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Archive for outubro \30\-03:00 2011

VIVA CRISTO REI!

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Extraído do blog – Grupo São Domingos de Gusmão  

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Queridos fiéis:

Na próxima quinta-feira, 27 de outubro, terá lugar a terceira reunião de Assis, convocada e presidida pelo Papa Bento XVI. O programa publicado pela Santa Sé informa que será uma “jornada de reflexão, diálogo e oração pela paz e pela justiça no mundo”. Bento XVI convida as “diversas confissões cristãs, os representantes das tradições religiosas do mundo e todas as pessoas de boa vontade” a se reunir sobre o tema: “Peregrinos da verdade, peregrinos da paz”, “com vistas a construir um mundo cada vez mais fraterno, no qual todos estejam livres para professar a própria fé e religião.” (Bento XVI, Angelus de 1.º de janeiro de 2011, alocução aos peregrinos franceses).

Aparentemente os escândalos ocorridos em 1986 nas distintas igrejas de Assis não se renovarão; não obstante, os princípios invocados com vistas à organização da reunião são os mesmos que há 25 anos: assevera-se que a liberdade religiosa nas nações é fonte de paz, enquanto a doutrina católica ensina que somente a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo e a fidelidade à Igreja fundada por Ele podem alcançar a paz para o mundo enlouquecido. Substitui-se a fé pela liberdade de consciência. O homem-deus quer suplantar ao Deus feito homem. E quem propõe semelhante delírio – que nasceu nas lojas maçônicas – como remédio ao mundo é o mesmo Vigário de Cristo. Que escândalo e mistério tão grande!
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Devemos reparar tamanha injúria feita a Deus.
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Por este motivo, convido a todos os fiéis de nossos priorados e a todos os católicos desejosos de defender a honra divina a participar da cerimônia de desagravo que será organizada na quinta-feira, 27 de outubro, em cada uma das capelas do Distrito da América do Sul. Rezar-se-á uma Via-Crucis e a Santa Missa pela propagação da fé. Concorramos massivamente com espírito de penitência e reparação.
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Os seguintes textos pontíficios [n.t. ver texto original, espanhol] demonstram que sempre a Igreja condenou semelhantes reuniões interreligiosas. Em lugar de alcançar a paz, esta jornada fomentará o indiferentismo religioso e a apostasia, turbará os católicos e seguirá levando a sociedade ao caos, como conseqüência inevitável da recuza do Reinado social de Cristo-Rei.

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Parce, Domine, parce populo tuo!  Perdoai, Senhor, perdoai ao teu povo!

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Padre Christian BOUCHACOURT

21 de outubro de 2011
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*Tradução nossa [*Grupo São Domingos de Gusmão] do comunicado do Rev. Pe. Christian Bouchacourt, superior do Distrito da América do Sul da FSSPX. Texto original acessível em http://www.fsspx-sudamerica.org/fraternidad/comuasis.php.
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Fonte: SPES

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Por ocasião da reunião de Assis de 1986, Dom Marcel Lefebvre e Dom Antônio de Castro Mayer fizeram esta declaração conjunta para manifestar o caráter anticatólico daquela reunião. Hoje, quando o Papa chama novamente 250 chefes de falsas religiões para repetir o escândalo de Assis, é preciso reler este precioso texto dos dois grandes bispos da Tradição.

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DECLARAÇÃO

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(Como consequência dos acontecimentos da visita de João Paulo II à Sinagoga e ao Congresso das Religiões em Assis):

Roma nos mandou perguntar se tínhamos a intenção de proclamar nossa ruptura com o Vaticano por ocasião do Congresso de Assis.

Parece-nos que a pergunta deveria, antes, ser esta: o senhor acredita e tem a intenção de declarar que o Congresso de Assis consuma a ruptura das Autoridades Romanas com a Igreja Católica?

Porque é precisamente isto que preocupa àqueles que ainda permanecem católicos.

Com efeito, é bastante evidente que, desde o Concílio Vaticano II, o Papa e os Episcopados se afastam, de maneira cada vez mais nítida, de seus predecessores.

Tudo aquilo que foi posto em prática pela Igreja para defender a Fé nos séculos passados, e tudo o que foi realizado pelos missionários para difundi-la, até o martírio inclusive, é considerado doravante como uma falta da qual a Igreja deveria se acusar e pedir perdão. (nota: os dois bispos não podiam imaginar a avalanche de pedidos de perdão que viria, anos mais tarde, humilhar a Santa Igreja)

A atitude dos onze Papas que, desde 1789 até 1958, em documentos oficiais, condenaram a Revolução liberal, é considerada hoje como “uma falta de compreensão do sopro cristão que inspirou a Revolução”.

Donde, a reviravolta completa de Roma, desde o Concílio Vaticano II, que nos faz repetir as palavras de Nosso Senhor àqueles que O vinham prender: “Haec est hora vestra et potestas tenebrarum – Esta é a vossa hora e o poder das trevas” (Lc. 22, 52-63).

Adotando a religião liberal do protestantismo e da Revolução, os princípios naturalistas de J.J. Rousseau, as liberdades ateias da Constituição dos Direitos do Homem, o princípio da dignidade humana já sem relação com a verdade e a dignidade moral, – as Autoridades Romanas voltam as costas a seus predecessores e rompem com a Igreja Católica, e põem-se a serviço dos que destroem a Cristandade e o Reinado Universal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Os recentes atos de João Paulo II e dos Episcopados nacionais ilustram, de ano para ano, esta mudança radical de concepção da fé, da Igreja, do Sacerdócio, do mundo, da salvação pela graça.

O cúmulo desta ruptura com o magistério anterior da Igreja, depois da visita à Sinagoga, se realizou em Assis. O pecado público contra a unicidade de Deus, contra o Verbo Encarnado e Sua Igreja faz-nos estremecer de horror. João Paulo II encoraja as falsas religiões a rezar a seus falsos deuses: escândalo sem medida e sem precedente.

Poderíamos retomar aqui nossa Declaração de 21 de novembro de 1974, que permanece mais atual que nunca.

Quanto a nós, permanecendo indefectivelmente na adesão à Igreja Católica e Romana de sempre, somos obrigados a verificar que esta religião modernista e liberal da Roma moderna e conciliar se afasta cada vez mais de nós, que professamos a Fé católica dos onze Papas que condenaram esta falsa religião.

A ruptura, portanto, não vem de nós, mas de Paulo VI e de João Paulo II, que rompem com seus predecessores. Esta negação de todo o passado da Igreja por estes dois Papas e pelos Bispos que os imitam é uma impiedade inconcebível e uma humilhação insuportável para aqueles que continuam católicos na fidelidade a vinte séculos de profissão da mesma Fé. Por isso, consideramos como nulo tudo o que foi inspirado por este espírito de negação: todas as Reformas post-conciliares, e todos os atos de Roma realizados dentro desta impiedade.

Contamos com a graça de Deus e o sufrágio da Virgem Fiel, de todos os Mártires, de todos os Papas até o Concilio, de todos os Santos e Santas fundadores e fundadoras de Ordens contemplativas e missionárias, para que venham em nosso auxilio na renovação da Igreja pela fidelidade integral à Tradição.

Buenos Aires, 2 de dezembro de 1986

+ Marcel Lefebvre

Arcebispo-Bispo emérito de Tulle

+ Antonio de Castro Mayer

Bispo emérito de Campos,

que concorda plenamente com a presente declaração e a faz sua.

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Nota do SPES: Estas palavras não podem senão aplicar-se, ipsis verbis e ipsis litteris, ao próximo encontro de Assis, convocado agora por Bento XVI. Pergunte-se uma vez mais: Que mudou de João Paulo II para Bento XVI?

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Extraído do blog – A grande guerra 

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Por ter dado esmola para Missa por falecido, 
ímpio merece a graça da conversão 
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O célebre Pe. Lacordaire, no começo de suas conferências sobre a imortalidade da alma, relatava o seguinte fato:
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Um príncipe polonês de X, conhecido infiel e materialista, tinha composto um trabalho contra a imortalidade da alma.
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Estava para mandá-lo para a imprensa, quando um dia, caminhando em seu parque, uma mulher banhada em lágrimas lançou-se a seus pés, e com acentos de profunda dor lhe disse: “Meu bom Príncipe, meu marido acaba de morrer. Nesse momento sua alma talvez esteja sofrendo no Purgatório. E eu estou em tal pobreza, que não tenho sequer a pequena soma para mandar celebrar uma Missa por sua alma. Em vossa bondade, vinde em meu auxílio em favor de meu pobre marido“.
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Se bem que o nobre estivesse convencido de que a mulher estava enganada por causa de sua credulidade, não teve a coragem de recusar o que pedia. Escorregou uma moeda de ouro em sua mão, e a feliz mulher correu à igreja e pediu a um padre que celebrasse algumas Missas pelo repouso da alma de seu marido.
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Cinco dias depois, à noite, o príncipe estava na reclusão de seu escritório lendo o manuscrito e retocando alguns detalhes, quando, levantando os olhos, viu junto a si um homem vestido com o traje dos camponeses de seu país.
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Príncipe – disse-lhe o desconhecido visitante – venho agradecer-vos. Sou o marido da pobre mulher que vos pediu, dias atrás, uma esmola para que pudesse mandar celebrar o Santo Sacrifício da Missa pelo repouso de minha alma. Vossa caridade agradou a Deus. Foi Ele que me permitiu vir agradecer-vos“.
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Ditas estas palavras, o camponês desapareceu como uma sombra. A emoção do príncipe foi indescritível. Em conseqüência atirou seu manuscrito ao fogo, e entregou-se tão inteiramente à convicção da verdade, que sua conversão foi completa. Ele perseverou até a hora da morte.
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(O que é o Purgatório por Padre F. X. Schouppe, S.J)

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Extraído do Blog: A grande guerra 

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Oração pelas Almas do Purgatório 
(do Venerável Martinho de Cochem) 
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Ó Pai de toda misericórdia, tende piedade das almas benditas do Purgatório.
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Ó piedosíssimo Redentor do mundo, Jesus Cristo, livrai as almas do Purgatório de seus tormentos.
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Espírito Santo, Deus de todo amor, livrai as almas dos fiéis defuntos de suas grandes penas.
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Virgem Maria, cheia de graça, Mãe de misericórdia, alcançai às almas perdão e misericórdia.
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Todos os Anjos, visitai-as e consolai-as no seu cárcere!
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Todos os Santos e Bem-aventurados no Céu, rogai pelas almas do Purgatório que tanto sofrem.
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Prostrai-Vos todos diante do trono de Deus, pedindo perdão e misericórdia por elas.
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Ó Deus, atendei às súplicas dos Vossos Santos e livrai as almas que tanto sofrem no fogo do Purgatório.
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Eu clamo juntamente com eles a Vós, Senhor: olhai propício para o Purgatório, e lembrai-Vos de Vossa piedade e misericórdia.
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Óh! Quanto são terríveis as chamas do Purgatório! Quão cruéis as dores que lá as almas sofrem!
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Pela Paixão e Morte de Jesus Cristo, tende piedade delas, ó Pai de misericórdia, ó Deus de toda consolação!
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Eu Vos ofereço, para purificação das almas dos fiéis defuntos, as lágrimas de Jesus, e para alívio de suas penas e dores Vos ofereço o preciosíssimo Sangue do Vosso divino Filho.
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Eu Vos ofereço, para expiação de suas culpas, os tormentos que Jesus sofreu na cruz, e para perdão de seus pecados todos os horrores que o mesmo Jesus padeceu na Sua agonia.
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Eu Vos ofereço, para seu livramento, todas as santas Missas e o sagrado Corpo e o precioso Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo que está presente sobre os nossos altares.
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Ó meu Deus, Pai de misericórdia, aceitai propício este oferecimento, e salvai as almas do Purgatório, pelo amor de Maria Santíssima, e sobretudo pelo amor de Jesus Cristo, Vosso divino Filho, Nosso Senhor. Amém.
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Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno,
Entre os resplendores da luz perpétua.
Descansem em paz. Amém.
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(Oração retirada do livro “Adoremus: Manual de Orações e Exercícios Piedosos“, de Dom Eduardo Herberhold, OFM, 1926, 15ª edição)

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Extraído do Blog: SPES

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Publicamos a seguir um extrato do artigo do Frei João, capuchinho de Morgon (França), publicado na Carta aos amigos de São Francisco, n° 17, de 02.02.1999:
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«Modelo de respeito e de submissão para com os seus superiores eclesiásticos e religiosos, em particular por ocasião das perseguições contra a sua pessoa, o Padre Pio de Pietrelcina não podia ficar mudo perante um desafio nefasto à Igreja.
Antes mesmo do fim do concílio, em fevereiro de 1965anunciaram-lhe que seria preciso em breve celebrar a missa segundo um novo rito “ad experimentum”, em língua vulgar, e elaborado por uma comissão litúrgica conciliar para responder às aspirações do homem moderno.
Antes mesmo de ter o seu texto debaixo dos olhos, escreveu imediatamente a Paulo VI pedindo-lhe fosse dispensado desta experiência litúrgica e pudesse continuar a celebrar a missa de São Pio V.
Tendo-se o cardeal Bacci deslocado em pessoa para lhe levar esta autorização, Padre Pio deixou escapar esta queixa junto do enviado do Papa: “O Concílio, por piedade, acabai com ele depressa!”
No mesmo ano, na euforia conciliar que prometia uma “nova primavera” para a Igreja e para o mundo, confiava a um de seus filhos espirituais: “Rezemos nesta época de trevas. Façamos penitência pelos eleitos”.
[…]
Quão significativas outras cenas: essas reações em face do “aggiornamento que as ordens religiosas assimilaram no dia seguinte ao Vaticano II (citações extraídas duma obra munida de imprimatur):
“O Padre Geral (dos franciscanos) veio de Roma antes do capítulo especial para as constituições, em 1966, para pedir ao Padre Pio orações e bênçãos. Encontrou o Padre Pio no corredor do convento: ‘Padre, vim para vos recomendar o capítulo especial para as novas constituições…’ Apenas ouviu ‘capítulo especial’, Padre Pio fez um gesto violento e gritou: ‘Não são senão parlapatices e ruínas!’ ‘Mas que quereis, Padre? As novas gerações… os jovens evoluem à sua maneira… há novas exigências…’ ‘É o cérebro e o coração que faltam, eis tudo, a inteligência e o amor’.
Em seguida avançou para a sua cela, deu meia-volta, apontou o dedo dizendo: ‘Não nos desnaturemos, não nos desnaturemos! Quando Deus nos julgar, São Francisco não nos reconhecerá como filhos!’“
Um ano depois, a mesma cena para o “aggiornamento” dos capuchinhos: “Um dia, confrades com o Padre Definidor Geral discutiam sobre a Ordem, quando o Padre Pio, tomando uma atitude espantosa, se pôs a gritar ao mesmo tempo que fixava o olhar ao longe: ‘Mas o que estais prestes a fazer em Roma? Que combinais vós? Quereis mesmo mudar a Regra de São Francisco!’ E o Definidor diz: ‘Padre, propõem-se estas mudanças porque os jovens nada querem saber da tonsura, do hábito, dos pés descalços…’
‘Expulsai-os fora! Expulsai-os fora! Mas quê? São eles que vão fazer um favor a São Francisco ao tomarem o hábito e ao seguirem o seu modo de vida, ou é antes São Francisco que lhes faz um grande dom?’”
Se se considera que o Padre Pio foi um verdadeiro alter Christus, que toda a sua pessoa, corpo e alma, foi tão perfeitamente conforme quanto possível à de Jesus Cristo, esta recusa nítida das inovações da Missa e do “aggiornamento deve ser para nós uma lição a reter.
É também notável que o Bom Deus tenha querido lembrar-se dele, seu fiel servidor, pouco tempo antes da imposição implacável das reformas do Concílio no seio da Igreja e da ordem capuchinha. E que Katarina Tangari, uma das suas filhas espirituais mais privilegiadas, tenha apoiado tão admiravelmente os padres de Écône até à morte, um ano após as sagrações episcopais.
E Padre Pio ainda era menos complacente em face da ordem — ou antes da desordem — social e política: “confusão de ideias e reino dos ladrões” (em 1966).
Profetizou que os comunistas chegariam ao poder “por surpresa, sem desfechar golpe… Nós nos daremos conta disso da noite para o dia”.
Chegou a precisar até, a Monsenhor Piccinelli, que a bandeira vermelha flutuará sobre o Vaticano, “mas isso passará”.
Ainda aqui a sua conclusão coincide com a da Rainha dos Profetas: “Mas por fim o meu Coração Imaculado triunfará!”»

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Extraído do Blog – SPES 

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Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós! Viva Lepanto!

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós! Viva Lepanto!

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Era costume entre os nobres, na Idade Média, bem como outrora entre os romanos, pôr na cabeça coroas de flores chamadas capellae. Ofereciam-se essas coroas às pessoas de distinção, a título de vassalagem.
Soberana do Céu e das almas, a Santíssima Virgem tem direito às mesmas homenagens. A Santa Madre Igreja nos exorta a oferecer-lhe uma tríplice coroa de rosas, à qual se dá o nome de Rosário.
Foi principalmente para recordar o insigne benefício da vitória de Lepanto sobre o islã em 07 de outubro de 1571 que foi estabelecida a festa de Nossa Senhora do Rosário.
Lembremos sempre de prestar nossa justa homenagem à Santíssima Virgem, que nunca se esquece de proteger seus filhos intercedendo junto a seu Divino Filho.

Deixamos dois vídeos como lembrança da batalha que salvou a Cristandade de um cruel destino.

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Papa Bonifácio VIII
18.11.1302
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Una, santa, católica e apostólica: esta é a Igreja que devemos crer e professar, já que é isso o que a ensina a fé. Nesta Igreja cremos com firmeza e com simplicidade testemunhamos. Fora dela não há salvação, nem remissão dos pecados, como declara o esposo no Cântico: “Uma só é minha pomba sem defeito. Uma só a preferida pela mãe que a gerou” (Ct 6,9). Ela representa o único corpo místico, cuja cabeça é Cristo, e Deus é a cabeça de Cristo. Nela existe “um só Senhor, uma só fé e um só batismo” (Ef 4,5). Com efeito, apenas uma foi a arca de Noé na época do dilúvio; ela foi a figura antecipada da única Igreja; encerrada com “um côvado” (Gn 6,16), teve um único piloto e um único chefe: Noé. Como lemos, tudo o que existia fora dela, sobre a terra, foi destruído.
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A esta única Igreja, nós a veneramos, como diz o Senhor pelo profeta: “Salva minha vida da espada, meu único ser, da pata do cão” (Sl 21,21). Ao mesmo tempo que Ele pediu pela alma – ou seja, pela cabeça –, também pediu pelo corpo, porque chamou o seu corpo de único, isto é, a Igreja, por causa da unidade da Igreja no seu esposo, na fé, nos sacramentos e na caridade. Ela é a veste sem costura (Jo 19,23) do Salvador, que não foi dividida, mas tirada à sorte. Por isso, esta Igreja, una e única, tem um só corpo e uma só cabeça, e não duas como um monstro: é Cristo, e Pedro é vigário de Cristo, bem como os sucessores de Pedro, conforme o que disse o Senhor ao próprio Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,17). Disse “minhas” em geral e não “esta” ou “aquela” em particular, de forma que se subentende que todas lhe foram confiadas. Assim, se os gregos ou outros dizem que não foram confiados a Pedro e aos seus sucessores, é necessário que reconheçam que não fazem parte das ovelhas de Cristo, pois o Senhor disse no Evangelho de São João: “Há um só rebanho e um só Pastor” (Jo 10,16).
As palavras do Evangelho nos ensinam: este poder comporta dois gládios, ambos estão em poder da Igreja: o gládio espiritual e o gládio temporal. Mas este último deve ser usado para a Igreja, enquanto o primeiro deve ser usada pela Igreja. O espiritual deve ser manuseado pela mão do sacerdote; o temporal, pela mão dos reis e cavaleiros, com o consenso e segundo a vontade do sacerdote. Um gládio deve estar subordinado ao outro gládio; a autoridade temporal deve ser submissa à autoridade espiritual.
O poder espiritual deve superar em dignidade e nobreza toda espécie de poder terrestre. Devemos reconhecer isso porque muito nitidamente percebemos que as coisas espirituais sobrepujam as temporais. A verdade o atesta: o poder espiritual pode estabelecer o poder terrestre e julgá-lo se este não for bom. Ora, se o poder terrestre se desvia, será julgado pelo poder espiritual. Se o poder espiritual inferior se desvia, será julgado pelo poder superior. Mas, se o poder superior se desvia, só Deus poderá julgá-lo e não o homem. Assim testemunha o apóstolo: “O homem espiritual julga a respeito de tudo e por ninguém é julgado” (1Cor 2,15).
Esta autoridade, ainda que tenha sido dada a um homem e por ele seja exercida, não é humana, mas de Deus. Foi dada a Pedro pela boca de Deus e fundada para ele e seus sucessores n’Aquele que ele, a rocha, confessou, quando o Senhor disse a Pedro: “Tudo o que ligares…” (Mt 16,19). Assim, quem resiste a este poder estabelecido por Deus “resiste à ordem de Deus” (Rm 13,2), a menos que esteja imaginando dois princípios, como fez Manes, opinião que julgamos falsa e herética, já que, conforme Moisés, não é “nos princípios”, mas “no princípio” que “Deus criou o céu e a terra” (Gn 1,1).
Por isso, declaramos, dizemos, definimos e pronunciamos que é absolutamente necessário à salvação de toda criatura humana estar sujeita ao romano pontífice.
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Dada no oitavo ano de nosso pontificado [18 de novembro de 1302].
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Extraído de: SPES

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Monsenhor Marcel Lefebvre
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Leiam a magnífica encíclica de Pio XI Quas Primas, de 11 de novembro de 1925, sobre a realeza social de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela expõe esta doutrina com uma limpidez e um vigor admiráveis. Lembro-me ainda de quando, jovens seminaristas em Roma, recebemos este ensinamento pontifício; com que alegria e entusiasmo a comentaram nossos professores! Releiam este trecho, que refuta definitivamente o laicismo do Estado:
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“A celebração desta festa (de Cristo Rei), que se repetirá todos os anos, será também uma advertência para as nações de que o dever de venerar publicamente a Cristo e prestar-lhe obediência se refere não só aos cidadãos, mas também aos magistrados e governantes. Os chefes da sociedade civil, por sua vez, se lembrarão do Juízo Final, quando Cristo acusará os que o expulsaram da vida pública, bem como aos que o tiverem simplesmente ignorado e desprezado, e vingará severamente tantas injúrias recebidas; pois sua dignidade real exige que toda a sociedade se ajuste aos mandamentos e aos princípios cristãos, tanto ao estabelecer as leis como ao administrar a justiça, e finalmente quanto à formação da alma da juventude na sã doutrina e na santidade dos costumes”.
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Desde então a Igreja em sua liturgia canta e proclama o reino de Jesus Cristo sobre as leis civis. Que bela proclamação dogmática, apesar de não ser ainda ex cathedra!
Foi necessária toda a raiva dos inimigos de Jesus Cristo para que se chegasse a arrancar-lhe a coroa, quando, aplicando o Concílio Vaticano II, os inovadores deformaram ou suprimiram estas três estrofes do hino das primeiras Vésperas da Festa de Cristo Rei:
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Scelesta turba clamitat
Regnare Christum nolumus,
Te nos ovantes omnium
Regem Supremum dicimus.
(estrofe 2)
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[A turba ímpia grita:
Não queremos que reine Cristo;
Nós com júbilo te proclamamos
De todos o supremo Rei.]
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Te nationum praesides
Honore tollant publico
Colant magistri, judices
Leges et artes exprimant.
(estrofe 6)
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[Que te honrem publicamente
Os chefes das nações
E que mestres e juízes
Nas leis e artes te exprimam.]
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Submissa regum fulgeant
Tibi dicata insígnia,
Mitique sceptro patriam
Domosque subde civium”.
(estrofe 7)
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[Que brilhem a Ti dedicadas
Dos reis armas conquistadas,
Teu doce cetro submete
A pátria e todos os lares.]

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[Extraído do livro Do Liberalismo à Apostasia: a Tragédia Conciliar, cap. XIII.]
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Extraído de SPES.

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Carlos Nougué
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Um dos traços do modernismo “católico” é o relativismo de corte hegeliano. Explique-se: a tese segundo a qual os opostos se identificam numa síntese. Tal tese vem de muito tempo atrás, ao menos do filósofo helênico Heráclito de Éfeso (c. 540 a.C.-470 a.C.). Mas produz todo o seu efeito nefasto ao se difundir como um câncer no seio da Igreja.
Ela manifesta-se de muitas maneiras. Entre estas, como mostrava São Pio X, no fato de ao lermos um texto de um modernista pensarmos, em certa página, que se trata da mais pura ortodoxia, pensamento que logo se desvanece ao lermos a página seguinte, que heterodoxa ou hereticamente contradiz absolutamente a anterior. É como se se jogasse no lixo o princípio de contradição, segundo o qual “algo não pode ser e não ser ao mesmo tempo ou pelo mesmo aspecto” – princípio porém que é reafirmado implicitamente até por quem o nega, porque o negá-lo é já dizer: “O que afirmo contra o princípio de contradição é correto e não pode deixar de ser correto ao mesmo tempo ou pelo mesmo aspecto”… Aliás, sem o princípio de contradição nem sequer poderíamos viver, porque sem ele, por exemplo, quereríamos atravessar um semáforo com sinal vermelho porque este indicaria, ao mesmo tempo, que deveríamos indiferentemente esperar ou avançar…
Pois bem, decorrem desta tese propriamente psicopatológica as afirmações de Bento XVI na carta que transcrevemos abaixo, e que está sendo usada, ao que parece, para tentar justificar sua presença no encontro de Assis 3. Leiamos antes de tudo a notícia, para depois comentá-la:
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«Rorate-Caeli | Tradução: Fratres in Unum.com – Em abril, mencionamos uma carta que o Papa Bento XVI enviou a seu amigo, o ministro e professor luterano Dr. Peter Beyerhaus, como resposta a uma missiva enviada por ele sobre o risco envolvido no novo encontro de Assis (27 de outubro de 2011).
Em uma conferência promovida por católicos de inclinação tradicional que ocorreu no último sábado, em Roma, sobre o significado do encontro de Assis (o Cardeal Burke era um dos interlocutores na conferência), a passagem relevante da carta privada do Papa a Beyerhaus foi revelada:
“Compreendo muito bem — escreveu Bento XVI em 4 de março de 2011 — a sua preocupação sobre a [minha] participação no encontro de Assis. Todavia, esta comemoração teria de ser celebrada de toda forma e, no fim das contas, pareceu-me que a melhor coisa para mim seria ir até lá pessoalmente, podendo, então, determinar a direção de tudo isso. Farei tudo, no entanto, a fim de que uma interpretação sincretista ou relativista do evento seja impossível e então o que permanecerá é aquilo que sempre acreditarei e professareipara o que chamei a atenção da Igreja com [a declaração] ‘Dominus Iesus“.»
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Pergunte-se:
1) Como “esta comemoração teria de ser celebrada de toda forma”? Quem a convoca não é o mesmo Bento XVI? Não tem ele poder para não convocá-la? Ou ao menos para não comparecer, deixando assim de dar respaldo a tamanha ignomínia e escândalo contra a Fé?
2) Como Bento XVI poderá “determinar a direção” de tal encontro diferentemente de como o fez João Paulo II? Irá ele, porventura, dizer em pleno encontro que só há um verdadeiro Deus – o uno e trino, o mesmo que morreu na Cruz para resgatar os homens e para erguer sua Igreja, “fora da qual não há salvação”? Irá ele dizer, como sempre disse o magistério infalível, que os demais deuses são falsos?
3)  Não será esta a única maneira de fazer “que uma interpretação sincretista ou relativista do evento seja impossível”? Há outra?
4) Bento XVI sempre “acreditou e professou”, e di-lo na declaração Dominus Iesus, que só há um verdadeiro Deus – o uno e trino, o mesmo que morreu na Cruz para resgatar os homens e para erguer sua Igreja, “fora da qual não há salvação”?
5) Que relativismo será o de Bento XVI – que pretende desrelativizar relativisticamente o relativismo religioso – senão o ápice desse mesmo hegelianismo que carcome a hierarquia?
6) Sim, porque que antirrelativismo é esse que se entrega a elogios escandalosos ao heresiarca Lutero, triste espetáculo que acabamos de ver bem diante de nossos olhos?
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A Verdade – não pode ser outra nossa bandeira e nossa razão de viver. O restante (incluídas as tentativas de fazer que algo seja aquilo que ele não é) passa como o instante desta vida.
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Fonte: SPES


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