por séculos, a derramar-se o mesmo aroma prodigioso.
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Deus exaltou a Santa Rita naquele mesmo corpo que pelas penitências, pelas doenças e pelo repugnante cheiro da chaga, fora objeto de desprezo e de abandono.
Eis o que se narra acerca desse odor perene no processo sobre os milagres examinados para a canonização de Rita:
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“Tanto as testemunhas, quase unânimes, como a opinião pública, falam de um odor agradável proveniente do corpo da Bem-aventurada Rita, e de tudo que tenha tocado nele, Ninguém sabe precisar a natureza desse cheiro; todos, porém, o afirmam celestial. Sente-se até fora da igreja e espalha-se pelos lugares afastados do mosteiro. Não se pode atribuir a aromas derramados no corpo, porque não os houve; não se desprende das flores, ao lado, sobre o altar vizinho, porque as freiras têm especial cuidado em não permitir objetos olorosos a que se pudessem atribuir mistificações por parte das religiosas. A intensidade, a difusão e a constância, por tanto tempo, desse ordor, são provas de que se trata de um fato para ser admirado e digno de sobrenatural consideração”.
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A ciência fecha-se num círculo vicioso, do qual não sabe sair… é obrigada a confessar a sua ignorância na explicação desse fenômeno! Por essas razões, e por muitas outras de ordem moral, que se lêem no processo, é forçoso concluir que o aroma desprendido do corpo de Santa Rita, é sobrenatural, é um verdadeiro milagre”.
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Urbano VII a beatificou em 1628 (171 anos depois de sua morte); e a canonização em 1900, 443 anos depois por Leão XIII.

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EL ECUMENISMO DE BENEDICTO (V)

Por la necesidad de dividir una larga argumentación en varias partes, los lectores pueden haber perdido el hilo de los numerosos EC sobre el “Ecumenismo de Benedicto”. Resumamos la argumentación hasta ahora:–

EC 241 estableció algunos elementos básicos: la Iglesia Católica es un todo orgánico, entre las creencias del cual si alguien escoge una y rechaza otras, es un “escogedor”, o sea un hereje. Mas aún, si él se queda con una creencia Católica afuera de la Iglesia, esta creencia no permanecerá la misma, tal como el oxígeno sacado del agua por electrólisis, deja de ser parte de un líquido y se transforma en un gas. El ecumenismo Conciliar supone que hay creencias que los no Católicos comparten con los Católicos, pero de hecho aún las palabras “yo creo en Dios” pueden tener un sentido muy diferente según se encuentren incorporadas en un sistema de creencias (o un credo) ya sea protestante o bien Católico.

EC 247 utilizó otra comparación para ilustrar como partes del todo Católico no permanecen las mismas cuando están sacadas de este todo. Monedas de oro pueden permanecer todavía monedas de oro cuando están sacadas de la pila de monedas, pero una rama cortada de un árbol viviente deviene algo totalmente diferente, leño seco. La Iglesia es mas como el árbol que como las monedas, porque Nuestro Señor comparó su Iglesia a una viña, de hecho dijo que cualquier rama cortada y separada de ella es echada al fuego donde es quemada (Jn.XV,6 – es interesante observar que ninguna rama viviente lleva tanta fruta como una rama de viña, y ningún leño seco es tan inútil como una rama de viña seca). Igualmente, partes cortadas de la Iglesia Católica no permanecen Católicas, como lo pretende el ecumenismo conciliar.

EC 249 mostraba como los documentos del Vaticano II promueven estas ideas falsas del ecumenismo, pero EC 248 tuvo que emitir una advertencia preliminar según la cual estos documentos son notoriamente ambiguos. Es así como este Comentario dio el ejemplo de cómo Dei Verbum (# 8) abrió la puerta a la falsa noción de los modernistas de “Tradición viva”. EC 249 presentó entonces tres textos conciliares cruciales para el ecumenismo de los modernistas: Lumen Gentium (# 8) que sugiere que la “verdadera” Iglesia de Cristo va mas allá de la “estrecha” Iglesia Católica, y Unitatis Redintegratio (# 3) que sugiere en primer lugar que la Iglesia está constituida de “elementos” o partes que se pueden encontrar tanto adentro como afuera de la Iglesia Católica (como las monedas en una pila o afuera de la pila), y en segundo lugar q ue estos elementos pueden por consiguiente servir a salvar las almas adentro o afuera de la Iglesia Católica.

EC 251 por fin llegó al ecumenismo de Benedicto XVI en particular. Citas del Padre Joseph Ratzinger presentadas por el Dr. Schüler en su libro Benedicto XVI y como la Iglesia se ve a sí Misma, muestran como el joven teólogo en los años 60 pensaba completamente acorde con el ejemplo de las monedas adentro o afuera de la pila. Citas posteriores han mostrado, ciertamente, que siendo mas viejo, como Cardenal y Papa, él trató continuamente de conservar el equilibrio entre la Iglesia como una pila de monedas y la Iglesia como un todo orgánico, pero como lo argumenta el Dr. Schüler, el hecho mismo de este esfuerzo para conservar este equilibrio presupone que la mitad de él todavía cree en una Iglesia que es como una pila de monedas.

A menos que los lectores soliciten citas textuales de Joseph Ratzinger para probar que las que dimos no fueron deformadas o sacadas de contexto, el último EC de esta serie concluirá con una aplicación de sus demostraciones a la situación de la Fraternidad San Pío X de Monseñor Lefebvre. Por un lado la Fraternidad es parte del verdadero todo Católico “uno, santo, Católico y apostólico”. Por otro lado más le ha valido evitar hacerse parte del enfermo todo Conciliar. Tal como una rama sana injertada sobre el árbol Conciliar enfermo, la Fraternidad se hubiera inevitablemente contagiado con la enfermedad Conciliar. De ninguna manera puede una sencilla rama curar esta enfermedad.

Kyrie eleison.

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Fonte: Permanência

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Dom Lourenço Fleichman OSB

Está sendo difundido em alguns blogs um artigo meu antigo, sem que se avise ao leitor que ele não é atual. Lendo-o com a falta de atenção que costumam usar, querem insinuar que eu defendo o atual processo de união entre a Fraternidade S. Pio X e o Vaticano. Convido os leitores a ler esse texto prestando a atenção devida, e perceberão que minha defesa de Dom Fellay nesse antigo artigo está baseada na afirmação categórica de que o Superior Geral da Fraternidade não faria, naquela ocasião, nenhum acordo prático, pois assim sempre ensinou em suas conferências: sem a conversão das autoridades romanas, não se pode pensar em acordo prático.

É evidente que nessa hora de grande perturbação e angústia para todos os fiéis católicos da Tradição, em que vemos Dom Fellay declarar que deseja esse acordo prático, é preciso ter os critérios verdadeiros diante de si: a fé sobrenatural exige nossa adesão total à verdade, e não se vê da parte de Roma nenhuma mudança substancial nesse sentido. Não podemos apoiar tal acordo. Procuramos manter nossas almas em oração e penitência, pedindo à Virgem Maria que não permita que a Tradição perca sua força por essa aproximação com o Vaticano, que continua pregando os inaceitáveis erros do Concílio.

Leiam na mesma perspectiva:
A Igreja Católica e a Outra – Dom Lourenço
A Descoberta da Outra – Gustavo Corção
Miragem ou visibilidade – Dom Lourenço
Nossa Posição sobre a Crise da Igreja – Dom Lourenço
A Revelação do Homem – Gustavo Corção

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Extraído do blog SPES

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Frederico de Castro
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Que é que se pode dizer de útil da crise atual na FSSPX? É preciso dizer algo, já que o tempo de se calar ou de falar apenas de maneira reservada já se foi. Com efeito, a crise já deixou de ser; ou seja, aquele momento de inação, reflexão e conversas atingiu o seu ápice no mínimo pelo decurso do tempo. Permanecer inertes daqui para frente seria o mesmo que covardia ou cumplicidade com o erro. É preciso, portanto, tomar coragem e fazer uma escolha pública. Quem permanecer no anonimato correrá o risco de em algum momento negar o nome do Senhor ou então se tornar cúmplice de erros oriundos do liberalismo.
A quem escutar? D. Fellay ou os Bispos D. Williamson, D. Tissier e D. Galarreta? Provavelmente é a pergunta que se fazem todas as pessoas que têm sua integridade intelectiva e moral de alguma forma mais preservadas dos grandes vícios que afligem a alma humana. Como podemos ter alguma certeza da escolha a se fazer?
Essa não é uma pergunta simples, mas não é impossível de ser respondida. Pois bem, tomo a palavra para dizer que o que nós – fiéis que sempre prezamos estar a fazer parte da resistência católica contra o modernismo – devemos observar é:
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Quem está fazendo aquilo que Deus manda que se faça?
Essa é a pergunta que guiará a resposta para aquilo que deve ser feito.
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E afinal, o que Nosso Senhor nos pediu?
O Magistério da Igreja sempre o disse: que guardássemos o depósito da fé e que praticássemos boas obras, indo a ensinar a todos.
Dessa forma, é antes nas ações e nas palavras que vamos encontrar a resposta para nossas dúvidas e não nas intenções. As intenções, somente Deus as conhece profundamente, mas das palavras e das ações não podemos ter qualquer medo de lhes dar o crédito que elas mereçam receber.
O que está em jogo não é uma questão de preferência ou de carisma, mas sim a verdade e a justiça em relação ao modo de viver e conviver da forma como Deus nos ensinou e determinou que se faça.
Nesse sentido, sabemos bem que a Roma atual vive como quer e não como Deus manda. É impossível negar que pelo menos desde o concílio vaticano II Roma tem contrariado sistematicamente o magistério bimilenar da Igreja. Aqui no blog do SPES qualquer interessado pode encontrar, talvez, o mais amplo material em língua portuguesa sobre a crise conciliar do vaticano II.
Monsenhor Lefebvre, o grande nome da resistência antimodernista, afirmou categoricamente que a Roma atual está vivendo uma apostasia. Palavras duras e verdadeiras do fundador da FSSPX. Palavras que vem sendo tiranicamente ignoradas pelos atuais superiores da FSSPX.
Logo, se entrarmos em sua convivência, de duas uma: ou vamos nos tornar cúmplices de sua desobediência ou então passaremos a nos voltar contra os nossos próprios atos; seja por hipocrisia, seja por covardia ou derradeiramente por soberba. Afinal de contas, quem afirma que pode viver em um ambiente tomado pela fumaça de Satanás (expressão deveras conhecida pelos que já leram um mínimo sobre a crise) e se diz imune, só pode estar tomado de profunda soberba e, na verdade, ou confia demasiadamente em si próprio ou, no mínimo, está a por em prova o nome de Deus.
Alguns irão dizer que os que se opõem ao acordo com Roma faltam contra a caridade ou que são intolerantes, irresignados ou impacientes. Nada mais absurdo e falso! Esse tolerantismo atual já é verdadeiramente o primeiro passo para o mais rasgado modernismo. É preciso que se saiba que sobre essas virtudes das quais tais pessoas nos acusam de estarmos em falta – dentre o muito que pode ser dito – não tem a extensão que elas agora, somente agora, defendem.
É fácil e cômodo dizer que se deposita total confiança em D. Fellay e abolir todo o mais que essa manobra implica para o futuro da resistência católica no mundo. Ora, se é assim com ele, por que não o fazem logo com o Papa? Afinal de contas a quem assiste mais prontamente o Espírito Santo e quem é a regra próxima da fé?
A paz e a unidade fora da verdade podem ser facilmente representadas na inércia dos cadáveres. Alma, animada por Deus mesmo, uma vez separada do corpo faz com que esse não passe de fétida matéria corrompida.
Se Roma ainda não está morta é porque Nosso Senhor mesmo garantiu que isso não aconteceria; mesmo assim, essa espécie de gangrena não poderá ser curada sem que aceitem tomar do remédio amargo da verdade e da justiça. Insisto: juntar-se ao doente sem proteção da graça é tentar a Deus! e essa graça que vem dos sacramentos não se faz sentir sem que se cumpra a justiça que por eles se deve fazer, em obediência ao que Deus manda e não ao que os homens exigem, ainda que esses homens estejam debaixo do digníssimo sacramento da ordem.
Dito isso: quem está fazendo o que Deus manda? Dizeis por vós mesmos e tomem conta de que responderão por isso.
Deus nos proteja a todos.

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Ladainha de Nossa Senhora

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Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai Celeste que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho Redentor do mundo que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade que sois um só Deus, tende piedade de nós

Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das virgens,
Mãe de Jesus Cristo,
Mãe da divina graça,
Mãe puríssima,
Mãe castíssima,
Mãe Imaculada,
Mãe intemerata,
Mãe amável,
Mãe admirável,
Mãe do bom conselho,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Virgem prudentíssima,
Virgem venerável,
Virgem louvável,
Virgem poderosa,
Virgem clemente,
Virgem fiel,
Espelho de justiça,
Sede da sabedoria,
Causa da nossa alegria,
Vaso espiritual,
Vaso digno de honra,
Vaso insigne de devoção,
Rosa mística,
Torre de David,
Torre de marfim,
Casa de ouro,
Arca da aliança,
Porta do Céu,
Estrela da manhã,
Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores,
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Rainha dos Anjos,
Rainha dos Patriarcas,
Rainha dos Profetas,
Rainha dos Apóstolos,
Rainha dos Mártires,
Rainha dos Confessores,
Rainha das Virgens,
Rainha de todos os santos,
Rainha concebida sem pecado original,
Rainha assunta ao Céu,
Rainha do sacratíssimo Rosário,
Rainha da Paz,

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Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
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V/ Rogai por nós, santa Mãe de Deus.
R/ Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
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Oremos. Senhor Deus, nós Vos suplicamos que concedais aos Vossos servos perpétua saúde de alma e de corpo; e que, pela gloriosa intercessão da bem-aventurada sempre Virgem Maria, sejamos livres da tristeza do século e gozemos da eterna alegria. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

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This is a letter written by Msgr. Lefebvre to the prior of the monastery of Santa Cruz (Brazil), Don Thomas, on August 18, 1988. It is in Spanish (original) and Portuguese. Don Thomas, after all these years, finally authorized the disclosure, to the good of the Church.

Giulia
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Carta de Monseñor Lefebvre a Dom Tomás de Aquino,
Prior del Monasterio de Santa Cruz; escrita en momentos
en que éste viajaba a Brasil, mientras Dom Gérard
hacía los arreglos con Roma:
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+ Ecône 18 de agosto de 1988
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Muy Estimado Dom Tomás de Aquino:
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¡Cómo lamento que usted haya partido antes de los acontecimientos del Barroux! Habría sido más fácil considerar la situación provocada por la decisión desastrosa de Dom Gérard…
Dom Gérard, en su declaración, expone lo que le es concedido y acepta ponerse bajo la obediencia de la Roma modernista, que permanece fundamentalmente anti tradicional, lo que motivo mi alejamiento.
Él quería al mismo tiempo guardar la amistad y el apoyo de los tradicionalistas, lo que es inconcebible. Él nos acusa de “resistencialismo”.
Yo le avisé bien. Mas su decisión estaba ya tomada hacía mucho tiempo y él no quiso escuchar más consejos.
Las consecuencias ahora son inevitables. Ya no tendremos más ninguna relación con el Barroux y avisamos a todos nuestros fieles para que no ayudasen más una obra que, de aquí en adelante, está en manos de nuestros enemigos, de los enemigos de Nuestro Señor y de su reino universal.
Las hermanas benedictinas están angustiadas. Ellas vinieron a verme. Yo les aconsejé lo que le aconsejo igualmente: guardar su libertad y recusar todo lazo con esta Roma modernista.
Dom Gérard usa de todos los argumentos para paralizar la resistencia…
Él suicidó su obra…
Pido a Nuesra Señora que lo ayude en la defensa de la honra de su divino Hijo.
Que Dios lo bendiga y bendiga a su monasterio.
 .
[Radio Cristiandad]
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Extraído do blog SPES

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