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Archive for agosto \28\-03:00 2014

Fonte: Dominus Est

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Santa Missa de Sempre

O Senhor fez tudo para si mesmo (Prov. XVI, 4); Ele criou tudo para sua glória (Is. XLIII, 7). Outrossim o fim de todos os seres é glorificar seu autor; a criação inteira deve Lhe oferecer um alegre concerto de adoração e de louvor. Tudo o que há no céu, sobre a terra e nos infernos, deve dobrar os joelhos diante do Mestre de todas as coisas e louvá-Lo segundo a multidão de sua grandeza (Salmo CL, 2). Mas como isso é possível? Sua majestade é ilimitada. “O Senhor é grande e infinitamente digno de louvor; sua grandeza é sem medida” (Salmo CXLIV, 3), canta o Salmista. As obras de seu poder, de sua sabedoria, de seu amor, no reino da natureza, da graça e da glória, são incomensuráveis[1]. Igualmente, “qualquer que seja os louvores que rendestes ao Senhor, Ele é maior que todo louvor” (Eccl. XLIII, 32-33). Na verdade, “todas suas obras louvam o Senhor, e seus santos o bendizem” (Salmo CXLIV, 10). Mas como a homenagem de criaturas finitas poderia um dia se elevar à altura de seu nome infinito? Os mares agitados e os outeiros dos montes, o murmúrio dos riachos e o silêncio dos vales, as colheitas que curvam suas espigas como ondas e as pradarias esmaltadas de flores, as aves com cantos variados e os leões que rugem, todos unem suas vozes para formar a maravilhosa harmonia que sobe à glória do Criador, de uma extremidade à outra do mundo.

Atiremo-nos para além da terra; “os céus cantam a glória de Deus” (Salmo XVIII, 2). O azul do firmamento, os raios brilhantes do sol, as nuvens que aceleram sua corrida, o precipitação do trovão, a beleza da aurora e do crepúsculo, o raio que sulca a nuvem, a luz suave e misteriosa do exército das estrelas nos anunciam a grandeza inefável, a majestade adorável de Deus. Além disso, acima dos astros, na morada dos bem-aventurados ecoa incessantemente cânticos de louvor, e se faz ouvir em honra da Trindade santa um hino sem fim. Os santos no céu tremem com um tremor respeitoso, eles se prostram e adoram diante do trono do Pai eterno, eles Lhe oferecem honra e glória por toda a eternidade (Apoc. IV, 10, 11). Estes anjos, estes espíritos sublimes e de uma beleza que desafia qualquer descrição, as estrelas da manhã e as primícias da criação, os príncipes do céu, diante dos quais toda magnificência terrestre se esvai como um vapor que os raios do sol dissipam: os anjos cobrem seu rosto com suas asas diante da majestade de Deus; apanhados pelo temor e tremendo, eles cantam infinitamente: Santo, santo, santo! A Virgem Maria, enfim, a Mãe de Deus, a rainha gloriosa dos anjos e de todas as virtudes, transfigurada pelo esplendor dos dons celestes, deixa jorrar de seu coração puríssimo e em um arrebatamento eterno o Magnificat, em honra da potência, da santidade, da misericórdia de Deus; sua vida inteira não foi outra coisa senão a adoração mais humilde, a mais respeitosa de seu Deus.

Contudo, quaisquer que sejam a grandeza e o poder do hino eterno de louvor e de adoração cantado por todas as criaturas no céu e sobre a terra, o que ele é comparado à majestade e à magnificência Daquele que sozinho é infinitamente grande? “Senhor, dizia o bem-aventurado Henri Suzo, quando os querubins, os serafins e toda a multidão dos espíritos celestes Vos louvam com o seu melhor possível, o que eles podem fazer em comparação com vossa dignidade imensa, que nenhum louvor pode atingir? Aquele que pensa vos louvar como o Senhor o merece, se assemelha ao insensato, que persegue o vento e quer agarrar a sombra”[2].

Como poderemos ser dignos de glorificar Deus de um modo conforme à sua majestade? Ah! Agradeçamos ao Senhor: pelo sacrifício da Missa Ele nos forneceu o meio de prestar a Deus um culto de adoração infinitamente perfeito e igual à sua grandeza. Sim, uma única missa obtém de Deus mais glória que todas as homenagens de todos os habitantes do céu e da terra durante a eternidade.

Por que o sacrifício eucarístico contém um culto infinitamente perfeito à glória de Deus? Por sua natureza, o sacrifício é um ato de adoração; trata-se do reconhecimento efetivo e solene do soberano domínio de Deus sobre todas as criaturas. Quanto mais o sacrifício é perfeito, maior é a honra que Deus retira dele. A Santa Missa, sendo um sacrifício de valor infinito, contém, então, um ato de adoração infinitamente digno de Deus. Sobre o altar, não é um homem somente que oferece, não é uma simples criatura que é oferecida: é o Homem-Deus que se auto oferece a seu Pai celeste em um holocausto de adoração e de louvor; é uma pessoa divina, o Filho de Deus, eterno, infinito, onipotente, perfeitamente igual ao Pai e ao Espírito Santo; é Jesus Cristo, o primogênito de todas as criaturas, o chefe de toda a criação. A majestade e a soberania de Deus, por um lado; a pequenez e a dependência das criaturas, por outro, poderiam ser reconhecidas e expressas com mais energia senão pelo aniquilamento, a humilhação, a imolação, em uma palavra, pela humanidade santa e gloriosa do Filho de Deus, escondido sob as espécies do Sacramento?

Ademais, a Santa Missa é a representação do sacrifício da cruz. A honra infinita que o Pai celeste recebeu sobre o Calvário, novamente lhe é dada pela oblação mística de seu divino Filho, em quem Ele coloca todas as suas complacências. Para glorificar seu Pai, Jesus Cristo, sobre a cruz, desceu ao abismo do rebaixamento mais profundo; ele se tornou semelhante a um leproso, ao último dos homens, à raiz de uma árvore ressecada (Is. LIII, 2-4). Sua vida inteira se consumou em uma perpétua adoração de Deus. Ele era consumido por um zelo ardente pela casa, pelo reino e a glória de seu Pai. Agora, na Santa Missa, Jesus Cristo apresenta novamente ao seu Pai todos os trabalhos, as orações, as dores de sua vida humilhada, de sua dolorosa paixão e de sua morte, que foram para Deus o manancial de uma glória intima; ele lhos oferece com o mesmo coração cheio de amor, com a mesma submissão respeitosa que ele teve sobre a terra: como o Pai celeste não seria infinitamente honrado e glorificado com isso? Não é possível imaginar uma adoração mais digna de Deus, uma homenagem mais profunda, uma veneração maior que aquela que é oferecida ao Altíssimo pelo sacrifício de Jesus Cristo sobre o altar: ele é um holocausto de um valor infinito, ele é a glorificação mais sublime de sua divina majestade.

Além da homenagem assim dada a Deus por Jesus Cristo, a Santa Missa ainda tem outro efeito: ela coloca a Igreja e todos os fiéis em condições de honrar perfeitamente Deus e de adorá-Lo em espírito e em verdade (Jo IV, 24). O sacrifício eucarístico é propriedade da Igreja: ela o oferece pelas mãos do padre para prestar a Deus, em nome de todos, o culto que Lhe é devido. Jesus Cristo se confiou a nós para permitir-nos dar a Deus um presente que O honra e Lhe agrada infinitamente. Pela ofertório da vítima sem mancha, testemunhamos à divina majestade uma homenagem de uma igualdade perfeita com seu soberano domínio.

Somente o pensamento de poder honrá-Lo dignamente mergulha as almas santas em uma felicidade profunda. “Louvar a Deus é obra particular dos anjos e dos santos no céu, e dos homens ferventes sobre a terra; não há para eles ocupação mais doce[3]“. O bem-aventurado Henri Suso exprimia assim essa necessidade de louvar a Deus:

“Infelizmente! ó meu Deus, quem permitirá ao meu coração, antes de minha morte, satisfazer plenamente seu desejo de Vos louvar? Quem me concederá honrar dignamente durante minha vida esse Senhor que minha alma tanto ama? Ah! Dulcíssimo Senhor, se não sou digno de Vos louvar, ao menos minha alma deseja ardentemente que o céu Vos louve, quando sua arrebatadora beleza resplandece com o brilho do sol e com a multidão inumerável das estrelas brilhantes. Desejo que a pradaria Vos louve, quando, nos esplendores do verão, ela desdobre seus adornos de flores variadas e a maravilhosa beleza de sua natureza. Ah! Sejas louvado por todos os pensamentos piedosos e os desejos ardentes que um coração puro e amável jamais pôde conceber de vós, quando ele fora circundado pelo calor vivificante de vosso espírito iluminador”[4].

Nossa ocupação mais doce deveria ser bendizer a Deus todos os dias e exaltar para sempre seu nome (Salmo CXLIV, 2), na alegria como no sofrimento[5]. Sit laus plena, sit sonora, sit jucunda, sit decora mentis jubilatio. Que o louvor de Deus jorre abundantemente de nosso coração, que ele ressoe agradavelmente aos ouvidos de Deus, que ele seja animado pela alegria íntima da alma e por uma requintada beleza! Porém, infelizmente! nosso culto é frequentemente tão fraco e tão miserável: eis porque nós o unimos às adorações infinitamente perfeitas oferecidas a Deus sobre o altar, por nosso chefe e nosso mediador, Jesus Cristo.

Esta união comunica um elevado valor às nossas homenagens tão pouco dignas, e permite assim que elas se elevem a Deus como um perfume agradável.

Em seguida o pensamento do esquecimento, do desprezo que o mundo faz de Deus, dos ultrajes que se dirigem ao seu santo nome, ferirá profundamente nosso coração; ele nos inflamará, com um santo zelo, a louvar e adorar Deus com tanto mais ardor em reparação a estas ofensas, sobretudo pela celebração da Santa Missa, que lhe procura honra e glória do levante ao poente.

Não somente devemos honrar a Deus de coração e de boca; nossa vida inteira e todas as nossas ações devem ser um ato perpétuo de adoração[6]. O cristão carrega sempre e por toda parte Deus diante de seus olhos; ele sente esta presença doce, e seus espírito é penetrado por uma veneração respeitosa. Desde que suas orações sejam mais recolhidas e mais piedosas, suas obras mais perfeitas e mais santas, suas palavras mais refletidas e mais edificantes, seus pensamentos mais elevados e mais puros, seus desejos mais reservados e mais santos, sua conduta inteira mais modesta e mais cristã[7].

GIHR, Nicolas. Le saint sacrifice de la Messe. Tradução de: Robson Carvalho. Paris: P. Lethielleux, Tome I, p. 154-159.

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[1] Dion. Carthus, de Orat., art. 31.

[2] Denifle, la Vie spirituelle, p. 487.

[3] Ruisbroek, em Denifle, I. c., p. 483.

[4] Denifle, l. c., p. 485.

[5] Dion. Carthus, de Oral., art. 31.

[6] S. Aug. Enar. in. ps. LVIII, n. 2.

[7] S. Aug. Enar. in. ps. CXLVIII, n.1.

 

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Fonte: Dominus Est

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mae-maria010Por meio de Maria começou a salvação do mundo e é por Maria que deve ser consumada. Na primeira vinda de Jesus Cristo, Maria quase não apareceu, para que os homens, ainda insuficientemente instruídos e esclarecidos sobre a pessoa de seu Filho, não se lhe apegassem demais e grosseiramente, afastando-se, assim, da verdade. E isto teria aparentemente acontecido devido aos encantos admiráveis com que o próprio Deus lhe havia ornado a aparência exterior. São Dionísio, o Areopagita, o confirma numa página que nos deixou22 e em que diz que, quando a viu, tê-la-ia tomado por uma divindade, tal o encanto que emanava de sua pessoa de beleza incomparável, se a fé, em que estava bem confirmado, não lhe ensinasse o contrário. Mas, na segunda vinda de Jesus Cristo, Maria deverá ser conhecida e revelada pelo Espírito Santo, a fim de que por ela seja Jesus Cristo conhecido, amado e servido, pois já não subsistem as razões que levaram o Espírito Santo a ocultar sua esposa durante a vida e a revelá-la só pouco depois da pregação do Evangelho.

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Deus quer, portanto, nesses últimos tempos, revelar-nos e manifestar Maria, a obra-prima de suas mãos:

1º Porque ela se ocultou neste mundo, e, por sua humildade profunda, se colocou abaixo do pó, obtendo de Deus, dos apóstolos e evangelistas, não ser quase mencionada.

2º Porque, sendo a obra-prima das mãos de Deus, tanto aqui em baixo, pela graça, como no céu, pela glória, ele quer que, por ela, os viventes o louvem e glorifique sobre a terra.

3º Visto ser ela a aurora que precede e anuncia o Sol da justiça, Jesus Cristo, deve ser conhecida e notada para que Jesus Cristo o seja.

4º Pois que é a via pela qual Jesus Cristo nos veio a primeira vez, ela o será ainda na segunda vinda, embora de modo diferente.

5º Pois que é o meio seguro e o caminho reto e imaculado para se ir a Jesus Cristo e encontrá-lo plenamente, é por ela que as almas, chamadas a brilhar em santidade, devem encontrá-lo. Quem encontrar Maria encontrará a vida (cf. Prov 8, 35), isto é, Jesus Cristo, que é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14, 6). Mas não pode encontrar Maria quem não a procura; quem não a conhece, e ninguém procura nem deseja o que não conhece. É preciso, portanto, que Maria seja, mais do que nunca, conhecida, para maior conhecimento e maior glória da Santíssima trindade.

6º Nesses últimos tempos, Maria deve brilhar, como jamais brilhou, em misericórdia, em força e graça. Em misericórdia para reconduzir e receber amorosamente os pobres pecadores e desviados que se converterão e voltarão ao seio da Igreja católica; em força contra os inimigos de Deus, os idólatras, cismáticos, maometanos, judeus e ímpios empedernidos, que se revoltarão terrivelmente para seduzir e fazer cair, com promessas e ameaças, todos os que lhes forem contrários. Deve, enfim, resplandecer em graça, para animar e sustentar os valentes soldados e fiéis de Jesus Cristo que pugnarão por seus interesses.

7º Maria deve ser, enfim, terrível para o demônio e seus sequazes como um exército em linha de batalha, principalmente n esses últimos tempos, pois o demônio, sabendo bem que pouco tempo lhe resta para perder as almas, redobra cada dia seus esforços e ataques. Suscitará, em breve, perseguições cruéis e terríveis emboscadas aos servidores fiéis e aos verdadeiros filhos de Maria, que mais trabalho lhe dão para vencer.

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 É principalmente a estas últimas e cruéis perseguições do demônio, que se multiplicarão todos os dias até ao reino do Anticristo, que se refere aquela primeira e célebre predição e maldição que Deus lançou contra a serpente no paraíso terrestre. Vem a propósito explicá-la aqui, para glória da Santíssima Virgem, salvação de seus filhos e confusão do demônio.

“Inimicitias ponan inter te et mulierem, et semen tuum et semen illius; ipsa conteret caput tuum, et tu insidiaberis calcaneo eius” (Gn 3, 15): Porei inimizades entre ti e a mulher, e entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça, e tu armarás traições ao seu calcanhar.

 Uma única inimizade Deus promoveu e estabeleceu, inimizade irreconciliável, que não só há de durar, mas aumentar até ao fim: a inimizade entre Maria, sua digna Mãe, e o demônio; entre os filhos e servos da Santíssima Virgem e os filhos e sequazes de Lúcifer; de modo que Maria é a mais terrível inimiga que Deus armou contra o demônio. Ele lhe deu até, desde o paraíso, tanto ódio a esse amaldiçoado inimigo de Deus, tanta clarividência para descobrira malícia desta velha serpente, tanta força para vencer, esmagar e aniquilar esse ímpio orgulhoso, que o temor que Maria inspira ao demônio é maior que o que lhe inspiram todos os anjos e homens e, em certo sentido, o próprio Deus. Não que a ira, o ódio, o poder de Deus não sejam infinitamente maiores que os da Santíssima Virgem, pois as perfeições de Maria são limitadas, mas, em primeiro lugar, Satanás, porque é orgulhoso, sofre incomparavelmente mais, por ser vencido e punido pela pequena e humilde escrava de Deus, cuja humildade o humilha mais que o poder divino; segundo, porque Deus concedeu a Maria tão grande poder sobre os demônios, que, como muitas vezes se viram obrigados a confessar, pela boca dos possessos, infunde-lhes mais temor um só de seus suspiros por uma alma, que as orações de todos os santos; e uma só de suas ameaças que todos os outros tormentos.

O que Lúcifer perdeu por orgulho, Maria ganhou por humildade. O que Eva condenou e perdeu pela desobediência, salvou-o Maria pela obediência. Eva, obedecendo à serpente, perdeu consigo todos os seus filhos e os entregou ao poder infernal; Maria, por sua perfeita fidelidade a Deus, salvou consigo todos os seus filhos e servos e os consagrou a Deus.

Deus não pôs somente inimizade, mas inimizades, e não somente entre Maria e o demônio, mas também entre a posteridade da Santíssima Virgem e a posteridade do demônio. Quer dizer, Deus estabeleceu inimizades, antipatias e ódios secretos entre os verdadeiros filhos e servos da Santíssima Virgem e os filhos e escravos do demônio. Não há entre eles a menor sombra de amor, nem correspondência íntima existe entre uns e outros. Os filhos de Belial, os escravos de Satã, os amigos do mundo (pois é a mesma coisa) sempre perseguiram até hoje e perseguirão no futuro aqueles que pertencem à Santíssima Virgem, como outrora Caim perseguiu seu irmão Abel, e Esaú, seu irmão Jacob, figurando os réprobos e os predestinados. Mas a humilde Maria será sempre vitoriosa na luta contra esse orgulhoso, e tão grande será a vitória final que ela chegará ao ponto de esmagar-lhe a cabeça, sede de todo o orgulho. Ela descobrirá sempre sua malícia de serpente, desvendará suas tramas infernais, desfará seus conselhos diabólicos, e até ao fim dos tempos garantirá seus fiéis servidores contra as garras de tão cruel inimigo.

Mas o poder de Maria sobre todos os demônios há de patentear-se com mais intensidade, nos últimos tempos, quando Satanás começar a armar insídias ao seu calcanhar, isto é, aos seus humildes servos, aos seus pobres filhos, os quais ela suscitará para combater o príncipe das trevas. Eles serão pequenos e pobres aos olhos do mundo, e rebaixados diante de todos como o calcanhar em comparação com os outros membros do corpo. Mas, em troca, eles serão ricos em graças de Deus, graças que Maria lhes distribuirá abundantemente. Serão grandes e notáveis em santidade diante de Deus, superiores a toda criatura, por seu zelo ativo, e tão fortemente amparados pelo poder divino, que, com a humildade de seu calcanhar e em união com Maria, esmagarão a cabeça do demônio e promoverão o triunfo de Jesus Cristo.

Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem – São Luiz de Montfort

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Imaculado Coração de Maria

vianney2. frase

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Visto no blog: Pale Ideas

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Fonte: Apostolado Eucaristico

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santa teresa de jesús 4

«Estando una vez en oración con mucho recogimiento, suavidad y quietud, pareciame estar rodeada de Ángeles y muy cerca de Dios y comencé a suplicar a su divina Majestad por la Iglesia. Dióseme a entender el gran provecho que había de hacer una Orden en los tiempos postreros, y con la fortaleza que los de ella han de sustentar la fe».
 
(Santa Teresa de Jesús)
 
APOLOGÍA DEL GRAN MONARCA 2ª Parte, pagina 219.
P. José Domingo María Corbató 
Biblioteca Españolista 
Valencia-Año 1904 

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Fonte: Apostolado Eucaristico

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Ntra. Sra. del Carmen 1

CONFIESA LUCIFER QUE EL SANTO ESCAPULARIO ES CADENA
DE ORO QUE LE APRISIONA
 
El mismo venerable P. Mtro. Fr. Miguel de la Fuente, de quien tan merecidos elogios nos hiciera el inmortal Menéndez y Pelayo, nos dice que otro devoto de María Santísima se hallaba muy perseguido del demonio, quien le amedrentaba con visibles y espantosas figuras, mas en tomando el Santo Escapulario en sus manos al punto se desvanecían.
 
En cierta ocasión tomó forma de horrible cuervo, y batiendo sus diabólicas alas sobre el rostro del devoto de María le atormentaba sobre toda ponderación.
 
Pasada aquella primera turbación, empuñó para defenderse el bendito Escapulario de la Virgen, huyendo al instante el enemigo infernal.
 
Se hallaba después dando gracias a la Virgen Santísima, y como se recrease contemplando y besando el bendito Escapulario, considerándole cual prenda de su maternal y finísimo amor, en quien depositara su poder tan excelsa virtud para resistir al astuto enemigo, al estrecharle contra su corazón y ponerle sobre su pecho, el maligno espíritu, volviendo a tomar otra más horrorosa y espantable figura le dijo: “Ponte, ponte esa cadena de oro, que recibirás por ella muchísimo dinero”, y exclamó luego al punto: “Arrójala, infeliz. ¿Para qué vale sino para que con ella nos atormentes?”
 
¡Oh, padre infernal del error y la mentira!, siempre mientes, mas también alguna vez, aunque forzado, dices alguna que otra verdad. Cadena de oro llamas con burla e irrisión al Santo Escapulario, menospreciando su virtud sin igual, porque no se premia su devoción con dinero, pero añades después que sólo sirve para atormentarte, en lo cual confiesas seriamente lo que por ironía antes pronunciaste. ¿Por qué te atormenta el Escapulario sino porque te oprime cual fuerte cadena? ¿Por qué es de oro fino sino porque en él resplandece la virtud y poder de María Santísima? ¿Qué más dinero ni tesoro que el refrenar tu infernal orgullo? Más lo estimamos cuantos le vestimos que todos los tesoros de la tierra. Este es el mejor tesoro de los hijos de la Virgen, puesto que con él vivimos seguros de tus infernales astucias, dando gracias a nuestra piadosísima Madre porque en él nos dio un arma invulnerable contra tus dardos venenosos.
 
Milagros y Prodigios del Santo Escapulario del Carmen
por el P. Fr. Juan Fernández Martín, O.C.

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Assunção de Nossa Senhora

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CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA DO PAPA PIO XII

MUNIFICENTISSIMUS DEUS

DEFINIÇÃO DO DOGMA DA ASSUNÇÃO
DE NOSSA SENHORA
EM CORPO E ALMA AO CÉU

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Introdução 

1. Deus munificentíssimo, que tudo pode, e cujos planos de providência são cheios de sabedoria e de amor, nos seus imperscrutáveis desígnios, entremeia na vida os povos e dos indivíduos as dores com as alegrias, para que por diversos caminhos e de várias maneiras tudo coopere para o bem dos que o amam (cf. Rm 8,28).

2. o nosso pontificado, assim como os tempos atuais, tem sido assediado por inúmeros cuidados, preocupações e angústias, devido às grandes calamidades e por muitos que andam afastados da verdade e da virtude. Mas é para nós de grande conforto ver como, à medida que a fé católica se manifesta publicamente cada vez mais ativa, aumenta também cada dia o amor e a devoção para com a Mãe de Deus, e quase por toda parte isso é estímulo e auspício de uma vida melhor e mais santa. E assim sucede que, por um lado, a santíssima Virgem desempenha amorosamente a sua missão de mãe para com os que foram remidos pelo sangue de Cristo, e por outro, as inteligências e os corações dos filhos são estimulados a uma mais profunda e diligente contemplação dos seus privilégios.

3. De fato, Deus, que desde toda a eternidade olhou para a virgem Maria com particular e pleníssima complacência, quando chegou a plenitude dos tempos (Gl 4,4) atuou o plano da sua providência de forma que refulgissem com perfeitíssima harmonia os privilégios e prerrogativas que lhe concedera com sua liberalidade. A Igreja sempre reconheceu esta grande liberalidade e a perfeita harmonia de graças, e durante o decurso dos séculos sempre procurou estudá-la melhor. Nestes nossos tempos refulgiu com luz mais clara o privilégio da assunção corpórea da Mãe de Deus.

4. Esse privilégio brilhou com novo fulgor quando o nosso predecessor de imortal memória, Pio IX, definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição. De fato esses dois dogmas estão estreitamente conexos entre si. Cristo com a própria morte venceu a morte e o pecado, e todo aquele que pelo batismo de novo é gerado, sobrenaturalmente, pela graça, vence também o pecado e a morte. Porém Deus, por lei ordinária, só concederá aos justos o pleno efeito desta vitória sobre a morte, quando chegar o fim dos tempos. Por esse motivo, os corpos dos justos corrompem-se depois da morte, e só no último dia se juntarão com a própria alma gloriosa.

5. Mas Deus quis excetuar dessa lei geral a bem-aventurada virgem Maria. Por um privilégio inteiramente singular ela venceu o pecado com a sua concepção imaculada; e por esse motivo não foi sujeita à lei de permanecer na corrupção do sepulcro, nem teve de esperar a redenção do corpo até ao fim dos tempos.

6. Quando se definiu solenemente que a virgem Maria, Mãe de Deus, foi imune desde a sua concepção de toda a mancha, logo os corações dos fiéis conceberam uma mais viva esperança de que em breve o supremo magistério da Igreja definiria também o dogma da assunção corpórea da virgem Maria ao céu.

Petições para a definição dogmática

7. De fato, sucedeu que não só os simples fiéis, mas até aqueles que, em certo modo, personificam as nações ou as províncias eclesiásticas, e mesmo não poucos Padres do concílio Vaticano pediram instantemente à Sé Apostólica esta definição.

8. Com o decurso do tempo essas petições e votos não diminuíram, antes foram aumentando de dia para dia em número e insistência. Com esse fim fizeram-se cruzadas de orações; muitos e exímios teólogos intensificaram com ardor os seus estudos sobre este ponto, quer em privado, quer nas universidades eclesiásticas ou nas outras escolas de disciplinas sagradas; celebraram-se em muitas partes congressos marianos nacionais e internacionais. Todos esses estudos e investigações mostraram com maior realce que no depósito da fé cristã, confiado à Igreja, tatmbém se encontrava a assunção da virgem Maria ao céu. E de ordinário a conseqüência foi enviarem súplicas em que se pedia instantemente a definição solene desta verdade.

9. Acompanhavam os fiéis nessa piedosa insistência os seus sagrados pastores, os quais dirigiram a esta cadeira de S. Pedro semelhantes petições em número muito considerável. Quando fomos elevado ao sumo pontificado, já tinham sido apresentadas a esta Sé Apostólica muitos milhares dessas súplicas, vindas de todas as partes do mundo e de todas as classes de pessoas: dos nossos amados filhos cardeais do Sacro Colégio, dos nossos veneráveis irmãos arcebispos e bispos, das dioceses e das paróquias.

10. Por esse motivo, ao mesmo tempo que dirigíamos a Deus intensas súplicas, para que concedesse à nossa mente a luz do Espírito Santo para decidirmos tão importante causa, estabelecemos normas especiais em que determinamos que se procedesse com todo o cuidado a um estudo mais rigoroso da matéria, e se reunissem e examinassem todas as petições relativas à assunção da santíssima virgem, enviadas à Sé Apostólica desde o tempo do nosso predecessor de feliz memória, Pio IX, até ao presente.(1)

Consulta ao episcopado

11. Mas como se tratava de assunto de tanta importância e transcendência, julgamos oportuno rogar direta e oficialmente a todos os nossos veneráveis irmãos no episcopado, que nos quisessem manifestar explicitamente a sua opinião. Para tal fim, no dia 1° de maio de 1946, dirigimos-lhes a carta encíclica “Deiparae Virginis Mariae” em que fazíamos esta pergunta: “Se vós, veneráveis irmãos, na vossa exímia sabedoria e prudência, julgais que a assunção corpórea da santíssima Virgem pode ser proposta e definida como dogma de fé, e se desejais que o seja, tanto vós como o vosso clero e fiéis”.

Doutrina concorde do magistério da Igreja

12. E aqueles que “o Espírito Santo colocou como bispos para reger a Igreja de Deus” (At 20, 28) quase unanimemente deram resposta afirmativa a ambas as perguntas. Essa “singular concordância dos bispos e fiéis” (2) em julgar que a assunção corpórea ao céu da Mãe de Deus podia ser definida como dogma de fé, mostra-nos a doutrina concorde do magistério ordinário da Igreja, e a fé igualmente concorde do povo cristão – que aquele magistério sustenta e dirige – e por isso mesmo manifesta, de modo certo e imune de erro, que tal privilégio é verdade revelada por Deus e contida no depósito divino que Jesus Cristo confiou a sua esposa para o guardar fielmente e infalivelmente o declarar. (3) De fato, esse magistério da Igreja, não por estudo meramente humano, mas pela assistência do Espírito de verdade (cf. Jo 14,26), e portanto absolutamente sem nenhum erro, desempenha a missão que lhe foi confiada de conservar sempre puras e íntegras as verdades reveladas; e pelo mesmo motivo transmite-as sem contaminação e sem lhes ajuntar nem subtrair nada. “Pois – como ensina o concílio Vaticano – o Espírito Santo foi prometido aos sucessores de Pedro não para que, por sua revelação, expressem doutrinas novas, mas para que, com sua assistência, guardassem com cuidado e expusessem fielmente a revelação transmitida pelos apóstolos, ou seja o depósito da fé”. (4) Por essa razão, do consenso universal do magistério da Igreja, deduz-se um argumento certo e seguro para demonstrar a assunção corpórea da bem-aventurada virgem Maria. Esse mistério, pelo que respeita à glorificação celestial do corpo da augusta Mãe de Deus, não podia ser conhecido por nenhuma faculdade da inteligência humana só com as forças naturais. É, portanto, verdade revelada por Deus, e por essa razão todos os filhos da Igreja têm obrigação de a crer firme e fielmente. Pois, como afirma o mesmo concílio Vaticano, “temos obrigação de crer com fé divina e católica, todas as coisas que se contêm na palavra de Deus escrita ou transmitida oralmente, e que a Igreja, com solene definição ou com o seu magistério ordinário e universal, nos propõe para crer, como reveladas por Deus”.(5)

Testemunhos da crença na assunção

13. Desde tempos remotíssimos, pelo decurso dos séculos, aparecem-nos testemunhos, indícios e vestígios desta fé comum da Igreja; fé que se manifesta cada vez mais claramente.

14. Os fiéis, guiados e instruídos pelos pastores, souberam por meio da Sagrada Escritura que a virgem Maria, durante a sua peregrinação terrestre, levou vida cheia de cuidados, angústias e sofrimentos; e que, segundo a profecia do santo velho Simeão, uma espada de dor lhe traspassou o coração, junto da cruz do seu divino Filho e nosso Redentor. E do mesmo modo, não tiveram dificuldade em admitir que, à semelhança do seu unigênito Filho, também a excelsa Mãe de Deus morreu. Mas essa persuasão não os impediu de crer expressa e firmemente que o seu sagrado corpo não sofreu a corrupção do sepulcro, nem foi reduzido à podridão e cinzas aquele tabernáculo do Verbo divino. Pelo contrário, os fiéis iluminados pela graça e abrasados de amor para com aquela que é Mãe de Deus e nossa Mãe dulcíssima, compreenderam cada vez com maior clareza a maravilhosa harmonia existente entre os privilégios concedidos por Deus àquela que o mesmo Deus quis associar ao nosso Redentor. Esses privilégios elevaram-na a uma altura tão grande, que não foi atingida por nenhum ser criado, excetuada somente a natureza humana de Cristo.

15. Patenteiam inequivocamente esta mesma fé os inumeráveis templos consagrados a Deus em honra da assunção de nossa Senhora, e as imagens neles expostas à veneração dos fiéis, que mostram aos olhos de todos este singular triunfo da santíssima Virgem. Muitas cidades, dioceses e regiões foram consagradas ao especial patrocínio e proteção da assunção da Mãe de Deus. Do mesmo modo, com aprovação da Igreja, fundaram-se Institutos religiosos com o nome deste privilégio. Nem se deve passar em silêncio que no rosário de nossa Senhora, cuja reza tanto recomenda esta Sé Apostólica, há um mistério proposto à nossa meditação, que, como todos sabem, é consagrado à assunção da santíssima Virgem ao céu.

Testemunho da liturgia

16. De modo ainda mais universal e esplendoroso se manifesta esta fé dos pastores e dos fiéis, com a festa litúrgica da assunção celebrada desde tempos antiquíssimos no Oriente e no Ocidente. Nunca os santos padres e doutores da Igreja deixaram de haurir luz nesta solenidade, pois, como todos sabem, a sagrada liturgia, “sendo também profissão das verdades católicas, e estando sujeita ao supremo magistério da Igreja, pode fornecer argumentos e testemunhos de não pequeno valor para determinar algum ponto da doutrina cristã”.(6)

17. Nos livros litúrgicos em que aparece a festa da Dormição ou da Assunção de santa Maria, encontram-se expressões que de uma ou outra maneira concordam em referir que, quando a virgem Mãe de Deus passou deste exílio para o céu, por uma especial providência divina, sucedeu ao seu corpo algo de consentâneo com a dignidade de Mãe do Verbo encarnado e com os outros privilégios que lhe foram concedidos. É o que se afirma, para apresentarmos um exemplo elucidativo, no Sacramentário enviado pelo nosso predecessor de imortal memória Adriano I, ao imperador Carlos Magno. Nele se diz: “É digna de veneração, Senhor, a festividade deste dia, em que a santa Mãe de Deus sofreu a morte temporal; mas não pode ficar presa com as algemas da morte aquela que gerou no seu seio o Verbo de Deus encarnado, vosso Filho, nosso Senhor”.(7)

18. Aquilo que aqui se refere com a sobriedade de palavras costumeiras na Liturgia romana, exprime-se mais difusamente nos outros livros das antigas liturgias orientais e ocidentais. O Sacramentário Galicano, por exemplo, chama a esse privilégio de Maria, “inexplicável mistério, tanto mais digno de ser proclamado, quanto é único entre os homens, pela assunção da virgem”. E na liturgia bizantina a assunção corporal da virgem Maria é relacionada diversas vezes não só com a dignidade de Mãe de Deus, mas também com os outros privilégios, especialmente com a sua maternidade virginal, decretada por um singular desígnio da Providência divina: “Deus, Rei do universo, concedeu-vos privilégios que superam a natureza; assim como no parto vos conservou a virgindade, assim no sepulcro vos preservou o corpo da corrupção e o conglorificou pela divina translação”.(8)

A festa da Assunção

19. A Sé Apostólica, herdeira do múnus confiado ao Príncipe dos apóstolos de confirmar na fé os irmãos (cf. Lc 22,32), com sua autoridade foi tornando cada vez mais solene esta celebração. Esse fato estimulou eficazmente os fiéis a irem-se apercebendo mais e mais da importância deste mistério. E assim, a festa da assunção, que ao princípio tinha o mesmo grau de solenidade que as restantes festas marianas, foi elevada ao rito das festas mais solenes do ciclo litúrgico. O nosso predecessor S. Sérgio I, ao prescrever as ladainhas, ou a chamada procissão estacional, nas festas de nossa Senhora, enumera simultaneamente a Natividade, a Anunciação, a Purificação e a Dormição.(9) A festa já se celebrava com o nome de assunção da bem-aventurada Mãe de Deus, no tempo de S. Leão IV Esse papa procurou que se revestisse de maior esplendor, mandando ajuntar-lhe a vigília e a oitava. E o próprio pontífice quis participar nessas solenidades, acompanhado de imensa multidão. (10) Na vigília já de há muito se guardava o jejum, como se prova com evidência do que afirma o nosso predecessor S. Nicolau I, ao tratar dos principais jejuns “que… desde os tempos antigos observava e ainda observa a santa Igreja romana”.(11)

20. A Liturgia da Igreja não cria a fé católica, mas supõe-na; e é dessa fé que brotam os ritos sagrados, como da árvore os frutos. Por isso os santos Padres e doutores nas homilias e sermões que nesse dia fizeram ao povo, não foram buscar essa doutrina à liturgia, como a fonte primária; mas falaram dela aos fiéis como de coisa sabida e admitida por todos. Declararam-na melhor, explicaram o seu significado e o fato com razões mais profundas, destacando e amplificando aquilo a que muitas vezes os livros litúrgicos apenas aludiam em poucas palavras, a saber, que com esta festa não se comemora somente a incorrupção do corpo morto da santíssima Virgem, mas principalmente o triunfo por ela alcançado sobre a morte e a sua celeste glorificação à semelhança do seu Filho unigênito, Jesus Cristo.

Testemunho dos santos Padres

21. S. João Damasceno, que entre todos se distingue como pregoeiro dessa tradição, ao comparar a assunção gloriosa da Mãe de Deus com as suas outras prerrogativas e privilégios, exclama com veemente eloqüência: “Convinha que aquela que no parto manteve ilibada virgindade conservasse o corpo incorrupto mesmo depois da morte. Convinha que aquela que trouxe no seio o Criador encarnado, habitasse entre os divinos tabernáculos. Convinha que morasse no tálamo celestial aquela que o Eterno Pai desposara. Convinha que aquela que viu o seu Filho na cruz, com o coração traspassado por uma espada de dor de que tinha sido imune no parto, contemplasse assentada à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que era do Filho, e que fosse venerada por todas as criaturas como Mãe e Serva do mesmo Deus”.(12)

22. Condizem com essas palavras de s. João Damasceno as de muitos outros que afirmam a mesma doutrina. E não são menos expressivas, nem menos exatas, as palavras que se encontram nos sermões proferidos pelos santos Padres mais antigos ou da mesma época, ordinariamente por ocasião dessa festividade. Assim, para citar outro exemplo, s. Germano de Constantinopla julgava que a incorrupção do corpo da virgem Maria Mãe de Deus, e a sua assunção ao céu são corolários não só da sua maternidade divina, mas até da santidade singular daquele corpo virginal: “Vós, como está escrito, aparecestes ‘em beleza’; o vosso corpo virginal é totalmente santo, totalmente casto, totalmente domicílio de Deus de forma que até por este motivo foi isento de desfazer-se em pó; foi, sim, transformado, enquanto era humano, para viver a vida altíssima da incorruptibilidade; mas agora está vivo, gloriosíssimo, incólume e participante da vida perfeita”.(13) Outro escritor antiquíssimo assevera por sua vez: “A gloriosíssima Mãe de Cristo, Deus e Salvador nosso, dador da vida e da imortalidade, foi glorificada e revestida do corpo na eterna incorruptibilidade, por aquele mesmo que a ressuscitou do sepulcro e a chamou a si duma forma que só ele sabe”.(14)

23. À medida que a festa litúrgica se foi espalhando, e celebrando mais devotamente, maior foi o número de bispos e oradores sagrados que julgaram de seu dever explicar com toda a clareza o mistério que se venerava nesta solenidade e mostrar como ela estava intimamente relacionada com as outras verdades reveladas.

Testemunho dos teólogos

24. Entre os teólogos escolásticos, não faltaram alguns, que, pretendendo penetrar mais profundamente nas verdades reveladas, e mostrar o acordo entre a chamada razão teológica e a fé católica, notaram a estreita conexão existente entre este privilégio da assunção da santíssima Virgem e as demais verdades contidas na Sagrada Escritura.

25. Partindo desse pressuposto, apresentam diversas razões para corroborar esse privilégio mariano. A razão primária e fundamental diziam ser o amor filial de Cristo para o levar a querer a assunção de sua Mãe ao céu. E advertiam mais, que a força dos argumentos se baseava na incomparável dignidade da sua maternidade divina e em todas as graças que dela derivam: a santidade altíssima que excede a santidade de todos os homens e anjos, a íntima união de Maria com o seu Filho, e sobretudo o amor que o Filho consagrava a sua Mãe digníssima.

26. Muitas vezes os teólogos e oradores sagrados, seguindo os passos dos santos Padres,(15) para explicarem a sua fé na assunção, serviram-se com certa liberdade de fatos e textos da Sagrada Escritura. E assim, para mencionar só alguns mais empregados, houve quem citasse a este propósito as palavras do Salmista: “Erguei-vos, Senhor, para o vosso repouso, vós e a Arca de vossa santificação” (Sl 131, 8); e na Arca da Aliança, feita de madeira incorruptível e colocada no templo de Deus, viam como que uma imagem do corpo puríssimo da virgem Maria, preservado da corrupção do sepulcro, e elevado a tamanha glória no céu. Do mesmo modo, ao tratar desta matéria, descrevem a entrada triunfal da Rainha na corte celeste, e como se vai sentar a direita do divino Redentor (Sl 44,10.14-16); e recordam a propósito a esposa dos Cantares “que sobe pelo deserto, como uma coluna de mirra e de incenso” para ser coroada (Ct 3,6; cf. 4,8; 6,9). Ambas são propostas como imagens daquela Rainha e Esposa celestial, que sobe ao céu com o seu divino Esposo.

27. Os doutores escolásticos vislumbram igualmente a assunção da Mãe de Deus não só em várias figuras do Antigo Testamento, mas também naquela mulher, revestida de sol, que o apóstolo s. João contemplou na ilha de Patmos (Ap 12, ls.). Porém, entre os textos do Novo Testamento, consideraram e examinaram com particular cuidado aquelas palavras: “Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres” (Lc 1,28), pois viram no mistério da assunção o complemento daquela plenitude de graça, concedida à santíssima Virgem, e uma singular bênção contraposta à maldição de Eva.

Na teologia escolástica

28. Por esse motivo, nos primórdios da teologia escolástica, o piedosíssimo varão Amadeu, bispo de Lausana, afirmava que a carne da virgem Maria permaneceu incorrupta – nem se pode crer que o seu corpo padecesse a corrupção -, porque se uniu de novo à alma, e juntamente com ela penetrou na corte celestial. “Pois ela era cheia de graça e bendita entre as mulheres (Lc 1,28). Só ela mereceu conceber o Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, e sendo virgem deu-o à luz, amamentou-o, trouxe-o no regaço, e prestou-lhe todos os cuidados maternos”.(16)

29. Entre os escritores sagrados que naquele tempo com vários textos, comparações e analogias tiradas das divinas Letras, ilustraram e confirmaram a doutrina da assunção em que piamente acreditavam, ocupa lugar primordial o doutor evangélico s. Antônio de Pádua. Na festa da assunção, ao comentar aquelas palavras de Isaías: “glorificarei o lugar dos meus pés” (Is 60,13), afirmou com segurança que o divino Redentor glorificou de modo mais perfeito a sua Mãe amantíssima, da qual tomara carne humana. “Daqui, vê-se claramente”, diz, “que o corpo da santíssima Virgem foi assunto ao céu, pois era o lugar dos pés do Senhor”. Pelo que, escreve o Salmista: “Erguei-vos, Senhor, para o vosso repouso, vós e a Arca da vossa santificação”. E assim como, acrescenta ainda, Jesus Cristo ressuscitou triunfante da morte e subiu para a direita do Pai, assim também “ressuscitou a Arca da sua santificação, quando neste dia a virgem Mãe foi assunta ao tálamo celestial”.(17)

No período áureo

30. Quando, na Idade Média, a teologia escolástica atingiu o maior esplendor, s. Alberto Magno, para demonstrar essa verdade, apresenta vários argumentos fundados na Sagrada Escritura, na tradição, na liturgia e em razões teológicas, e conclui: “Por estas e outras muitas razões e autoridades, é evidente que a bem-aventurada Mãe de Deus foi assunta ao céu em corpo e alma sobre os coros dos anjos. E cremos que isto é absolutamente verdadeiro”.(18) E num sermão pregado em dia da Anunciação de nossa Senhora, ao explicar aquelas palavras do anjo: “Ave, cheia de graça…”, o doutor universal compara a santíssima Virgem com Eva, e afirma clara e terminantemente que Maria foi livre das quatro maldições que caíram sobre Eva.(19)

31. O Doutor Angélico, seguindo as pisadas do mestre, ainda que nunca trate expressamente do assunto, no entanto sempre que se oferece a ocasião fala dele, e com a Igreja católica afirma que o corpo de Maria juntamente com a alma foi levado ao céu.(20)

32. É da mesma opinião, entre outros muitos, o Doutor Seráfico, o qual tem como certo que, assim como Deus preservou Maria santíssima da violação do pudor e da integridade virginal ao conceber e dar à luz o seu Filho, assim não permitiu que o seu corpo se desfizesse em podridão e cinzas.(21) Aplica a santíssima Virgem, em sentido acomodatício, aquelas palavras da Sagrada Escritura: “Quem é esta que sobe do deserto, cheia de gozo, e apoiada no seu amado?” (Ct 8,5), e raciocina desta forma: “Daqui pode concluir-se que ela está ali corporalmente (na glória celeste)… Porque… a sua felicidade não seria plena se ali não estivesse em pessoa; ora a pessoa não é só a alma, mas o composto; logo é claro que está ali segundo o composto, isto é, em corpo e alma; de outro modo não gozaria de felicidade plena”.(22)

Na escolástica posterior

33. Na escolástica posterior, ou seja no século XV, são Bernardino de Sena, resumindo e ponderando cuidadosamente tudo quanto os teólogos medievais tinham escrito a esse propósito, não julgou suficiente referir as principais considerações que os antigos doutores tinham proposto, mas acrescentou outras novas. Por exemplo, a semelhança entre a divina Mãe e o divino Filho, no que respeita à perfeição e dignidade de alma e corpo – semelhança que nem sequer nos permite pensar que a Rainha celestial possa estar separada do Rei dos céus – exige absolutamente que Maria “só deva estar onde está Cristo”.(23) Portanto, é muito conveniente e conforme à razão que tanto o corpo como a alma do homem e da mulher tenham alcançado já a glória no céu; e, finalmente, o fato de nunca a Igreja ter procurado as relíquias da santíssima Virgem, nem as ter exposto à veneração dos fiéis, constitui um argumento que é “como que uma experiência sensível” da assunção.(24)

Nos tempos modernos

34. Em tempos mais recentes, as razões dos santos Padres e doutores, acima aduzidas, foram usadas comumente. Seguindo o comum sentir dos cristãos, recebido dos tempos antigos s. Roberto Belarmino exclamava: “Quem há, pergunto, que possa pensar que a arca da santidade, o domicílio do Verbo, o templo do Espírito Santo tenha caído em ruínas? Horroriza-se o espírito só com pensar que aquela carne que gerou, deu a luz, alimentou e transportou a Deus, se tivesse convertido em cinza ou fosse alimento dos vermes”.(25)

35. De igual forma s. Francisco de Sales afirma que não se pode duvidar que Jesus Cristo cumpriu do modo mais perfeito o divino mandamento que obriga os filhos a honrar os pais. E a seguir faz esta pergunta: “Que filho haveria, que, se pudesse, não ressuscitava a sua mãe e não a levava para o céu?”(26) E s. Afonso escreve por sua vez: “Jesus não quis que o corpo de Maria se corrompesse depois da morte, pois redundaria em seu desdouro que se transformasse em podridão aquela carne virginal de que ele mesmo tomara a própria carne”.(27)

36. Quando já tinha aparecido em toda a sua luz o mistério que se celebra nesta festa, não faltaram doutores que, em vez de tratar das razões teológicas pelas quais se demonstrasse a absoluta conveniência de crença na assunção corpórea da Virgem santíssima, voltaram o pensamento para a fé da Igreja, mística esposa de Cristo, sem mancha nem ruga (cf. Ef 5,27), que o Apóstolo chama “coluna e sustentáculo da verdade” ( 1Tm 3,15). E apoiados nesta fé comum pensaram que seria temerária, para não dizer herética, a opinião contrária. S. Pedro Canísio, como outros muitos, depois de declarar que o termo assunção se referia à glorificação não só da alma mas também do corpo, e que a Igreja há muitos séculos venerava e celebrava solenemente este mistério mariano, observa: “Esta opinião é admitida há vários séculos e tão impressa na alma dos fiéis, é tão recomendada pela Igreja, que quem negasse a assunção ao céu do corpo de Maria santíssima nem sequer seria ouvido com paciência, mas seria vaiado como pertinaz, ou mesmo temerário, e imbuído mais de espírito herético do que católico”.(28)

37. Pela mesma época, o Doutor Exímio estabelecia esta regra para a mariologia: “Os mistérios da graça que Deus operou na virgem Maria não se devem medir pelas leis ordinárias, senão pela onipotência divina, suposta a conveniência do fato e a não contradição ou repugnância com as Escrituras”.(29) E apoiado na fé de toda a Igreja, podia concluir que o mistério da assunção devia crer-se com a mesma firmeza que o da imaculada conceição, e já então julgava que ambas as verdades podiam ser definidas.

Fundamento escriturístico

38. Todos esses argumentos e razões dos santos Padres e teólogos apóiam-se, em último fundamento, na Sagrada Escritura. Esta nos apresenta a Mãe de Deus extremamente unida ao seu Filho, e sempre participante da sua sorte. Pelo que parece quase que impossível contemplar aquela que concebeu, deu à luz, alimentou com o seu leite, a Cristo, e o teve nos braços e apertou contra o peito, estivesse agora, depois da vida terrestre, separada dele, se não quanto à alma, ao menos quanto ao corpo. O nosso Redentor é também filho de Maria; e como observador perfeitíssimo da lei divina não podia deixar de honrar a sua Mãe amantíssima logo depois do Eterno Pai. E podendo ele adorná-la com tamanha honra, preservando-a da corrupção do sepulcro, deve crer-se que realmente o fez.

39. E convém sobretudo ter em vista que, já a partir do século II, os santos Padres apresentam a virgem Maria como nova Eva, sujeita sim, mas intimamente unida ao novo Adão na luta contra o inimigo infernal. E essa luta, como já se indicava no Protoevangelho, acabaria com a vitória completa sobre o pecado e sobre a morte, que sempre se encontram unidas nos escritos do apóstolo das gentes (cf. Rm 5; 6; lCor 15,21-26; 54-57). Assim como a ressurreição gloriosa de Cristo constituiu parte essencial e último troféu desta vitória, assim também a vitória de Maria santíssima, comum com a do seu Filho, devia terminar pela glorificação do seu corpo virginal. Pois, como diz ainda o apóstolo, “quando… este corpo mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá o que está escrito: a morte foi absorvida na vitória” (1Cor 15,14).

40. Deste modo, a augustíssima Mãe de Deus, associada a Jesus Cristo de modo insondável desde toda a eternidade “com um único decreto” (30) de predestinação, imaculada na sua concepção, sempre virgem, na sua maternidade divina, generosa companheira do divino Redentor que obteve triunfo completo sobre o pecado e suas conseqüências, alcançou por fim, como suprema coroa dos seus privilégios, que fosse preservada da corrupção do sepulcro, e que, à semelhança do seu divino Filho, vencida a morte, fosse levada em corpo e alma ao céu, onde refulge como Rainha à direita do seu Filho, Rei imortal dos séculos (cf. 1Tm 1,17).

Oportunidade da definição

41. Considerando que a Igreja universal – que é assistida pelo Espírito de verdade, que a dirige infalivelmente para o conhecimento das verdades reveladas – no decurso dos séculos manifestou de tantas formas a sua fé; considerando que os bispos de todo o mundo quase unanimemente pedem que seja definida como dogma de fé divina e católica a verdade da assunção corpórea da santíssima Virgem ao céu; considerando que esta verdade se funda na Sagrada Escritura, está profundamente gravada na alma dos fiéis, e desde tempos antiquíssimos é comprovada pelo culto litúrgico, e concorda, inteiramente, com as outras verdades reveladas, e tem sido esplendidamente explicada e declarada pelos estudos, sabedoria e prudência dos teólogos – julgamos chegado o momento estabelecido pela providência de Deus, para proclamarmos solenemente este privilégio insigne da virgem Maria. (42). Nós, que colocamos o nosso pontificado sob o especial patrocínio da santíssima Virgem, à qual recorremos em tantas circunstâncias tristes, nós, que consagramos publicamente todo o gênero humano ao seu imaculado Coração, e que experimentamos muitas vezes o seu poderoso patrocínio, confiamos firmemente que esta solene proclamação e definição será de grande proveito para a humanidade inteira, porque reverte em glória da Santíssima Trindade, a qual a virgem Mãe de Deus está ligada com laços muito especiais. É de esperar também que todos os fiéis cresçam em amor para com a Mãe celeste, e que os corações de todos os que se gloriam do nome de cristãos se movam a desejar a união com o corpo místico de Jesus Cristo, e que aumentem no amor para com aquela que tem amor de Mãe para com os membros do mesmo augusto corpo. E também é lícito esperar que, ao meditarem nos exemplos gloriosos de Maria, mais e mais se persuadam todos do valor da vida humana, se for consagrada ao cumprimento integral da vontade do Pai celeste e a procurar o bem do próximo. Enquanto o materialismo e a corrupção de costumes que dele se origina ameaçam subverter a luz da virtude, e destruir vidas humanas, suscitando guerras, é de esperar ainda que este luminoso e incomparável exemplo, posto diante dos olhos de todos, mostre com plena luz qual o fim a que se destinam a nossa alma e o nosso corpo. E, finalmente, esperamos que a fé na assunção corpórea de Maria ao céu torne mais firme e operativa a fé na nossa própria ressurreição.

43. E é para nós motivo de imenso regozijo que este fato, por providência de Deus, se realize neste Ano santo que está a decorrer, e que assim possamos, enquanto se celebra este jubileu maior, adornar com esta pedra preciosa a fronte da Virgem santíssima, e deixar um monumento, mais perene que o bronze, da nossa ardente devoção para com a Mãe de Deus.

Definição solene do dogma

44. “Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos s. Pedro e s. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”.

45. Pelo que, se alguém, o que Deus não permita, ousar, voluntariamente, negar ou pôr em dúvida esta nossa definição, saiba que naufraga na fé divina e católica.

46. Para que chegue ao conhecimento de toda a Igreja esta nossa definição da assunção corpórea da virgem Maria ao céu, queremos que se conservem esta carta para perpétua memória; mandamos também que, aos seus transuntos ou cópias, mesmo impressas, desde que sejam subscritas pela mão de algum notário público, e munidas com o selo de alguma pessoa constituída em dignidade eclesiástica, se lhes dê o mesmo crédito que à presente, se fosse apresentada e mostrada.

47. A ninguém, pois, seja lícito infringir esta nossa declaração, proclamação e definição, ou temerariamente opor-se-lhe e contrariá-la. Se alguém presumir intentá-lo, saiba que incorre na indignação de Deus onipotente e dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo.

 .

Dado em Roma, junto de São Pedro, no ano do jubileu maior, de 1950, no dia 1 ° de novembro, festa de todos os santos, no ano XII do nosso pontificado.

 .

Eu PIO, Bispo da Igreja Católica assim definindo, subscrevi.

 .

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Notas

1. Petitiones de Assumptione corporea B. Virginis Mariae in caelum definienda ad S. Sedem delatae, 2 vol. Typis Polyglottis Vaticanis,1942.

2. Bula Ineffabilis Deus, Acta Pii IX, parte I, vol. 1, p. 615.

3. Cf. Conc. Vat. I, Const. dogm. Dei Filius de fide catholica, cap. 4.

4. Conc. Vat. I, Const. dogm. Pastor aeternus de Ecclesia Christi, cap. 4.

5. Conv Vat. I, Const. dogm. Dei Filius de feide catholica. cap. 3.

6. Carta Encíclica Mediator Dei, AAS 39( 1947), p. 541.

7. Sacramentário gregoriano.

8. Menaei totius anni..

9. Liber Pontificalis. 

10. Ibid.

11. Responsa Nicolai Papae 1 ad Consulta Bulgarorum, 13 nov. 866.

12. S. João Damasc., Encomium in Dormitionem Dei Genetricis semperque Virginis Mariae, hom. II, 14; cf. também ibid. n. 3).

13. S. Germ. Const., In Sanctae Dei Genitricis Dormitionem, sermo 1.

14. Encomium in Dormitionem Sanctissimae Dominae nostrae Deiparae semperque Virginis Mariae [atribuído a S. Modesto de Jerusalém] n. 14.

15. Cf. S. João Damasc., Encomium in Dormitionem Dei Genetricis semperque Virginis Mariae, hom. II, 2, 11; Encomium in Dormitionem… [atribuído a S. Modesto de Jerusalém].

16. Amadeu de Lausana, De Beatae Virginis obitu, Assumptione in Caelum, exaltatione ad Filii dexteram.

17. S. Antônio de Pádua, Sermones dominicales et in solemnitatibus. In Assumptione S. Mariae Virginis Sermo.

18. S. Alberto Magno, Mariale sive quaestiones super Evang. “Missus est”, q. 132.

19. Idem, Sermones de Sanctis, sermo XV: In Annuntiatione B. Mariae; cf. também Mariale, q.132.

20. Cf. Summa Theol. III, q. 27, a. 1. c.; ibid. q. 83, a. 5 ad 8; Expositio salutationis angelicae; In symb. Apostolorum expositio, art. 5; in IV Sent. D. 12, q. l, art. 3, sol. 3; D. 43, q. l, art. 3, sol. I e 2.

21. Cf. S. Boaventura, De Nativitate B. Mariae Virginis, sermo 5.

22. S. Boaventura, De Assumptione B. Mariae Virginis, sermo 1.

23. S. Bernardino de Sena, In Assumptione B. M. Virginis, sermo 2.

24. Idem, l.c.

25. S. Roberto Belarmino, Conciones habitae Lovanii, concio 40: De Assumptione B. Mariae Virginis.

26. Oeuvres de S. François de Sales, Sermon autographe pour la fête de l’Assomption.

27. S. Afonso Maria de Ligório, As glórias de Maria, parte II, disc. 1.

28. S. Pedro Canísio, De Maria Virgine.

29. E Suárez, In tertiam partem D. Thomae, q. 27, art. 2, disp. 3, sect. 5, n. 31.

30. Bula Ineffabilis Deus, l.c, p. 599.

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Fonte: Apostolado Eucaristico

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Jesucristo Rey 3.

Es inútil que se reúnan las cancillerías, que se organicen asambleas internacionales. No lograrán poner en orden y concierto al mundo hasta que lo arrodillen ante Cristo, ante Aquél que es la Luz del mundo; hasta que, plenamente convencidos todos de que por encima de todos los bienes terrenos y de todos los egoísmos humanos es preciso salvar el alma, se pongan en vigor, en todas las naciones del mundo, los diez mandamientos de la Ley de Dios.
 
Con sola esta medida se resolverían automáticamente todos los problemas nacionales e internacionales que tienen planteados los hombres de hoy; y sin ella será absolutamente inútil todo cuanto se intente.
 
Precisamente porque el mundo de hoy no se preocupa de sus destinos eternos, porque no se habla sino del petróleo árabe, de la hegemonía económica mundial de ésta o de la otra nación, o de cualquier otro problema terreno materialista, en el horizonte cercano aparecen negros nubarrones que, si Dios no lo remedia, acabarán en un desastre apocalíptico bajo el siniestro resplandor y el estruendo horrísono de las bombas atómicas.
 
ANTONIO ROYO MARÍN O.P. – El misterio del más alla

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Fonte: Fratres in Unum

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“Elaih-i, elaih-i… La-mah sabachthani?[1]” (Evangelho segundo São Mateus Apóstolo, cap. 27, vers. 46)

“Transpassaram as minhas mãos e os meus pés, posso contar todos os meus ossos” (Livro dos Salmos, cap. 21, vers. 16-17)

Por George-François Sassine – Fratres in Unum.com: Na mentalidade ocidental, tão “objetiva e prática”, tão “certa e vaidosa” de sua característica “sintética e pragmática”, certamente as frases em epígrafe passaram a ter muito pouco significado. Já não se vive e nem se entende a gravidade do dito por Nosso Senhor Crucificado e Agonizante ao Pai, quase um protesto de um Filho que O ama infinitamente.

Não tivesse o Ocidente abraçado ideais diabólicos como o iluminismo, a franco-maçonaria e o comunismo, talvez houvesse via por onde resgatar – ao menos – o signficado rememorado anualmente na Sexta-Feira da Paixão.

Mas afinal, o que tem de concreto o dito de Nosso Senhor com a vida de cada um “de nós”, neste tempo brutal de maravilhas tecnológicas e de devoção ao prazer?

A consequência direta disso é ainda mais grave: a mentalidade objetivista e naturalista ocidentais culminam com o esvaziamento do sentido místico da Paixão e Morte de Nosso Senhor, que pode e deve ser observado, pela perspectiva do Santo Sacrifício da Missa, no desdobramento da História.

O primeiro e mais grave ato de esvaziamento – gestado de dentro da Igreja – foi o golpe colocado ao rebanho latino: a dessacralização do rito romano por um novus ordo aggiornato.

Esvaziado o sentido sobrenatural, então não mais conhece mais o homem ocidental médio – em sua carne – a dor insuportável de Deus que se oculta para por à prova aquele que O ama. Por isso, o homem ocidental médio é incapaz de reconhecer esta dor em outrem, esteja onde estiver.

A Igreja trouxe a semente do Oriente, pelas mãos de homens simples e ignorantes do mundo, para ser plantada no Ocidente, para substituir o trono do máximo poder temporal e da falsa glória, para que todos os caminhos culminassem no Único e Possível Poder: a Fé Verdadeira da qual São Pedro é o fiel depositário.

Mas novamente, quem se lembra da Igreja para além das construções e do poder visível que emana de Roma?

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Refugiados em um igreja, incerto se Mosul ou Irbil, da página síria “Syrian Christian Resistance”, no Facebook

“Ó vós, que passais pelo caminho, atentai e vede se há dor semelhante à minha dor”(Livro das Lamentações. 1, 12)

Eles são filhos de São Pedro e de São Tomé. São siríacos e caldeus. Falam o arábe e o idioma de Nosso Senhor. Têm origem apostólica. Recontam a Tradição sem necessidade de livros. Por alguns séculos estiveram separados do Santo Padre, mas depois retornaram como filhos pródigos.

Hoje, na planície de Nínive (na Mesopotâmia, território do Iraque), naquela mesma onde pregou o profeta Jonas, um pequeno rebanho sofre – além das próprias agruras da perseguição de uma seita demoníaca em doutrina e sua em atitude – o esquecimento daqueles que são, ou, ao menos deveriam, ser e agir como irmãos na Fé Ortodoxa de Nosso Senhor e de Seus Santos Apóstolos.

Fogem apenas com a roupa do corpo, vêem suas igrejas destruídas, as cruzes arrancadas, os altares profanados, os mosteiros queimados. São humilhados, extorquidos, escravizados, decapitados. São chamados de “nazranii” (nazarenos) como se isso fosse sinônimo de “infiel”.

Quem lhes virá em socorro? Até quando?

Santo Padre, esse teu povo clama a tua voz, que ela se erga em sua defesa e cobre – pragmática e objetivamente – aos poderosos deste mundo que ajam contra este massacre covarde. Dai-nos o exemplo, Santo Padre, para que o clero e os fiéis leigos ergam a voz e se indignem com justiça e piedade.

Instigai-nos a – concreta e pragmaticamente – nos esquecermos dos nossos confortos ocidentais e prestarmos nossa ajuda no carregar desta cruz. Provocai-nos os brios, para que não nos calemos e façamos da dor deles também nossa dor. Incitai em nós o desejo de também merecermos o desprezo mundano e de sermos também “nazranii”.

Porque eles são Igreja, Santo Padre, e morrem por amor ao Nome de Nosso Senhor. Eles são a tua Igreja que sofre. O sangue deles molha a terra, o nosso não.

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Refugiados em um igreja, incerto se Mosul ou Irbil, da página síria “Syrian Christian Resistance”, no Facebook

Nos anos recentes, a onda islamita varreu o Egito, a Síria, agora o Iraque e já chega ao Líbano.

Na sua simplicidade meu avô me dizia que o tempo é inimigo nosso na medida em que nos apressa em querer entender, logo, nos levando ao engano da verdade.

Um caro amigo uma vez me lembrou: “O sofrimento que Deus permite é sinal de predileção”.

Nessas duas colocações aparentemente desconexas, reflete-se o que viveu Jó: destituído de tudo, indistintamente do tempo, não se apressou em “concluir e sintetizar”, em ser “pragmático e objetivo”. Mas glorificou a Deus a todo momento, apesar de toda sua dor e secura.

Sacrifício este que foi perfeccionado ao absoluto, conforme ensinou São João Crisóstomo: “… havia dois altares, a Cruz de Nosso Senhor e o Coração de Maria Santíssima…”.

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Finalizo com uma reflexão a partir da oração preparatória para a Eucaristia na Divina Liturgia (de São João Crisóstomo):

“Recebei-me, hoje, participante da vossa ceia mística, / ó Filho de Deus. / Porque não revelarei vossos mistérios aos vossos inimigos, / nem Vos beijarei como Judas; / mas como o bom ladrão eu Vos digo: / lembrai-Vos de mim, Senhor, em vosso reino”

Nós nos resignamos em nossas misérias e escondemos nossos talentos, ou, vamos em busca de ser sal da terra?

Da nossa parte, em orações e obras, o que falta para que mereçamos a lembrança de Nosso Senhor?

KYRIE ELEISON, KYRIE ELEISON, KYRIE ELEISON.

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[1] Do aramaico transliterado: “ Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?”

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